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cronicas-->Montanha russa -- 29/09/2002 - 10:42 (L Henrique Mignone) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MONTANHA RUSSA
(do livro Para uma menina que é uma flor)

Como todos os anos, novamente um parque de diversões se instalou na via expressa, cheio de brinquedos e que, com seus sons e luzes multicoloridas, atrai e faz a festa da criançada, que para lá converge em bandos, os olhos brilhando, arrastando os pais pelas mãos e enchendo de alegria a tarde de domingo.

Este ano, ele veio repleto dos brinquedos de que você tanto gostava e em que tantas vezes nos divertimos juntos. Não os curtimos mais porque sua predileção era justamente pelos mais violentos e que me davam vertigens e, hoje até posso confessar-lhe baixinho e que ninguém nos ouça, era mesmo por um pouquinho de medo.

Disto você sempre soube e zombava de mim, o que eu algumas vezes admiti somente para vê-la mais feliz, exaltando a sua coragem, sem nunca dizer-lhe que temia principalmente por você que deles tanto gostava: julgava que, ficando à distancia, olhando-a, eu poderia protege-la mais, intercedendo se alguma coisa a ameaçasse.

E, por todos estes anos, vi-a divertindo-se e gargalhando de ponta-cabeça na gaiola, dançando a dança da bundinha no samba, rodopiando no twister, dando trombadas no auto skooter, projetando-se no kamikaze, dando loopings na kumba, com as mãos levantadas para o céu descendo nas montanhas russas de todos os parques em que fomos, você sempre pura adrenalina.

Uma das coisas que muito me fazia admirá-la era a sua simplicidade, curtindo com a mesma alegria e felicidade balançar-se quer nas barquinhas de madeira de parques mambembes como no viking de um Bush Garden, deslizar em uma miniatura de montanha russa ou dar os seus loopings triplos em outras, gigantescas.

Aliás, diga-se de passagem, a montanha russa sempre o foi o seu brinquedo preferido, e posso ainda vê-la pondo-se na ponta dos pés para enganar os seguranças dos parques, onde era exigida uma altura mínima que você ainda não tinha .

E lembro-me de quantas tardes passamos juntos fazendo planos para nossas próximas viagens, em que o roteiro seria para visitarmos as maiores montanhas russas do mundo, até mesmo aquelas de madeira, enormes, gigantescas, meio fantasmagóricas e que a fascinavam.

E, no turbilhão de pensamentos desta saudade imensa, em flashes de memória, revejo-a posando para as fotos em que pretendíamos imortalizar aqueles momentos tão felizes, sempre em poses gaiatas e inusitadas, sorrindo e esbanjando um charme que era só seu, acompanhada de seu mano querido, saindo da boca de rinocerontes, cavalgando elefantes, pendurada junto de macacos, indo novamente para as filas de acesso para reviver as emoções que a excitavam, querendo viver tudo de uma só vez, como que sabendo que aqueles doces momentos não se repetiriam.

E hoje, passando defronte ao parque então deserto montado na via expressa, vi um carrinho da montanha russa descendo a toda velocidade e dele, com as mãos estendidas para o céu e aquele seu sorriso de profunda felicidade, você me acenava, chamando-me para que eu a visse.
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