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cronicas-->O sorriso do vizinho -- 27/09/2002 - 15:25 (Raquel Zanon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pés molhados de chuva, mãos geladas de frio e nariz vermelho de resfriado. Quando ela o viu, já entardecia. Bem agasalhado, ele passou e sorriu, cumprimentando-a pela primeira vez. Depois de hesitar por alguns segundos, ela retribuiu o sorriso.
Aquilo iria acontecer cedo ou tarde, só havia faltado uma oportunidade para se encontrarem. Todas as manhãs, antes de ir à escola, ela parava em frente ao portão e acompanhava o carro do rapaz dobrando a esquina. Quando chegava da escola, sentava na calçada para conversar com a vizinha e só saía dali depois do carro vermelho passar por ela.
Uma adolescente apaixonada pelo vizinho, cinco anos mais velho. Quando comentava sobre o rapaz com as amigas, dizia que ele era uma espécie de Deus grego. Lindo como um ator de cinema, alto, moreno, com um olhar sedutor e com um charme irresistível.
O rapaz sabia o que a menina fazia para vê-lo. E gostava. Depois daquele sorriso, ele passou a cumprimentá-la todos os dias. Por acaso, encontrava a adolescente na padaria, do bairro, na vídeo-locadora, na igrejinha, no mercadinho e ma esquina, por onde todas as tardes ela passeava com o cachorro e onde ele a notou pela primeira vez.
Ela sabia que não ficaria por muito mais tempo na cidade, e precisava conhecer melhor aquele rapaz. Certo dia, andando de patins pela avenida, conheceu um amigo dele. Conversaram e combinaram de se ver no dia seguinte.
E no dia seguinte o rapaz estava lá. E todos os outros dias da semana, durante um mês. Foi assim que começaram a conversar, andar de bicicleta juntos e combinar de ver filmes. Mas eram apenas conversas, apenas sonhos alimentados na cabeça da menina.
Um ano cheio de emoções, dúvidas, medos em relação ao rapaz. Ele era uma paixão tão intensa, que despertava nela as vontades mais loucas de ser amada. Mas nada acontecia. E o tempo ia se extinguindo, ela sabia que não poderia ficar ali por muitos dias, e precisava fazer alguma coisa para ser correspondida.
Ela tinha uma alma reservada, mas precisava se abrir. Escrever. Uma carta com palavras lindas, encantadoras, apaixonantes. E foi embora. Nem sequer teve coragem de entregar a carta, e ele sabia que a menina queria dizer-lhe algo, mas não perguntou.
Era um dia de chuva, e ele sorriu. Silenciou. Ela nunca mais o viu, mas sentiu saudades de um beijo que não teve, de um abraço que não deu e de uma paixão que não esqueceu.


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