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Ensaios-->Idade da Pedra Hoje -- 12/10/2010 - 10:09 (Arlindo de Melo Freire) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Idade da Pedra=Hoje

Arlindo Freire

Na concepção do mundo e da vida – as pessoas simples e humildes vivem sem as preocupações estabelecidas por quem defende e procura adquirir os bens da riqueza, grandeza e poder que fazem as minorias populacionais em qualquer parte do mundo, depois de inúmeras causas e efeitos, inclusive o propósito da dominação e tirania.
Ao fazermos um olhar, através da luneta, nessa perspectiva sobre o planeta Terra, podemos, facilmente, encontrar as indicações dessa natureza, para efeito de confirmação desta idéia, desde o momento em que o homem iniciou a sua evolução transformando ou aproveitando os recursos naturais existentes.
As minorias da população mundial souberam ou tiveram os meios para o que elas chamam de melhorias nos mais diversos aspectos da sobrevivência humana, segundo o entendimento de que elas foram capazes de progredir, criar os modelos de bem-estar com dignidade, saúde, felicidade e demais fatores necessários à existência.
As maiorias – cerca de 60a70 por cento de quem vive no mundo atual, estão nas condições da pobreza, marginalizados da riqueza ou na dependência das raízes profundas em que nasceram e continuam vivendo de forma angustiada, porém tranqüila, apesar das injustiças praticadas contra elas.
-Como e porque ainda existe uma afirmação como esta – sobre o mundo atual?
Na história passada e moderna – estão as respostas ou ferramentas comprobatórias desta situação presente no tempo e espaço do globo terrestre, mais precisamente onde o progresso, com ou sem desenvolvimento, ainda não atinge a humanidade, especialmente nas regiões da pobreza.
2010-No sertão do Cariri paraibano, município de Monteiro, Zabé da Loca, aos 86 anos de idade – quer voltar para a sua casinha feita dentro de uma pequena caverna situada numa serra com mais de 200m de altitude, quando ela estava com 40 anos, em companhia do seu marido e 3 filhos trabalhando no roçado de feijão e milho para manter a família.
Naquela loca=caverna, Isabel Marques da Silva recebeu o nome de Zabé da Loca adotado pelos vizinhos e amigos, sem menosprezo e resistência dela, pois era uma maneira de estima e carinho – porque, normalmente ela queria bem e falava com todos, soprando no seu pífano as músicas mais populares.
Foi no programa Globo Rural – 10.10.2010 que dona Isabel apareceu com o seu rosto coberto de muitas rugas, cansada e sofrida, alegre e decidida, chorando e sorrindo, dizendo que pretendia voltar para a sua Loca, após 25 anos de moradia na mesma, sem deixar a casa recebida no assentamento Santa Catarina, naquele município, por decisão do INCRA.
Em decorrência de Zabé da Loca e seu pífano – esta já foi premiada em 2009 com o título Revelação da Música Popular Brasileira – 10 mil Reais, parte dos quais foi constituída uma escola musical para crianças, depois dela ter sido descoberta pelo Projeto Dom Helder Câmara, do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A loca em que Zabé viveu durante uma geração, poderia ser aproveitada com a instalação de um memorial, conforme o seu merecimento, desde que a Prefeitura de Monteiro tomasse as providências neste sentido – como reconhecimento do valor social, artístico e cultural daquela mulher que nunca deixou de ser popular.
1942-No desenrolar da II Guerra Mundial a família de Antonio e Francisca Freire esteve vários meses passando o dia inteiro embaixo de um lindo pé de Juazeiro, no sítio Bamburral – Pendências-RN, onde todos trabalhavam no roçado da várzea do rio, enquanto a casa ficava muito distante, sem que houvesse o transporte para locomoção.
Naquele local e ano, dona Francisca fazia a colheita da melancia plantada pela sua família, para come-la em companhia dos filhos, depois de quebrada numa pedra sobre a areia, sob o Sol quente, amenizado pelo vento forte do campo.
Antes daquela plantação foi instalada entre o rio e o roçado – uma bica de lata para conduzir água até as plantas, nos últimos meses daquele ano, mediante a iniciativa de Aldovar – filho do casal, que ficou na história dessa família, sem esquecimento.
No decorrer daquele período a irrigação não existia no Vale do Açu – RN, ao contrário do que se verifica, atualmente com os grandes e médios estabelecimentos rurais, motivo pelo qual os pequenos produtores se desfizeram das suas terras, em busca de trabalho na capital do Estado.
Hoje em dia, o mesmo sítio Bamburral produz mangas e bananas para exportação, mediante um sistema de irrigação aproveitando as águas do rio Açu, como fator de garantia na rentabilidade da produção, apesar do pouco aproveitamento que vem sendo efetuado sobre a potencialidade agropecuária daquela área de clima semi-árido.
Recorde-se que na sombra daquele Juazeiro, Antonio teve de surrar um dos seus filhos, com sete anos de idade, depois que ele comeu um pouco do açúcar preto que trazia para casa, às 11 horas da manhã – para o café do pai que estava trabalhando no roçado, desde a madrugada, motivo pelo qual estava cansado, suado e desanimado com aquela luta de “puxar cobra para os pés”, sem os resultados positivos e necessários para a família constituída de 10 filhos.
Além disso – ainda com um Juazeiro, temos a ocorrência da missa celebrada embaixo da copa dele, na localidade Pororoca, município de Ielmo Marinho – RN, durante muitos anos, pela inexistência de outro local adequado, daí porque a cerimônia religiosa foi transferida para o prédio da escola nos últimos anos =2000+seguintes.
Agora, a comunidade católica de Pororoca pretende fazer uma igreja próxima do Juazeiro, mas o vigário Francisco Franklin Araújo tem manifestado o desacordo sobre essa proposta alegando que o local, por motivos inexplicados, não atende às necessidades da Igreja, mesmo considerando que o Juazeiro e sua área – estão no centro geográfico daquela localidade com mais de 60 casas residenciais.
O mundo gira sem parar – deixando confusão e transtornos na cabeça das mulheres e homens, sem haver definição ou solução dos problemas, sobretudo em se tratando das condições de sobrevivência criadas por outras pessoas que pretendem fazer a prevalência de sua vontade e prazer.
140.000-AP-Vamos recuar no tempo: início da humanidade, quando o homem surgiu no território que posteriormente ficou com o nome de Rio Grande – 1598 por decisão dos colonizadores chefiados por Mascarenhas Homem em missão da Coroa Portuguesa para a construção de um forte, às margens do Rio Grande ou Potengi, segundo denominação dos indígenas.
MUIiiiiiTO antes de 1598 – AP=Antes do Presente, no passado de 1.400 séculos foi configurada, sem Internet, a presença do homem que recebeu o nome de Indígena, no litoral e sertão do Rio Grande, além do Piauí e demais unidades do nordeste brasileiro, segundo as comprovações arqueológicas feitas por Gaston Laroche – 1983, na Casa de Pedra, município de Martins-RN.
Naquele mesmo período – a arqueóloga Niède Guidon iniciou as suas pesquisas nas serras de São Raimundo Nonato – PI, onde já conseguiu fazer a comprovação pelo carbono 14, de que o Homem Americano tem suas marcas deixadas no subsolo do alto sertão piauiense.
No desconhecimento – burrice de Pedro Álvares Cabral sobre as cartas marítimas com que ele se destinava a Índia, eis que o roteiro da viagem foi mudado pelos ventos fazendo com que as embarcações entrassem na costa da terra, mais precisamente no litoral que veio ser denominado de São Salvador – onde foram encontrados os homens selvagens, logo denominados de Índios, como se estivessem no território da Índia – para onde o navegador português se destinava.
Naquele momento, a ignorância de Cabral implantou, de modo objetivo e determinado, o propósito reforçado pelos demais colonizadores, da falta de reconhecimento aos habitantes nativos – homens semelhantes aos demais, de longa duração, chegando até aos dias atuais, negando portanto, à condição humana.
Aliás, naquela altura dos acontecimentos, a população européia estava em franca decadência, em condições de miséria, causadas pela Guerra dos 100 Anos, a exemplo do ocorreu depois do Império Romano e da II Guerra Mundial, quando as populações estiveram em situações caóticas.
O objetivo maior de qualquer grupo da colonização – era, fundamentalmente, fazer a coleta de minérios, especialmente do ouro e prata, ocupação das terras desconhecidas e a coleta das especiarias que poderiam ser comercializados na Europa e outros continentes, como fontes de renda para a recuperação dos reinos em decadência.
Século17-A vida nômade dos nordestinos ainda continua sendo causa e efeito baseada nos costumes indígenas, em conseqüência da miséria regional com a escassez de trabalho, alimentação, saúde, educação e demais fatores indispensáveis à sobrevivência no campo e nas cidades que resistem à falta de atuação política dos governantes.
Os estudos sócio-econômicos sobre o Nordeste mencionam de forma objetiva e sustentável, para todo mundo saber, que apesar do clima semi-árido regional, com secas e inundações, não existem outros motivos para as grandes necessidades dessa região, desde quando começou a ser habitada pelo homem.
Os “cabeças-chatas” do ser humano natural do Nordeste, conforme a expressão de menosprezo dos sulistas é de que são preguiçosos, indolentes e sem coragem para o trabalho com que poderiam melhorar de vida e, portanto romper com o estágio de suas grandes dificuldades – como se houvesse os recursos com tal finalidade.
As tribos do Homem Caçador – de 140.000 anos atrás, bem como os sucessores delas, também foram nômades, ou seja, não tinham locais certos para morar, nem tabas ou várias locas=casas de palhas e madeira como abrigos para suas famílias, razão por que dormiam na areia dos rios, sob as árvores e nos galhos delas, a exemplo do que ainda fazem os trabalhadores no Amazonas.
No sertão sem grandes matas – esses homens procuravam refúgio nas cavernas das serras e do planalto – veja Zabé da Loca, para morar e viver protegidos das intempéries, dos animais e outros perigos de vida, pelo menos nas horas de repouso ou durante o sono das noites.
Foi assim que Janduí e suas tribos viveram no sertão do RN – até quando houve, no espaço de 300 anos, o genocídio de todos eles – homens, mulheres e crianças pelos colonizadores que trouxeram em suas bagagens – as doenças e armas de fogo para a dominação dos indígenas e suas terras em nome da civilização e do progresso feitos em benefício próprio, sem dó e piedade dos nativos.
Nos grandes edifícios e torres que se levantam nas capitais nordestinas situadas no litoral, com visão para o oceano Atlântico, certamente a maioria dos seus moradores, constituída
de políticos e gente rica – prefere não pensar, nem falar desta situação de 500 anos que se repete e degrada a solidariedade humana.Fim-11.10.2010.
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