Na minha situação, entre o oclusivo
e o disperso, tudo leva a crer que estou à beira.
À beira disso, Ã beira daquilo,
parece um precipício que colocaram aos
meus pés.
Estou beirando faz tempo, dizem os entendidos
em beirar.
Dizem também que beiro porque quero.
Talvez tenham razão:
mas cadê coragem para entrar?
Entra! Entra!
Dizem aqueles experts em beirar.
Olho pros lados, olho por outros,
me afaga a visão de bondade que todos
tem.
Uns me afanam com carinho.
Outras me beijam com sexo.
Outros me encorajam sugerindo
que tome uma pílula.
Pílula que toda farmácia vende
e todo mundo compra prá garantir
na hora fatal.
Mas não preciso disso.
Acho que sou homem de coragem.
Se estou à beira, então vou em frente
mas depois não me digam : esse é o tal tarado!
Se beiro o vestido dela
agora é a hora,
hora de entrar.
E lá vamos!
Que Zorocrastro -
deus mitológico da Grécia -
que se matou, ninguém sabe porque -
me ajude nesta empreitada.
Mergulho agora na beira de
entrada do vestido dela !
E entro.
Que Zorocrastro me proteja!