Os ventos da mudança
estão sobre nós,
trazendo-nos nova esperança,
carregando-nos
à velha aliança.
Façamos o pacto sagrado,
tendo como testemunhas
a luz
alva da inebriante lua
e vermelha e brilhante
da abóbada celeste.
Somos o par, o duo.
Somos a dualidade no uno.
Deixaremos os ventos sombrios soprarem nossas lembranças?
Permitiremos que a outra luz adormecida queime nossas esperanças?
Ou entregaremo-nos ao bucólico e doce luar daquelas noites na fazenda?
Ou trabalharemos, do nascer ao pôr do sol, para termos a renda
e perdemos a antiga beleza?
Faremos o banal e burguês pacto sagrado?
Se este só existe em um papel passado?
Qual a utilidade de um papel passado?
Somos
e sempre seremos
o par, o duo,
a dualidade no uno.
Façamos o pacto sagrado
do sol e da lua,
do dia e da noite,
para que os ventos da mudança
carreguem-nos
de volta ao luar da fazenda,
ao grito estridente do silêncio bucólico da lua.
(para Rosely)
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