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Contos-->Prazer e Segredo -- 25/12/2002 - 14:50 (Vinícius Franco do Nascimento) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nem sei o que faço aqui. Não achei que fosse me impressionar tão facilmente
por um par de seios e belos olhos. Ela me fisgou. É linda, louca. Aquela
mulher é realmente tudo que alguém queria. Tem seu gênio forte, difícil
de lidar. Inteligente, esse e um adjetivo que se encaixa bem a ela. Mas
foi estranho, gostoso e inesquecível.

Eu a conheci num bar, conversando com amigos, ela chamou minha atenção, e de
todos que estavam por lá com sua beleza. Tinha a pele clara, os cabelos
compridos e olhos verdes, verdes como esmeraldas. Seu sorriso me encantava,
tudo estava perfeito, até aquele braço surgir no seu pescoço e um rosto se
formar por trás de suas costas. Ela já tinha escolhido um par. Decepção, essa
foi a única palavra que veio a minha mente. Demonstrava sinais da não
aprovação daquilo, mas o que podia fazer, ela não era minha e tudo conspirava
para não ser. Seu namorado era um bom sujeito, já o conhecia de vista.
Jogamos futebol algumas vezes, mas não lhe tinha amizade, apenas respeito.
Afinal, quem tem uma mulher daquelas ao lado merece respeito. Nesse nosso
primeiro encontro, apenas trocamos olhares, e fiz o possível para que ela
soubesse que eu existia.

Passaram-se alguns dias e descobri que ela frenquentava a biblioteca próxima
a minha casa, era minha chance de conhecê-la melhor. Como sou figurinha fácil
lá, não demorou para que nos encontrássemos. Um certo dia, ela se aproximou
de mim, quando vi aquele monumento se aproximando meu coração disparou, minhas
mãos já suavam, meu olhar era trêmulo. Pronto, só de ter nascido aquela mulher
conseguiu me conquistar, com seus olhos, com sua pele, com seus belos seios
e aquele olhar malicioso. Sentou-se perto, ao meu lado e puxou assunto, dizendo
que já tinha me visto ali algumas vezes, e que lembrava de mim naquela noite.
Demorei um pouco para falar, mas soltei logo o meu latim e começamos a falar
sobre literatura e poesia. Mostrei a ela alguns de meus versos, algumas prosas,
mostrei também algumas coisas que eu gostava de brincar, coisas que eu chamava
de "Artigos para resolver o Brasil", ela riu, e iluminou a sala. Finalmente,
ela me notou.

Nos outros dias começamos a sentar próximos um do outro, eu sempre estava lendo
algo relativo a construção textual, ela gostava muito da minha maneira de falar
dizia que eu prestava atenção no que falava. Essa morena vivia repetindo que
meus lábios só sabiam falar em prosa, e que meus discursos, por muitas vezes
monólogos, eram uma aula de redação. Fomos ganhando mais intimidade, e a ela
fui mostrando minhas coisas mais antigas, ela foi se impressionando a cada
dia com meus versos. Ela também mostrou-me algumas coisas que escrevia, como
toda poetisa modesta, dizia que eram simples pensamentos, para mim eram
emoções. Conversar com Carla era cada vez mais prazeroso para mim.

Num certo dia, por estarmos conversando muito, chamaram nossa atenção e para
não atrapalhar aos outros, resolvemos ir para a lanchonete, onde poderíamos
falar sem nos preocupar com os outros. Só que esquecemos que em "outros" não
deveríamos termos encaixado seu namorado, que não ficou nada contente com nossa
proximidade nos bancos. Explicar a ele que estávamos só conversando foi difícil.
Desse dia em diante, ele passou a me olhar com outros olhos, para ele parecia
já ter me tornado uma ameaça.
O dia se fechava e eu fui me encontrar com Camila. Sim, eu tenho uma namorada.
Mas como ia lembrar dela com uma tão bela mulher que conheci. Resolvi tomar
vergonha, estava encantando com sua beleza, e de Camila eu gostava.
Pelo menos eu achava isso. Passar esses dias com um a pessoa como Carla
deram um novo ar à minha vida. Camila e eu tínhamos um ótimo
relacionamento. Mas, não sei, faltava algo além do sexo. Carla me
mostrou nesses poucos dias o que não via com Camila há 2 anos. Carla e
eu, mesmo pensando diferente na maioria das coisas, tínhamos em nossos
diálogos uma relação muito próxima, nossos diálogos completavam um ao
outro. Camila era inteligente, bonita, mas não sei, parecia que eu
estava encantando por Carla, e assim fomos vivendo um dia de cada vez.

Na semana seguinte estávamos a conversar quando Carla me chama para irmos
até seu apartamento, ela resolveu fazer um jantar, já que eu dizia que
adorava macarrão. Estava marcado, teria com ela um momento a sós.
Chegado o tal dia, confesso que passei um bom tempo me arrumando, queria
dar um trato no visual, não poderia chegar lá de qualquer jeito. Vi que
depois de pronto, muito tempo tinha se passado, e eu não tinha o que
fazer, ansioso, só podia esperar pela tal hora de ver aquela bela
mulher. Faltando meia hora para o encontro, não me contive e fui,
devagar mas fui. Cheguei lá, ela estava linda, com um vestido preto,
que particularmente é um atrativo a mais numa mulher, resumindo estava
linda. Sentei na sala, o apartamento era muito arrumadinho, e a mesa, a
nossa esquerda estava pronta. Tudo arrumado para nossa noite. Estranho
que nenhum de nós havia feito um comentário sobre como essa situação
poderia ser um pouco constrangedora. Estávamos soltos, o vinho, a
comida, tudo conspirava para que continuássemos juntos ali. Resolvemos
então conversar um pouco sobre tudo que estava ocorrendo essa nossa
repentina aproximação, e esse encontro. Passamos algumas horas falando
sobre nós e sobre nossos relacionamentos, começamos a conhecer um pouco
da vida íntima de cada um, principalmente a minha. Carla é uma pessoa
muito curiosa, perguntava mil coisas, desde a infância. Quando
começamos a falar de nossos namorados a coisa mudou um pouco de
figura, as palavras não corriam soltas da mesma forma, pelo menos de
minha parte havia um certo constrangimento. Nossos namorados foram algo
que deixamos de lado, deixamos eles de fora de nossa vida enquanto
estávamos juntos, parecia que éramos só eu e ela. Tudo era diferente.
Passada essa pequena tempestade, começamos a falar de nós, elogios e
sorrisos foram surgindo, mãos foram se tocando. Uma certa aproximação
ia aparecendo nesse momento, nós dois, estávamos novamente como antes,
felizes. Então começou um pequeno jogo de sedução olhos e mãos
brincavam naquela sala num joguinho onde um tinha medo da reação do
outro, mas tinham muito mais medo da própria reação.

Os minutos foram se passando e aquelas carícias que eram só brincadeira
começaram a ser mais íntimas, quando ambos pararam de falar a coisa
começou a ficar um pouco mais séria, agora não era mais uma conversa de
amigos, e sim uma paquera. As mãos que se tocavam em frente passaram a
tocar o outro lado, quando o braço passou por cima do pescoço. Os olhos
já não ficavam muito tempo se encarando por medo de uma reação mais
próxima. Os corpos que estavam um em cada ponta do sofá agora estavam
colados... As mãos ficavam inquietas e o silêncio aumentava em muito a
dúvida. Poucas vezes se olhavam, e o silêncio os preocupava. Agora não
estou na sala, observo-me ao longe, vejo eu e ela ali. Aquela pele
suave sendo tocada por minhas mãos... Estava no paraíso. O clima ficou
mais quente, estávamos mudos, e nos tocando, minhas mãos já percorriam
seus braços, meus lábios tocavam seu pescoço, seu corpo já se entregava a
mim. Meus beijos foram percorrendo seu corpo ate chegar em sua boca.
Estava selado. Começou ali um caloroso beijo, nosso corpos foram
se tocando, nossas mãos descobrindo cada detalhe alheio. Explodia
dentro de mim um fogo, um desejo, uma paixão. Estava tomado pelo
desejo.

Os movimentos se transcorriam e nós dois ali nos beijávamos. Um abraço
foi surgindo e nossos corpos foram se tocando, o beijo eterno nos
deixava cegos e insanos. Vendo nós dois ali agora me pergunto o porquê
de não termos em um momento exitado em parar, ambos comprometidos. Mas
a cada toque vi que nós dois estavamos mais envolvidos, e que tudo
parecia ensaiado. O beijo não se limitava a boca, as mãos não só as
costas. Fomos nos envolvendo de uma forma que esquecemos de tudo, de
todos e de nós mesmos. Aquele momento era atemporal, jamais tinha
vivido algo assim. Só enxergava o seu rosto, a única luz que eu via era
a do brilho dos olhos dela. Estava entregue. Deitados naquele sofá
fomos conhecendo cada detalhe do corpo do outro, cada ponto, cada curva.
Ter aquela mulher nas minhas mãos era fantástico, via-se em meu rosto
um largo e longo sorriso. Via-se em nossas faces um ar de erotismo e
romance, via-se claramente em nossos corpos a intensidade do prazer.

Cada beijo, cada toque, tudo era feito com carinho. Um dava ao
outro o máximo de si. O tempo que não existia passou a ser percebido
pelo cansaço. O fim da noite parecia ter chegado e o momento eterno
tornou-se efêmero, mas não para nossas mentes. Dormimos ali, um em cima
do outro, sem pensar no que tínhamos feito. Foi-se o calor, o desejo e
veio o sono.

Acordamos, mudos, mas acordamos. Ainda daquela forma, talvez com um
pouco de vergonha. Não sabíamos bem o que tinha feito, ou melhor bem
sabíamos. Mas não sabíamos como iríamos agir. Todo o entrosamento da
noite anterior transformou-se num beijo no rosto. Paramos. Fomos tomar
um banho. Ao fim já prontos para começar o dia, resolvemos conversar e
a partir dai decidir o que seria feito nesse novo dia, nessa nova
realidade.

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