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Poesias-->ANTEPASSADOS -- 02/03/2003 - 13:32 (Isabel Benedito dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Não sintam medo

Porque a vida encoraja o homem.



Não há profilaxia

Que evite a morte,

Nem tempo capaz

De explicar

A disparidade social.



Pobres crianças...

Que não podem mais brincar.

Crianças pobres...

Que não brincam mais !



Em gestos desconexos

Que acompanham a humanidade

A cidade apenas

Embala os sonhos de ninguém

Onde brilha um sol de esperança

Numa terra árida

De fértil dor !



Não brincam

As pobres crianças...

Crianças pobres

Podem não mais brincar!



Os poderosos expõem

Seus bélicos sorrisos

E desenham todos os destinos...



Segue o povo perdido

Sem rumo...

São unicamente alvos,

No holocausto da indiferença social.



Cientistas comercializam

Seus feitos em causas políticas...

Escolas persistem

No banquete da Educação !



Pobres crianças : pobres !



Há sempre a vitória da farsa,

Da exploração humana !

Do cônjuge da corrupção.



Há todo um comércio

Da retirada de órgãos em série...

De corpos mutilados

Pela não prevenção !

De leis e regras,

Que autenticam a injustiça

Em cemitérios sem almas

Para o grande tribunal

Da Inquisição !



Pobres...pobres

Daqueles que não querem acordar !



Crianças...

Nem pobres, nem ricas.

Apenas livres,

Crianças , apenas isso !

Porém, não usadas,

Nem exploradas !

Apenas crianças...

Pelo simples fato

Ao direito de poderem

Simplesmente:

BRINCAR !



ISABEL BENEDITO DOS SANTOS













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