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Poesias-->as dores que me suportam -- 04/03/2003 - 22:17 (Josè Valdivino Amaral) |
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Meu caminho é o de todos os monstros
Meu olhar é o de todas as vozes
Meu viver é o de todos os homens
Não sei de meu destino
De meu pensar, não escuto
De meu fluir, não percebo.
Desde o remoto tempo
Nada percorre mais longa distância que meu olhar.
Sopro todos os dias minhas lembranças
Para longe.
Bem longe...
E me esqueço, não apareço
Se escondo fatos escondidos.
Tenho dores...
Ah!... Tenho-as...
Escuto-me gemendo
Mas não morro sem saber de mim mesmo
O quanto agüento desse insuportável lamento.
Minha hora nunca é chegada
Mas, ouso permanecer sem dar um passo
Imóvel como o vento.
Há apenas um nome em meus pesadelos
Mas não sei qual é...
Pois pesadelo é também sonho
Dos que esquecemos sem saber
Mas nunca sabemos como esquecer.
Tenho dores!
Ah!... As tenho...
Despedido delas não sei de mim mesmo nem de meu passado...
Minhas dores sou eu então...
Meu olhar é meu coração.
= = = =
Não há coisas memoráveis que lembre pra mim
Há apenas a memória, vazia memória
Que esquecida de si mesma
Nem sabe as dores que é
Não sabe o homem que tem.
Por isso as dores
Que me suportam.
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