Teu espectro delicado se levanta,
Envergando um manto luxuoso,
Que sob o sol suntuoso,
Os olhos do poeta ofusca e encanta.
O vivaz e purpúreo véu,
Dá o contraste perfeito,
Quando abraça o cabelo feito
Negro como o noturno céu.
Na garganta, um sabor secreto sinto,
Semelhante ao paladar do rubro sangue,
Não permite ao torpor que se abrande,
Quando à mente chega o absinto.
Ao cair, deixo que role a taça,
Pelo tapete florido dança o cristal.
Chego a pensar que tua imagem seja um mal
Que embalsama e meu peito desgraça.
Mas num gesto labial fazes alegoria,
A chamar-me de volta ao teu abraço.
A tentativa do poeta, outro fracasso.
Fere-me a labareda da tua fantasmagoria.
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