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Cronicas-->Fábrica -- 27/09/2002 - 00:41 (Rosy Feros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É horrível ter que ficar neste tédio secular. Prostrada sobre notícias que se esfriam com a rapidez das horas, espero pelo café que possa aquecer minha alma.

O tédio está em mim, nas portas, nas janelas, nos porões entreabertos, nos carros que correm pelas ruas, nos caminhões que atropelam o vento, pelas informações que deslizam sem pressa nem preocupação pelas linhas telefónicas, como se ninguém precisasse delas.

Olho nos rostos das pessoas à minha frente e só vejo rostos sem olhos, sem olhos e sem narizes, sem nada que os defina, distinguindo-os do resto das máquinas.

As máquinas rangem, soltam urros tremendos, gemidos lavados no óleo que os humanos lhes servem para que elas lhes sirvam melhor. Piores são os gemidos surdos, gritos histéricos destilados silenciosamente pelos que
trabalham sem perspectiva pela próxima hora.

As máquinas gritam, falam numa linguagem ininteligível e intrincada como quem habita mundos diferentes. Até os humanos que percebo parecem habitar mundos diferentes. Talvez nem sejam mundos, sejam cápsulas. Cápsulas de vida severina de concreto.

A união perfeita do homem e da máquina. Será o humano capaz de lidar com ela, suplantando-a em sinapses...?

Quisera eu jamais presenciar tal páreo, contentando-me apenas em simular um pálio em meu computador cinco estrelas... O mundo retumbante digital é nosso melhor inimigo - pois é aquele que nos desafia a cada vez sermos mais e melhores.

Nossos ídolos de plástico atuais, feitos de resina artificial, são marcados a ferro e a fogo pelos nossos traumas modernos. Como podemos ser neoluditas, se nossas vontades teleguiadas são controladas por torres de transmissão, são fruto de um modo de vida digital...?

O vento gelado bate em minhas mãos enquanto digito este punhado de idéias. Mas estas idéias não são simples idéias: são imagens fortes, vigorosas o suficiente para grudar na minha tela de programas feito ícones.


[Publicado na coluna "Telemática", do site "Casa de Arabella"]
Copyright Rosy Feros, 1996 - http://rosyferos.blogspot.com

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