Condicionados pelas rigorosas lições de nossos caros e preclaros mestres, envolvidos pelo tom sério das palestras e pelo halo de santidade que se desprende em ondas de fortes vibrações, tendo em vista seu sadio intento de nos ajudar, caridade elevada ao supremo tirocínio que já tivemos ocasião de sentir, motivação impertérrita para todos os atrevimentos intelectuais, adquirimos o vezo de nos mantermos em atitude de resguardo da atenção, para conseguirmos desfrutar todos os ensinamentos, em todos os locais, a qualquer hora. Essa atuação puramente escolar, no mais alto interesse de vencermos os cursos e nos diplomarmos socorristas, que é o estágio mais próximo da ingenuidade dos primeiros tempos na Escolinha de Evangelização, gera em nossos caracteres o primado da responsabilidade.
Ora, existe a necessidade do descanso mesmo para as entidades do etéreo, porque o desgaste energético, tal como nos corpos materiais, também sói afetar o perispírito, porquanto, embora de diferente natureza, também aqui existe a transformação dos elementos, os quais se condensam em nossas baterias orgânicas, em atos e ações, conforme desempenhamos papéis mais ou menos mentais ou manuais, esta última palavra grifada porque se refere a trabalhos que se destinam a amparar os irmãos carentes de apoio, como no caso de quem serve nos hospitais e está a todo momento tendo de sustentar o teor vibratório dos enfermos, através do poderoso medicamento que se elabora ali mesmo, pela doação magnética ou fluídica que, nesse caso, guarda certa similitude com a transfusão de sangue ou a doação de medula óssea.
Como a faixa de responsabilidade se estende para além das tarefas meramente escolares, ou seja, os alunos também vão em busca de se tornarem úteis em setores para os quais é suficiente apenas um pouco de dedicação e algumas horas de suave empenho, quase nunca se tem tempo para o lazer. Curioso, neste aspecto, é o fato de que o pessoal integrado nas classes um pouco mais adiantadas dos estudos doutrinários e filosóficos se deixa atrair, em seus momentos de folga, pelas conferências didáticas e pelas artes superiores.
Eis que se poderia chegar à exaustão não fosse pelo rigoroso controle do tônus espiritual, efetuado, obrigatoriamente, em dias e horas constantes da programação individual, em harmonia com as atividades em grupo. Detectada alguma defecção orgânica com sinais de perigo, de imediato somos instados a avaliar todas as atividades desde o último exame para atribuir ao efeito sua causa exata. Então, a menos que haja dissensão moral ou que algo externo tenha influenciado no resultado que mediu a deficiência, somos induzidos a amenizar a programação, quando incluímos no roteiro existencial passeios e distrações prazerosas, de resto, para prestigiar os companheiros que estão em fase de aplicação do aprendizado nesse campo importantíssimo destinado ao refazimento das forças e à diversificação dos interesses.
Vamos dizer que esta mensagem possa caracterizar-se dentro desses princípios, porque julgamos que os leitores estão despendendo um bocado de energias intelectuais para a decifração dos conceitos anteriormente expendidos. Não é verdade que o estilo se tornou muito mais ligeiro, muito mais agradável, a partir de escolha vocabular mais coerente com o coloquial, pelo menos das pessoas cultas? Então, o que resta para tornar esta demonstração completamente de acordo com o exemplo que tivemos a pretensão de trazer?
Nós vamos dar um tempinho para os amigos pensarem mas achamos a resposta por demais óbvia. Ei-la: falta dar a esta mensagem uma dimensão menor, para dispor os ânimos com mais vontade de voltar às discussões teóricas, ou seja, ao fulcro da obra.
No entanto, essa alegria será cortada pela metade, porque não aceitamos o fato de virmos falar em descanso num momento de fermentação das idéias, quando nos preparamos para avançar na direção dos eventos mais substanciosos dos trabalhos de aplicação dos conhecimentos, quando, sem deixar transparecer os sentimentos, iremos delinear os tópicos em que se ganham alguns pontos para o escore vitorioso de quem almeja evoluir mais rapidamente.
O parágrafo anterior foi adrede preparado para provocar determinado tipo de reação mais sutil no âmbito intelectual dos leitores, qual seja, o de que deveriam, de pronto, suspender a leitura e chegar à seguinte questão: se o sujeito está aproximando-se de nível evolutivo superior, não será essa a motivação maior para que sinta aquela pura alegria do título?
Então, se os amigos concordarem com essa conclusão, nada melhor do que prosseguirmos no mesmo diapasão em que vínhamos entoando a nossa cantilena doutrinária.
Graças a Deus!
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