O homem e os sonhos
Um a um
vão-se os sonhos,
o brilho dos olhos
e os melhores dos
nossos dias...
Uma a uma
gotejam as lágrimas,
fraquejam as pernas
e nossa visão aos
poucos perde a cor...
Uma a uma
vão-se as noites,
que não são jamais
soberbas e calientes
como as de outrora...
Uma a uma
vão surgindo poesias,
todas melancólicas,
com andar trôpego
e bastante tímidas...
Igual a festival
uma a uma
se apresentam
ao grande público:
todas iguais a eu,
de olhares tristes
e de cabeças baixa...
Feito o homem quando
dispersam os seus sonhos.
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