Transpassando Barreiras
Iracema Zanetti
Falar o quê em versos, sobre este amor imaculado,
Se ele e minha vida, te entreguei!
Coloquei em tuas mãos meus sentimentos,
Calei-me, evitei expor-me, por respeito
Às leis de Deus e dos homens, leis que me consomem,
Por eu não poder tê-la em meus braços,
Por não senti-la dona do meu espaço!
Contentamo-nos, não sei até quando, a nos amarmos ante
À tela fria de um debochado monitor... que aos poucos...
A nós se afeiçoou, tornando-se cúmplice do nosso amor!
Como pode uma máquina nos aproximar tão realmente...
E simples brincadeira tornar-se paixão verdadeira??
Amor que nos faz sentir presentes, ao nos aproximarmos
Da tela onde imaginamos ver nossos rostos!
Adoro ver seu sorriso bonito, ouvir perfeitamente
Seus alegres risos, sentir o calor do seu corpo,
A suavidade da sua pele perfumada...
Sentir nossas bocas se beijando, os braços se abraçando,
E os corpos se entrelaçando!
Sinto tanto encanto em nossos encontros virtuais,
Que um dia me faço insano,
Jogo tudo para o alto, monto-a à minha garupa,
Num veloz corcel alado, sentindo o tremor
Do seu corpo agarrado ao meu...
Nessa viagem vou tecendo planos acumulados,
Até onde o misterioso eqüino pedir arrego, por cansaço!
Ali arrearemos, seguindo novos caminhos a explorar algo,
Sem saber o quê, e muito menos onde encontrá-lo!
Quero ver o céu coalhado de estrelas, brincando com o luar!
Procurar a suavidade de uma cadeia de nuvens,
E nela construir nosso lar.
Minha deusa, escolha a nuvenzinha mais linda, mais colorida,
Da cor que te agradar, nela te deitarei com muito amor, e cuidado!
Hei de ser somente amor, amor eterno, abraçado
A seu corpo macio, morno, gostoso!
Farei você adormecer beijando sua boca pequena,
Da cor e sabor de amoras maduras,
Sentindo uma pontinha de saudade,
Do nosso amigo... Monitor!
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