CUMPLICIDADE
Quando para mim chegaste
leve e solto das tiranias,
erguendo o estandarte dos etnias,
senti que sobre mim
desabava todo um teto
formador de um aconchego
ausente de cruel infesto
E no cruzar do olhar
que psicografa a alma
lia-se a mensagem
de uma extravagancia em palma.
A moral conservadora,
era fortaleza que nos protegia,
enquanto um frenético impulso ardia,
resistência era o que não havia
E nessa ânsia que abrasava nossos corpos,
saciava-nos o desejo do proibido querer.
Sacrilégio esse amor
de aventuras suicidas,
da face o rubor,
da vergonha decaída
Amar foi nosso afim,
loucura arrebatadora
que nos tirou a visão,
no desalinho de nossas vidas
anseio do coração.
Hoje solitárias de um caminho,
buscam na recordação o perdão.
Jair Martins - 05/03/03 - 00:36h |