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Cronicas-->Invenções Modernas -- 27/06/2000 - 22:14 (FAUTH) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Abro o jornal de domingo e espanto-me com mais uma invenção maluca. Já vi várias delas em programas especiais sobre inventores e suas bugigangas que qualquer pessoa percebe que não podem dar certo. Acho que todo mundo já viu aqueles óculos com limpadorzinho de pára-brisa que só serve para enfear ainda mais a cara do sujeito. Há também os miniguarda-chuvas adaptáveis aos sapatos para que os mesmos não se molhem. Já vi um capacete feminino com furinhos para que passassem os cabelos trançados. E o chapéu contendo bebida do qual sai um canudinho para que o usuário beba e fique com as mãos livres para coçar o saco? Tudo isso engraçado, mas antigo. O que eu não sabia é que há idéias de jerico para a alta tecnologia.

Pois lá estava o sujeito da foto pagando o maior mico para o mundo inteiro. E o jornalista sério na sua reportagem, como se aquilo pudesse ser alguma previsão para um futuro próximo. Amarrado no braço esquerdo, um miniteclado; no braço direito o que seria a CPU; na cabeça uma espécie de fone de ouvido acompanhado de microfone e uma minitela na altura dos olhos. Estava ali o computador ambulante e o comentário de que as pessoas poderiam sair de casa com seus PCs. Fico imaginando o prejuízo num restaurante, caso o garçom, acidentalmente, derrame uma taça de vinho sobre seu teclado de última geração. Se chover, então, já era. Olhando a foto daqui a vinte anos, tenho certeza de que qualquer pessoa vai rir como quem riu dos óculos com limpador para dias de chuva. Certo está que a tendência é o avanço tecnológico, mas há coisas que não mudam assim. Os computadores diminuíram, viraram notebooks, agora inventaram o acesso à Internet a partir de celulares e por aí vai. Mas o computador de mesa, mesmo que um notebook, ao que parece, não vai acabar tão cedo. É um novo aparelho como o microondas, a televisão, o videocassete, o telefone. Faz parte da mobília de uma casa. Mesmo que você tenha o seu celular com acesso à rede, não poderá deixar de ter o bom e velho computador de casa.

A lógica é simples. No meu escritório há livros, papéis, canetas e o micro sobre a escrivaninha. Faz parte da paisagem. Hoje um escritório não é o mesmo se não possuir esse item. Assim como o livro resiste até hoje, o computador vai resistir por séculos. Dizem que os livros estão com os dias contados, mas as pessoas não estão muito bem convencidas disso. Você pode levar um livro apertado numa bolsa; caso caia no chão, não quebrará facilmente; não tem problema com baterias. Mas os eletrónicos estão chegando perto da perfeição de imitá-lo para melhorá-lo. Acredito que o que vai acontecer com o livro é mais ou menos o que aconteceu com os discos de vinil: uma pequena melhorada, mas o tamanho e as possibilidades serão as mesmas, quiçá maiores. Da mesma forma, os computadores irão mudar bastante, mas me parece que já estão bem próximos da sua forma final, na concepção de objeto que se utiliza sobre uma mesa para trabalhar.

Digo isso porque estou de olho em meus hábitos. Assim, entro no meu escritório e cumpro um ritual que não vejo de que forma pode ser melhorado. Sento-me confortavelmente, ligo o micro, verifico minhas correspondências, respondo a quem tenho que responder, leio os jornais do dia, fixo-me nas notícias que julgo mais importantes. Depois, inspirado por esse contato com o que anda acontecendo no mundo, depois de me corresponder com parentes e amigos, parto para o trabalho de escrever. Não vejo como esse aparelho pode ser modificado, mas tenho certeza de que levá-lo nos braços com uma micro tela nos olhos não seria muito agradável, a não ser que eu tivesse uma obsessão doentia e tivesse a necessidade de ficar, literalmente, grudado no computador, ou vice-versa.

Tem gente trabalhando para melhorar mesmo as coisas, mas tem gente com cada idéia!


FAUTH
27-06-2000
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