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Artigos-->CIGARROS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE -- 31/05/2013 - 07:55 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



 



 CIGARRO  EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE 



Edson Pereira Bueno Leal , maio de 2013.



 



 



 



 



 



Na América do Sul o tabaco era utilizado por povos pré-colombianos que recuam a até 6.000 anos atrás . Os maias costumavam representar sacerdotes com cigarros à boca .



Em 1560 , um embaixador francês Jean Nicot trouxe de Portugal para a França a planta de tabaco, importada do Brasil . No princípio , o tabaco serviu para amenizar as dores de cabeça da rainha Catarina de Médici e o nome de Nicot acabou por batizar a substância ativa do tabaco , a nicotina . Já em 1590, o papa Urbano VII proibiu , sob ameaça de excomunhão , que fiéis e padres fumassem dentro das igrejas .



O hábito se popularizou no século XX, graças em grande parte ao charme que o cinema lhe emprestou com o exemplo de atores glamourosos como Humphrey Bogart , em Casablanca , e Rita Hayworth em Gilda . ( Veja, 9.1.2008 , p.70-71) .



 



EFEITOS NOCIVOS  À PESSOA



 



Um estudo publicado pela revista inglesa The Lancet , estabeleceu um ranking das drogas mais nocivas à saúde física e mental . Os critérios utilizados foram três : o grau de danos ao organismo , a capacidade de produzir dependência e o impacto do vício na  vida social do indivíduo . A nicotina ficou em sétimo lugar  e em uma escala de 1 a 3 entre nenhum prejuízo e máximo prejuízo ficou em 1,5 nos danos ao organismo e danos sociais e 2,0 em dependência .  ( Veja , 23.05.2007 , p. 79)



A fumaça do cigarro contém  4.720 substâncias tóxicas , das quais 1.200 bem definidas . A nicotina , principal responsável pelo vício atua sobre o cérebro e o sistema cárdio-circulatório . Ao fumar a nicotina cai na corrente sanguínea e atinge o sistema nervoso central em seis a dez segundos , acelerando a transmissão dos impulsos nervosos entre os neurônios . Os neurônios liberam neurotransmissores . Um dos mais comuns é a acetilcolina , que induz o relaxamento. Cada neurotransmissor tem o seu receptor . A nicotina “engana” o cérebro , liga-se aos receptores e passa a agir como um neurotransmissor , por exemplo, no lugar da acetilcolina. A nicotina também ativa o sistema da dopamina , que está associada aos mecanismos de recompensa do cérebro, causando sensações de prazer . ( F s P , 13.09.2009, p. C-9) . 



Das drogas conhecidas , nenhuma causa abstinência mais avassaladora : irritabilidade , mau humor  , ansiedade crescente e anedonia, a incapacidade de sentir prazer” ( Varella, Drauzio , F S P , 9.10.2010, p. E-14) .



O monóxido de carbono diminui a oxigenação do sangue , competindo com o oxigênio e formando a carboxihemoglobina . O alcatrão contém muitas substâncias cancerígenas , chamadas “hidrocarbonetos aromáticos policíclicos” , principalmente o benzopireno . Existem ainda diversas substâncias irritantes para o organismo como acroleina , formaldeído , acetaldeido , fenóis , cresóis , ácido cianídrico e cancerígenas como as nitrosaminas e substâncias radioativas como o polônio 210 e cádmio .



O vício pode provocar câncer de pulmão , laringe , bronquite crônica , enfisema pulmonar , infarto do miocárdio , distúrbios circulatórios diversos  como aterosclerose , aneurisma da aorta  e acidentes vasculares cerebrais . Úlceras no estômago e duodeno . Estima-se uma redução na expectativa de vida de 6 a 8 anos para os fumantes de mais de um maço por dia . Para as gestantes fumantes como muitas substâncias atravessam a placenta o feto pode nascer prematuramente  e com menor peso , aumento o risco de aborto  e de defeitos congênitos .  O cigarro pode ainda antecipar em cinco anos o início da menopausa na mulher .



O fumante que iniciou o consumo antes dos 15 anos , tem o risco de morte por câncer de pulmão quatro vezes maior do que quem começou a fumar com 25 anos . São necessários quinze anos para que um ex-fumante volte ao patamar de risco de doenças cardio-vasculares de um não fumante . Entre as mulheres , o risco de ansiedade e depressão é duas vezes maior do que entre os homens  e o de infarto e derrames quatro vezes . ( Veja, 5.3.2008 , p. 77) .



O Brasil gasta mais de R$ 20 bilhões por ano, apenas com o tratamento de doenças causadas pelo cigarro e a arrecadação de impostos com o produto  é menos de um terço deste valor. ( F S P, 6.4.2013, p. E-12) .



 



FUMANTE PASSIVO



 



Em 1928 cientistas alemães divulgaram a hipótese de que o câncer de pulmão em mulheres não fumantes poderia ser causado pelo cigarro dos maridos . Nos anos 1930, utilizou-se pela primeira vez o termo Passivrauchen ( fumo passivo, em alemão) .



Daí em diante , as evidências foram se avolumando . Na década de 1970 surgiram  os primeiros estudos abrangentes . Em Atenas, o epidemiologista Dimitrios Trichopoulos, examinando casos entre 1978 e 1980, descobriu que mulheres de fumantes tinham mais câncer de pulmão .



O epidemiologista japonês Takeshi Hirayama , depois de acompanhar 250.000 adultos por anos a fio, identificou que o risco de mulheres de fumantes terem câncer de pulmão, aumentava de 40% , quando o marido fumava até 14 cigarros por dia a 90% , um maço ou mais por dia .



Em 2006 um novo estudo americano atualizou as conclusões de um relatório de 1986 que o fumo passivo faz mal .Segundo o novo estudo , as crianças expostas ao cigarro correm o risco de morrer repentinamente , ter infecções respiratórias , problemas no ouvido , asma mais severa e crescimento lento nos pulmões .



Os adultos expostos ao cigarro  podem sofrer efeitos adversos imediatos no sistema cardiovascular  e tem mais probabilidade de desenvolver doença cardíaca e câncer de pulmão .



Em outubro de 2009 , o Institute of Medicine , que reúne as principais academias de ciências americanas , divulgou estudo que mostra que a exposição ao cigarro aumenta o risco de doença cardiovascular de 25 a 30% . ( Veja, 25.11.2009, p. 162-166) . 



Pesquisa finlandesa publicada no periódico “Circulation” conclui que crianças e adolescentes que moram com pessoas fumantes já apresentam , em conseqüência , um espessamento das paredes dos vasos  elevando o risco cardiovascular. A pesquisa envolveu 494 crianças de oito a 13 anos . Os cientistas mediram vários parâmetros que avaliam a saúde  das artérias e verificaram que nas pessoas expostas ao cigarro os indicadores eram piores .



Os resultados da análise  mostraram que as crianças  com mais cotinina no sangue, tinham paredes das carótidas 7% mais espessas , em média , do que aquelas co níveis mais baixos da substância . A aorta dos integrantes do grupo exposto à fumaça do cigarro mostrou-se 8% mais espessa, em média . A flexibilidade das artérias do braço ou fluxo da artéria braquial  - outro parâmetro da saúde dos vasos e do risco cardiovascular , mostrou-se  15% inferior nos adolescentes com níveis mais altos de cotinina . O colesterol desses pesquisados também estava elevado . A continuidade da exposição á fumaça pode levar a criança e o adolescente , quando adultos , a terem mais precocemente eventos cardiovasculares  agidos como o infarto, ou AVC , se tiver outros fatores de risco  segundo a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do programa de combate ao tabagismo do Incor . ( F S P, 5.4.2010, p. C-5) .



Os não fumantes que convivem com fumantes tornam-se  “fumantes passivos” pois aspiram fumaça expelida pelo fumante e a fumaça que evola  da ponta do cigarro que é mais nociva ainda pois não passa pelo filtro  .  Em 1981 estudo realizado com mulheres de fumantes no Japão demonstrou que as mulheres de maridos que fumavam mais de um maço por dia , tinham uma probabilidade duas vezes maior de serem atingidas por um câncer de pulmão do que as mulheres de não fumantes . ( Estado de São Paulo, 29.12.1985, p. 24) .



Como assinala a médica Tânia Cavalcante , do Inca , “não existem níveis seguros de exposição à fumaça do cigarro” .



Estudo “Mortalidade Atribuível ao Tabagismo Passivo na População urbana do Brasil “, realizado por pesquisadores do Inca 9 instituto Nacional do Câncer e do Iesc/UFRJ ( Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro ) , aponta que todos os dias pelo menos sete brasileiros que nunca fumaram na vida morrem por doenças decorrentes da exposição à fumaça do tabaco. Por ano , são 2.655 mortos .



O estudo inclui apenas as três principais causas de morte por tabagismo passivo : câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração ( como infarto e angina) e acidentes vasculares cerebrais . Outros problemas como síndrome da morte subida da infância e doenças respiratórias crônicas não foram computados o que indica que os números provavelmente estão subestimados . Segundo a pesquisa, de cada mil mortes por câncer de pulmão no país, sete podem ser atribuídas ao fumo passivo . No caso de doenças isquêmicas do coração essa proporção sobe para 25 , e chega a 29 nos acidentes vasculares cerebrais .. Dependendo da doença , as mortes de mulheres são de 13 a três vezes mais elevadas do que as de homens . A faixa etária que registra maior ocorrência , tanto em homens como em mulheres é de 65 anos ou mais . Segundo o Inca , o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável do mundo, atrás só do tabagismo ativo e do consumo excessivo do álcool . ( F S P , 23.08.2008, p. C-2) .



Medição feita pela Folha de São Paulo em dez restaurantes movimentados de São Paulo , utilizando um equipamento portátil do LPAE – Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP que mede o material particulado fino – mistura de fumaça e poeira  mostrou que , em geral , a poluição provocada pelo cigarro é quase a mesma nos setores de fumantes e não fumantes  dos restaurantes . ( F S P , 11.11.2007 , p. C-4) .



Em 2005 , na Escócia , foi decretado o “The Smoking Helth and Social Care Act” , que baniu o cigarro em todos os espaços públicos e locais de trabalho a partir de março de 2006 . Em abril de 2005 , pesquisadores da Universidade de Glasgow passaram a coletar dados sobre o número de pessoas internadas com doença coronária aguda, em nove hospitais , responsáveis pelo atendimento de 63% dos casos existentes no país . Os resultados foram comparados com aqueles obtidos nos dez meses seguintes ao início da proibição .



Por meio de entrevistas , os pacientes foram divididos em três grupos : fumantes , ex-fumantes e não-fumantes . Para confirmar , todos foram submetidos a um exame para determinar a presença de cotinina ( um dos metabólicos da nicotina) na circulação .



Nos dez meses que antecederam a vigência da lei , foram internados 3.235 pacientes com quadros coronarianos agudos . Nos dez meses seguintes à proibição , esse número caiu para 2.684 , cerca de 551 casos a menos , redução de 17% .



Houve queda em todos os grupos : 14% nos fumantes , 19% nos ex-fumantes e 21% nos não-fumantes , a diminuição mais acentuada . Ou seja, fumantes passivos são pessoas que fumam e por isso estão sujeitas às mesmas doenças que encurtam a vida dos dependentes de nicotina . ( Drauzio Varella , F S P , 30.08.2008, p. E-11) .



Levantamento feito pelo Cratod , ( Centro de Referência em Álcool , Tabaco e outras Drogas ) , da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo , revela que mais de um terço dos moradores de São Paulo, que não fumam possuem concentração de monóxido de carbono nos pulmões similar à dos fumantes .



O levantamento foi feito em 2008 , com 1.310 não-fumantes em locais fechados e abertos . Além de responderem a um questionário específico , todos fizeram um teste no monoxímetro – aparelho que mede a concentração de monóxido de carbono no organismo e que é similar ao bafômetro .



Do total de avaliados , 64% tiveram a concentração aceitável , entre 0 a 6 partes por milhão (pp) . Cerca de 18,32% apresentaram concentração entre 6,1 e 10 ppm equivalente à dos fumantes leves ( menos de um maço por dia) ; 15,27% entre 10,1 e 20 ppm, equivalente à dos fumantes moderados ( de um a dois maços por dia) e 2,29% entre 20,1 e 60 ppm , equivalente à dos fumantes pesados ( mais de dois maços por dia)   .



Os resultados são semelhantes aos obtidos em estudos internacionais , que apontam que entre 30 a 40% dos não fumantes  consomem monóxido de carbono da fumaça do cigarro cronicamente . Ao inalar a fumaça do cigarro . o fumante passivo joga diretamente no pulmão o monóxido de carbono que é absorvido e cai na corrente sanguínea . Daí , ele se liga às moléculas de hemoglobina ( responsáveis pelo transporte de oxigênio) e ocupa as áreas de ligação com o oxigênio . Com o tempo , o organismo perde a capacidade de transportar oxigênio , o que pode causar problemas cardiovasculares mais graves. ( F S P , 19.02.2009, p. C-5) .



Levantamento feito por dois pesquisadores da Universidade da Califórnia , James Lightwood e Staton Glantz , que revisaram 13 estudos feitos em cidades dos EUA, do Canadá e da Europa , num total de cinco países e concluíram que o banimento do fumo em locais fechados reduz o número de internações por infarto em até 17% , no período de um ano após a criação da lei . Três anos depois da adoção da lei, as internações por ataques do coração sofrem uma queda de 36% . Os estudos comparados são de lugares tão díspares quanto Nova York e o Piemonte , no norte da Itália, ou Pueblo, no Colorado e a Escócia .( F s P , 12.10.2009, p. C-4) .



Pesquisa realizada pelo Lawrence Laboratory , nos EUA e publicada no “Proceedings of the National Academy of Sciences mostra que mesmo após apagado , o cigarro continua sendo prejudicial à saúde de quem não fuma. Isso porque as toxinas deixadas pela fumaça no ambiente , que aderem a uma variedade de superfícies , podem contaminas outras pessoas  com substâncias potencialmente cancerígenas .



O chamado “thirdhand smoke”, contaminação pelas substâncias maléficas do cigarro depois de ser apagado – atinge mais crianças . Segundo os autores ,a queima do tabaco libera nicotina na forma de vapor que fica aderida em superfícies como pisos , paredes, carpetes e móveis , podendo persistir nesses materiais por semanas e até meses. As crianças pequenas são mais suscetíveis a esse tipo de exposição, pois brincam e engatinham em lugares contaminados e levam as mãos à boca com freqüência . Além disso, as partículas ficam nos cabelos e nas roupas, aumentando o risco especialmente para bebês . ( F s P , 10.02.2010 , p. C-7) .



Cientistas da Universidade Cornell, em Nova York afirmam em estudo publicado em 20 de agosto de 2010, que o contato com a fumaça do cigarro , ainda que por fumo passivo ou ocasional, causa mudanças genéticas no pulmão . Ronald Crystal, líder da pesquisa afirmou “Até nos níveis mais baixos de exposição , encontramos efeitos diretos no funcionamento dos genes das células que revestem as vias respiratórias.. Alguns genes das células que revestem as vias respiratórias são muito sensíveis à fumaça do cigarro e mudanças no funcionamento desses genes são o primeiro sinal de ‘doença biológica’ nos pulmões . “



Segundo o estudo , não há níveis seguros para a exposição à fumaça . ( F s P , 21.08.2010 , p. C-7) .



Drauzio Varella descreve o levantamento mais completo sobre os índices de mortalidade em fumantes ex-fumantes feito com 113.752 mulheres e 88.496 homens , de 25 a 79 anos acompanhados durante sete anos.



Em média , os fumantes consumiam mais álcool , tinham nível educacional mais baixo e índice de massa corpórea menor do que os ex-fumantes e daqueles que nunca fumaram.



Cerca de 2/3 dos que foram ou ainda são fumantes adquiriram o vício antes dos 20 anos , o que explica o esforço da publicidade para viciar crianças e adolescentes.



As curvas de mortalidade revelam que:



1 – Continuar fumando encurta 11 anos de vida de uma mulher e 12 anos de vida do homem;



2- O risco de morte de um fumante é três vezes maior do que os que nunca fumaram .Mulheres correm riscos iguais aos dos homens;



3 – Uma pessoa que nunca fumou tem duas vezes mais chances de chegar aos 80 anos . Na mulher de hoje, a probabilidade de chegar a essa idade é de 70% e nas fumantes de 38%. Nos homens, esses valores são de 61% e 26%, respectivamente ;



4 – A diferença de sobrevida é explicada pela incidência mais alta de câncer, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e outras enfermidades provocadas pelo fumo. As causas de morte mais frequente são câncer do pulmão, infarto do miocárdio e derrame cerebral;



5 – Na faixa de 25 a 79 anos de idade, cerca de 50% de todas as mortes são causadas pelo cigarro;



6 – O risco de desenvolver doenças pulmonares obstrutivo crônicas nas mulheres que fumam é 22 vezes mais alto , nos homens é 25 vezes maior.



Foi analisado também o impacto de parar de fumar na redução da mortalidade:



1 – Quanto mais cedo alguém deixa de fumar, mais tempo vive;



2 – Quem deixou de fumar entre os 25 e os 34 anos, tem curvas praticamente idênticas aos que nunca fumaram;



3 – Os que pararam de fumar entre 35 e 44 anos tem curvas um pouco mais desfavoráveis, mas mesmo assim ainda podem viver nove anos mais;



4 – Parar de fumar dos 45 aos 54 anos reduz 2/3 da mortalidade geral e faz ganhar em média seis anos de vida . Entre 55 e 64 anos , o ganho é de quatro anos a mais;



5 – O câncer de pulmão está associado ao maior risco de morte entre os que pararam de fumar.



Os cigarros de baixo teor não alteraram a mortalidade. A indústria nos últimos anos introduziu variedades de  fumo geneticamente selecionadas para reduzir o pH da fumaça, passou a usar papel mais poroso e filtros com mais perfurações , tornando menos aversivas , mais profundas e prolongadas as inalações, expondo aos efeitos tóxicos grandes extensões do tecido pulmonar .  O número de mortes causadas pelo cigarro deve aumentar de 100 milhões no século 20, para 1 bilhão no século 21. ( Drauzio Varella, F S P , 9.3.2013, p. E-14).



 



FUMANTE OCASIONAL



 



Pesquisa que analisou os hábitos relacionados ao fumo  de adolescentes americanos  por 18 anos , com 10 a 16 mil jovens respondendo a questionários por ano , concluiu que em 1991 , 67% dos adolescentes fumantes se encaixavam no perfil “social” e em 2009 essa proporção subiu para 79% . A proporção de fumantes pesados ( mais de 11 cigarros por dia( , caiu de 18% para 8%.



A restrição ao fumo em lugares fechados tem criado esse novo perfil de fumante , também no Brasil como especialistas em tabagismo tem observado . Porém , segundo a cardiologista Jaqueline Issa , diretora do programa de tabagismo do Incor , o menor consumo de cigarros não impede que esse fumante seja dependente , com muita dificuldade de parar de vez.  O risco de doenças associadas ao tabagismo é reduzido , mas continua a existir . Não existe uma faixa de tolerância ou dose segura com o tabagismo , ao contrário do que acontece com o álcool . ( F S P , 9.8.2011, p. C-6) .



 



PRODUTOS NOCIVOS



 



A indústria de tabaco nos EUA será obrigada a declarar níveis de produtos perigosos encontrados nos cigarros e outros derivados de tabaco até abril de 2013. A FDA ( agência de vigilância sanitária dos EUA) já identificou mais de 93 substâncias químicas perigosas ou potencialmente danosas nos derivados do tabaco, mas a obrigatoriedade de declaração por enquanto é só em 20 delas . ( F S P , 2.4.2012, p. C-6) .



 



HOMENS MORREM MAIS DO QUE AS MULHERES



 



Pesquisa coordenada pelo pneumologista Paulo César Corrêa da Fundação Hospitalar de Minas , mostra pela primeira vez em detalhes como morreram os fumantes de 16 capitais brasileiras em 2003 . Uma das revelações do estudo é que , para cada mulher, morreram 2,3 homens . Segundo ele esta diferença tende a diminuir “As mulheres começaram a fumar massivamente depois dos homens no Brasil . Como as doenças do tabaco demoram 30 anos para aparecer , elas não sentiram ainda o impacto total do tabaco . Isso vai ocorrer na próxima década .



Os homens fumantes morrem mais de doença cardíaca isquêmica . As mulheres de obstrução crônica das vias respiratórias . As diferenças hormonais explicam em parte essas diferenças . O câncer de pulmão é a terceira causa da morte de homens e a quarta de mulheres . ( F s P , 24.08.2009, p. C-1) .



 



 



RAÇA



 



Estudos mostram que os negros metabolizam a nicotina mais rápido do que pessoas de outras etnias . Segundo o pneumologista Jonatas Reichert , da Comissão de Tabagismo da AMB, “sendo mais rápido , o efeito da nicotina passa logo , e a pessoa vai precisar repor mais rapidamente . Isso se revela uma dependência mais forte “ . ( F S P , 21.01.2009 , p. C-5) .



 



MORTES POR DOENÇAS EM 2008



 



Estudo encomendado pela ONG – Aliança de Controle do Tabagismo , à Fiocruz , baseado em dados de 2008 estima que a cada dia 357 fumantes ou ex-fumantes morrem no Brasil em decorrência das principais doenças ligadas ao tabagismo . Cerca de 14,8% dos adultos fumam e o cigarro é responsável por 13% das mortes, equiparável às mortes por causas externas , incluindo homicídios e acidentes . Estima-se que em 2008 morreram 130.152 pessoas das 15 principais doenças atribuídas ao fumo ( de um total de 150 ligado ao tabaco) . Doenças cardíacas – 36.686, Doença pulmonar obstrutiva crônica – 24.756, câncer ( menos pulmão ) – 23.284 , Câncer de pulmão – 21.906 , AVC 15.104 e Pneumonia – 8.416. A ONG calcula que o tabaco custe para a saúde 3,3 vezes o que o governo arrecada de impostos com o setor . São gastos de R$ 7,2 bilhões em doenças cardíacas, R$ 6,8 bilhões em doença pulmonar obstrutiva cônica , R$ 3,4 bilhões em câncer  ( menos pulmão), R$ 1,6 bilhão em câncer de pulmão , R$ 1,6 bilhão em AVC e 100 milhões em pneumonia. ( F S P , 31.05.2012, p. C-7) .



 



AIDS



 



Segundo estudo feito por pesquisados da Universidade de Yale (EUA) , com 895 pacientes soropositos e 653 soronegativos, fumantes soropositivos têm, 50% mais probabilidade de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica  ( DPOC) , como o enfisema e a bronquite , do que fumantes não infectados pelo vírus HIV .



Outro trabalho, conduzido pelo pesquisador Phiplip Diaz, da Ohio State University (EUA), indicou que fumantes soropositvos podem ser até sete vezes mais propensos a desenvolver enfisema do que os não infectados . O estudo demonstra ainda sinais precoces da doença em 15% dos infectados e em 2% dos não infectados .



 



 



ALZHEIMER



 



Segundo conclusão de um grupo de pesquisadores do Imperial College de Londres , ao analisarem mais de 20 estudos anteriores , pessoas com mais  de 65 anos de idade , tem risco 79% maior de desenvolver o mal de Alzheimer se fumarem . Tal aumento não foi verificado entre ex-fumantes , o que possivelmente significa que o risco diminui com o abandono do cigarro . Não se provou relação significante entre o fumo e outras demências . ( F s P , 10.01.2009, p. C-5) .



 



ARTRITE



 



Um mecanismo que desencadeia a artrite reumatóide foi identificado por pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP. Segundo dissertação de mestrado do biomédico Jhimmy Talbot, quando a pessoa fuma , uma das células do sistema de defesa – a TH17 – é sensibilizada e fica doente . Ao ser estimulada pelos hidrocarbonetos aromáticos da fumaça do cigarro, a TH17 passa a orientar o sistema de defesa a destruir articulações das mãos, pés , joelhos , punhos, cotovelos e tornozelo . Pesquisa com financiamento da CNPq e da Fapesp acompanhou durante dois anos 138 pacientes com artrite reumatóide ( metade fumante ) e um grupo-controle com 129 pessoas sadias .  ( F S P , 9.3.2011, p. C-8) .



 



AUDIÇÃO



 



Fumo e obesidade podem contribuir para danos permanentes à audição, segundo um estudo liderado pela Universidade da Antuérpia, na Bélgica, e parcialmente financiado pela caridade britânica Royal National Institute for the Deaf (RNID). Segundo o estudo, tanto o fumo como a obesidade podem ameaçar o fluxo de sangue ao ouvido, e a seriedade dos danos está diretamente associada ao nível de obesidade e à duração do hábito de fumar.



A pesquisa envolveu 4.083 homens e mulheres com idades entre 53 e 67 em sete países europeus. Todos os participantes passaram por um teste de audição e responderam perguntas sobre seu estilo de vida e trabalho.



Segundo um dos autores da pesquisa, Erik Fransen, da Universidade da Antuérpia, o estudo observou que a habilidade de ouvir sons de alta freqüência era prejudicada em fumantes e obesos. No caso do fumo, o problema começava a despontar depois de a pessoa fumar regularmente por mais de um ano. E, segundo Fransen, ao contrário de outras partes do corpo, uma vez que o dano no aparelho auditivo ocorre, não há perspectiva de recuperação.



A teoria por trás do dano à audição é semelhante às que explicam como o fumo e a obesidade podem prejudicar outros órgãos.  Tanto o fumo como a obesidade prejudicam o fluxo de sangue pelo corpo. Nesse caso, a quantidade de oxigênio que chega à cóclea, no ouvido, é reduzida, o que pode levar a um aumento de radicais livres no tecido da cóclea, causando danos, morte de células e eventual perda de audição. Mas o estudo ressalta que novas pesquisas são necessárias para entender exatamente porque fumo e obesidade causam perda de audição.



Amanda Sandford, da organização não-governamental britânica Action on Smoking and Health (ASH), disse que os resultados, publicados no Journal of the Association for Research into Otolaryngology, deveriam servir como um alerta principalmente a jovens fumantes.



"Há muitos jovens que acreditam que podem parar de fumar na meia-idade e escapar das doenças associadas ao fumo. (Mas), nesse caso, o dano já pode ter sido causado", afirmou.



Apesar de destacar os efeitos que o fumo e a obesidade podem ter sobre a audição, o estudo afirma que o impacto não é tão sério como o causado pela exposição a níveis altos de barulho no local de trabalho.



Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), exposição ao barulho excessivo é a principal causa evitável de perda de audição no mundo. ( Folha de São Paulo, Internet . )



 



ZUMBIDO



 



Pesquisa apresentada pela fonoaudióloga Carolina Pamplona Paschoal como dissertação de mestrado avaliou 72 fumantes e 72 não fumante de ambos os sexos , com idades entre 20 e 31 anos . Cerca de 40% dos fumantes queixaram-se de zumbido no ouvido , enquanto os não-fumantes foram 11% . Exames de audiometria mostraram ainda que 13,9% dos fumantes tinham disfunção coclear , ausência de sons gerados dentro da cóclea  ( parte anterior do labirinto do ouvido) .. ( F S P , Equilíbrio, 18.09.2008, p. 14) .



 



 



AVC



 



Pesquisadores avaliaram 339 pessoas que sofreram derrame relacionado a aneurisma e 1.106 pessoas que não sofreram AVC decorrente dessa ligação e concluíram que os fumantes com algum familiar que sofreu aneurisma cerebral, tem seis vezes mais risco de ter um acidente vascular cerebral. O estudo foi publicado em dezembro na “Neurology” . A pesquisa mostra que estes fumantes , poderiam diminuir o risco pela metade , se parassem de fumar . ( F S P , 2.1.2009, p. C-7) .



 



CÂNCER DE PULMÃO



 



Cerca de 90% dos casos de câncer do pulmão estão associados ao consumo de derivados de tabaco . A doença matou 14.715 pessoas em 2.000 no Brasil e foi o tipo de câncer que fez mais vítimas . Estima-se que haverá 27.270 novos casos em 2008 . Segundo a última estimativa mundial , ocorreram 1,2 milhão de casos no ano 2.000 , sendo que 52% deles foram em países desenvolvidos .



Fumar durante vinte anos aumenta em dezessete vezes o risco de desenvolvimento de câncer no pulmão.



No Congresso da Asco – Associação Americana de Oncologia Clínica , que reúne 30 mil oncologistas de todo o mundo , reunido no final de maio de 2008 foi apresentado o resultado do estudo Flex , com 1.200 pacientes e financiado pela Merck , mostrando o uso de uma droga de última geração , o Erbitux , associada à quimioterapia que só conseguiu aumentar a sobrevida em um Mês e dois dias , em média , em relação aos pacientes que receberam apenas a quimioterapia .



A oncologista brasileira Maira Calef sobre a pesquisa afirmou “ Gastaram US$ 650 mil por paciente [ no estudo] para um ganho de um mês de vida . É claro que , para o paciente , um dia já é um ganho . Mas , na prática , o custo é impossível . Então, a melhor relação custo e benefício é largar o cigarro o quanto antes “. ( F S P , 2.6.2008 , p. C-3) .



Segundo cálculo da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, em 2007 foram gastos na rede pública cerca de R$ 92 milhões pelo Ministério da Saúde, governo estadual e prefeituras municipais com internações de pacientes e sessões de quimioterapia e radioterapia para o tratamento de pacientes com câncer  ( principalmente de pulmão , laringe e esôfago) e doenças cardíacas e circulatórias . Foi considerada a fração dessas doenças que, de acordo com a literatura médica , tem origem no cigarro . Isso varia de acordo com a doença e no caso de câncer de pulmão , 90% dos casos tem o fumo como causa .



No final de 2007 , a economista da saúde Márcia Pinto , da Fundação Oswaldo Cruz , defendeu tese de doutorado na Escola Nacional de Saúde Pública em que calculou os custos do SUS com as doenças do cigarro . De acordo com os seus cálculos , só com os novos casos de câncer de pulmão , esôfago e laringe , o dispêndio anual  é de R$ 1,12 bilhão . Um doente de câncer de pulmão avançado custa R$ 29 mil até sua morte ou alta , de câncer de esôfago R$ 33,2 mil e de laringe R$ 37,5 mil . Além dos gastos com internações , quimioterapia e radioterapia , acrescentam-se os exames , remédios e as aposentadorias por invalidez e pensões que passam a ser pagas precocemente . ( F S P , 30.08.2008, p. C-1) .



A população negra brasileira que fuma, tem até 5,21 vezes mais riscos de desenvolver câncer de pulmão do que os brancos fumantes segundo pesquisa da Unicamp feita com uma amostra de 464 pessoas , sendo 200 portadoras de câncer de pulmão e 264 saudáveis . Segundo o pneumologista Lair Zambon, autor do estudo , a maioria dos negros avaliados apresentou uma mutação no gene CYp1A1*2ª que é capaz de potencializar a ação dos componentes carcinogênicos presentes no cigarro, especialmente o benzopireno – substância altamente cancerígena . Esse gene é responsável por facilitar a eliminação da substância do organismo e alterado , aumenta-se a dificuldade de eliminar a substância e conseqüentemente o risco de desenvolver o câncer de pulmão .



O pneumologista Mauro Zamboni , do Serviço de Cirurgia Toráxica do Inca, relativa a conclusão  “ Apesar  de o estudo ter um bom número de pessoas envolvidas , acho que a amostra ainda é reduzida para ser extrapolada para a população brasileira em sua totalidade . O assunto é interessante , mas merece continuar sendo estudado “. ( F S P , 26.06.2009, p. C-5) .



Estudo liderado por Farrah Kheradmand , da Faculdade de Medicina Baylor, no Texas provou pela primeira vez que as células de defesa dirigem a cascata inflamatória do enfisema causado por cigarro . Ou seja, a ativação do próprio sistema de defesa do organismo pela fumaça do cigarro é a causa da destruição de células do pulmão dos fumantes que leva ao enfisema , doença pulmonar crônica que tem como principal sintoma a dificuldade de respirar , doenças crônicas do pulmão que deverão tornar-se , na década de 2020 , a quinta maior causa de morte no mundo , segunfo estudo publicado na revista “Science Translational Medicine”.  O corpo conclui que a fumaça é um invasor e entra em ação. Glóbulos brancos especializados em orquestrar a resposta imune são ativados pela fumaça e participam da reação que destrói as células do pulmão . ( F S P , 20.01.2012, p. C-7) .



Segundo levantamento do A.C.Camargo Cancer Center com944 pacientes cujo tumor foi encontrado entre 2000 e 2007, 56% dos pacientes descobriram o tumor já em estágio mais avançado 4 , com metástase, com a chance de sobrevida após cinco anos menor do que 3%. Só 22,3% tiveram a doença detectada em sua fase inicial, estágios 1 ou 2  elevando a sobrevida a 70% , após cinco anos . Cerca de 21,6% tiveram a doença detectada em estágio 3, tumor maior do que 7 cm.



Cerca de 80% dos pacientes são fumantes ou ex-fumantes e 84% foram diagnosticados depois dos 50 anos . Em 2012 surgiram 17.210 novos casos de câncer de pulmão entre homens e 10.110 em mulheres.



O que colabora para o diagnóstico tardio é o fato de o câncer de pulmão ter um comportamento agressivo e não provocar sintomas específicos , segundo o cirurgião oncologista Jefferson Luiz Gross, diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo, em São Paulo .”Por ter fumado por muito tempo, a pessoa já tem sintomas como tosse, pigarro, ou falta de ar, por isso é mais difícil perceber”.  Estudo publicado na revista “New England Journal of Medicine “, em 2011 constatou que a realização de exames de imagem periódicos é capaz de reduzir a mortalidade pela doença em 20%. Nos EUA esse trabalho norteou uma recomendação feita pela Associação Americana de Cirurgia Toráxica, segundo  a qual pessoas com idades entre 55 e 79 anos , que tenham fumado o equivalente a um maço por dia por 30 anos, devem fazer uma tomografia anual . Mas o resultado não é aceito de maneira universal, e para alguns médicos existe o risco de a pessoa receber um resultado bom no exame e sentir-se autorizada a continuar fumando. ( F S P, 30.05.2013, p. C-5) .



 



 



CÃNCER DE PÂNCREAS



 



Trabalho , publicado em 3 de março de 2009 no jornal da Associação Americana para Pesquisa do Câncer , apresenta o maior estudo já feito mostrando a relação entre  dieta e câncer pancreático . O trabalho é uma revisão de 14 estudos científicos que envolveram 862.664 pessoas .



Os pesquisadores concluíram que fumantes tem o triplo de chances de desenvolverem o tumor em relação aos não fumantes..



O câncer de pâncreas , um dos mais letais , é a quarta principal causa de morte por câncer no mundo . A sobrevida média , em cinco anos , é de apenas 5% . ( F s P , 4.3.2009, p. C-5) .



 



CÃNCER DE BÔCA



 



Equipe de doze pesquisadores , dos quais seis brasileiros , coordenada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer em Lyon, França, fizeram o maior estudo sobre câncer ba boca , faringe, laringe e esôfago na América Latina, publicado na revista “Câncer Causes Control”.



O estudo feito com 2.252 pacientes, 1750 do Brasil , 309 da Argentina e 193 de Cuba mostrou que 65% era bebedores e também fumavam . Os 25% que beberam menos ao longo da vida ( de 0,1 a 233,6 g de etanol por ano , sendo que uma lata de cerveja já tem 14 g de etanol) , tinham chance 2,26 vezes mais do que os abstêmios de ter câncer de esôfago . Já os 25% que mais beberam ( mais de 2 kg de álcool por ano ) , aumentavam o risco de desenvolver esse tumor em 9,26 vezes . Dos bebedores de álcool , os que consumiam destilados , tiveram um risco 13 vezes maior de câncer no esôfago . Os pesquisadores descartaram outra causa possível de câncer no grupo estudado , o vírus HPV , pelo baixo nível de infecção presente .



Os dados também indicam que quem parar de fumar e beber , reduz o risco de ter câncer nestas regiões .



Estudo do Icesp ( Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) , com 26,1 mil pacientes , mostra que 11% dos pacientes de câncer  ali atendidos , dizem consumir bebidas alcoólicas em excesso .( F S P , 4.8.2011, p. C6 ) .



 



CÂNCER DE PELE



 



Segundo Alexandre Leon Ribeiro , dermatologista do Departamento de Oncologia Cutânea do Hospital A.C. Camargo, o tabagismo aumenta a incidência do câncer de pele não-melanoma do tipo espinocelular, principalmente na região da cabeça, como na boca e na língua . “Isso pode estar envolvido com outros tipos de câncer , como o de bexiga , que também tem ligação com o fumo”. Ele acrescenta que 10% dos pacientes que desenvolvem melanoma têm mutações genéticas que podem levar a outros tumores . Pesquisadores avaliaram mais de 22 mil casos na Irlanda do Norte entre 1993 e 2002 e concluíram que as chances de ocorrência de um novo câncer , especialmente dos relacionados ao tabaco , duplicam nas pessoas que tiveram um melanoma( mais agressivo) e são até 57% maiores em quem teve um tumor do tipo não-melanoma . O estudo foi publicado em janeiro de 2009 no “British Journal of Câncer . ( F S P , 16.01.2009, p. C-5) .



Um estudo com 200 duplas de gêmeas idênticas divulgado pela sociedade americana de cirurgia plástica mostrou que a que fumavam ou se expunham mais ao sol , pareciam ser mais velhas do que as suas irmãs . ( F S P , 10.02.2009, p. C-7) .



 



CEFALEIA



 



Segundo estudo feito com 1.994 crianças de 5 a 12 anos de Santa Cruz das Palmeiras em São Paulo , pelo neuropediatra Marco Antonio Arruda , filhos de mulheres que fumaram durante a gestação, tem 2,5 vezes mais chance de ter dor de cabeça crônica diária na infância . Segundo Arruda, substâncias presentes no cigarro interferem na produção de três neurotransmissores do bebê , que estão ligados à dor de cabeça . ( F S P , 5.9.2009, p. C-7) .



 



 



COLESTEROL



 



Mesmo com o ganho de peso , parar de fumar melhora os níveis de colesterol segundo pesquisa feita pela Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin (EUA) . Estudos menores já mostraram que fumar reduz o colesterol “bom” ( HDL) e aumenta o ruim (LDL).( F S P , 28.12.2010 , p. C-6) .



 



 



CORAÇÃO



 



O fumo pode provocar infarto precoce , que pode levar à morte pacientes jovens . Outro risco são os microenfartos , quando há obstrução de pequenas artérias ., o que pode produzir a perda de funções cognitivas  como a inteligência , a capacidade de abstração , a memória e a organização de idéias .



Fumar durante vinte anos aumenta em dez vezes o risco de infarto e derrame.



Jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio . Nos principais hospitais de São Paulo , eles representam em 2008 , em média , 12% dos casos . Em 1998 não passavam de 6% . Nos EUA , o índice médio de infartos em jovens é de 4% .



Entre os jovens que sofrem infarto em São Paulo , 91% fumam . Segundo o cardiologista Marcelo Ferraz Sampaio , responsável pela seção de biologia molecular do Instituto Dante Pazzanese “Esse foi o principal fator de risco , além dos antecedentes familiares [ presentes em 45% dos infartados ] . É muito difícil encontrar um jovem que infartou e que não fume . O pior é que vemos jovens de 12, 13 anos fumando .



Os jovens morrem menos de infarto , porque o seu coração é mais saudável, mas o infarto deixa uma cicatriz no coração . “O jovem fica sequelado.. Tem redução da função ventricular , diminui a contratividade  e o coração bate mais fraco . E essa marca é para toda a vida” .



Não largar o cigarro pode triplicar as chances de o jovem sofrer um novo infarto , revela um estudo grego com infartados abaixo de 35 anos , em que 95% dos infartados jovens fumavam . Desses , 55% continuaram fumando e 32% sofrera, novo infarto em um ano . ( F S P , 13.07.2008 , p. C-8) .



Em 2004, entre os 68 mil habitantes da cidade norte-americana de Helena , o número de internações por infarto do miocárdio diminuiu 40% . Entre os 148 mil habitantes de Pueblo , no Colorado , a queda foi de 15% . Nos 220 mil de Saskatoon , no Canadá, 13% . Em Roma , o número de casos caiu 8% naqueles com mais de 65 anos , e 11% na população abaixo dessa idade . Todas estas reduções estão diretamente associadas a medidas de proibição do fumo em espaços comuns . ( Drauzio Varella , F S P , 30.08.2008, p. E-11) .



DENTIÇÃO



 



Tese de doutorado da odontóloga Cristina Yoshie Garcia Takeuch , defendida na Unesp Araraquara constatou que além de causar manchas amarelas , a fumaça pode alterar a estrutura do esmalte e da dentina . Ela também modifica as propriedades da resina composta , material utilizado em restaurações dentárias . “Provavelmente as mudanças térmicas provocadas pela fumaça do cigarro foram as responsáveis pela alteração das estruturas, pois se sabe que o calor é capaz de modificar a forma de algumas substâncias que constituem o esmalte dental “.



No estudo foram detectados , na estrutura dentária , a presença de Cádmio (Cd), Arsênio ( As) e Chumbo(Pb) , elementos químicos que oferecem risco de câncer , confirmando resultados obtidos por pesquisadores poloneses , em 2004 , sobre a presença de chumbo e cádmio em dentes de leite de crianças que conviviam com fumantes .



O cádmio , não é encontrado naturalmente no organismo humano e qualquer concentração pode ser prejudicial à saúde , funcionando como agente cancerígeno , além de danificar o sistema reprodutivo . Quanto ao chumbo , os efeitos tóxicos podem surgir ao longo do tempo , na forma de distúrbios neurológicos , como dores de cabeça , convulsões, delírios , tremores musculares e distúrbios gastro-intestinais . ( D O E, 20.02.2008 , p. III) .



 



DIABETES



 



Segundo estudo feito pela Ryerso University’s School of Nutrition e pela Universidade de Toronto ( Canadá), com 260 pacientes , entre os portadores de diabetes tipo 2, homens e fumantes são os que menos comparecem aos serviços médicos para monitorar a doença . ( F S P , 26.06.2009, p. C-5) .



 



DICROMIA DOS DEDOS



 



O alcatrão contido na fumaça se acumula nos dedos e nas unhas , deixando-os com uma coloração amarelada . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 23) .



 



 



DISFUNÇÃO SEXUAL



 



Cerca de 50% dos homens e 40% das mulheres acham que as drogas melhoram o desempenho sexual . Em pequenas doses , realmente drogas como o álcool e o cigarro melhoram o desempenho na cama . Porém, o uso freqüente e abusivo começa a provoca alterações na função sexual e a longo prazo traz prejuízos importantes.



Segundo estudo conduzido pela unidade de pesquisa em álcool e droga da Unifesp ( Universidade Federal de São Paulo), cerca de 47% dos dependentes de álcool e outras drogas tem alguma disfunção sexual . Na população em geral este percentual é de 18%, segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro que ouviu mais de 7.000 pessoas em 2004 .



Os principais problemas levantados foram ejaculação precoce ,( 39%), diminuição do desejo sexual ( 19%), dificuldade de ereção ( 12%), retardo na ejaculação ( 8%), e dor durante a relação sexual ( 4%) .



As drogas causam alterações nos neurotransmissores no cérebro, envolvidos no controle da ejaculação . O álcool e a nicotina causam alterações vasculares que dificultam a ereção . A cocaína e maconha , se usadas em altas doses , derrubam a libido . Também esse é o efeito de drogas sintéticas como o ecstasy e o LSD . ( F S P , 2.6.2010, p. C-7) .



 



DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA



 



A doença é caracterizada pela obstrução ( por placas de gordura) , dos vasos das pernas . Pesquisa da Uerj , que avaliou 407 pacientes acima de 30 anos com fatores de risco para a doença concluiu que o tabagismo aumenta em seis vezes a chance de desenvolver o problema . Outros fatores , como ter sofrido um infarto ou um derrame , elevaram entre duas e três vezes essa possibilidade . A quantidade de cigarros fumados também está diretamente ligada ao maior risco da doença . Como apenas 10% dos doentes apresentam o sintoma mais característico da doença , a chamada claudicação intermitente , dificuldade para caminhar devido a uma dor na panturrilha ao andar, a doença costuma ser identificada quando ela está em estágio avançado e pode levar a infecções e necrose . Cerca de 80% das vítimas que procuram um serviço de emergência por causa da doença , só tem a alternativa de amputar a perna .( F S P , 16.09.2009, p. C-5) .



 



DOENÇA DE BUERGUER



 



Também conhecida como tromboangeite obliterante , é uma inflamação das artérias , veias e nervos , principalmente das pernas , que reduz a irrigação sanguínea . Se não é tratada , pode provocar gangrena ( morte dos tecidos). Nesse caso, é necessário a amputação das zonas afetadas . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 22) .



 



 



DORES LOMBARES



 



Cientistas do Finnish Institute of Occupational Health revisaram 40 estudos de várias partes do mundo que envolveram dores lombares de fumantes , ex-fumantes e pessoas que nunca fumaram, feitos entre 1996 e 2009 e concluíram que fumantes , especialmente os mais jovens , tem mais probabilidade de apresentar dores lombares do que pessoas que nunca fumaram .A associação mostrou-se mais forte nos casos em que a dor era crônica ou debilitante .



Não se sabe qual a relação entre fumo e dores lombares , mas as hipóteses incluem uma redução do fornecimento de sangue para a espinha dorsal , um risco mais alto de osteosporose e a circulação aumentada de substâncias relacionadas à dor, no organismo dos fumantes , ( F S P , 12.01.2010, p. C-5) .



 



ENFISEMA E BRONQUITE



 



O cigarro pode causar enfisema pulmonar ( distensão e ruptura dos alvéolos)  e reduzir a capacidade do órgão de captar oxigênio e eliminar dióxido de carbono . Pode causar também bronquite crônica , que contribui para o acúmulo de secreções , provocando tosse dolorosa e dificuldades respiratórias . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 22) .



Segundo levantamento feito pelo Inca , divulgado em 2011 , a maior parte das mortes por doença respiratórias crônicas no Brasil é causada pelo tabagismo . De dez homens que morrem por enfisema pulmonar ou bronquite crônica , oito são fumantes  e de dez mulheres , 6 são fumantes . São números acima da media mundial de 5 homens e 2 mulheres fumantes . Segundo Ricardo Meirelles , pneumologista do Inca , “ essas doenças são causadas principalmente por substâncias irritantes na fumaça do cigarro . Pode ser que o cigarro brasileiro tenha algo diferente que leve a isso “.



No site www.inca.gov.br/observatoriotabaco  é possível encontrar estatísticas , informações sobre tratamentos para deixar o cigarro, ações judiciais e publicidade . ( F s P , 31.05.2011, p. C-6) .



 



ENXAQUECA



 



Estudo publicado em junho de 2009 no “Journal of Haedeche and Pain” , aponta que fumar mais de cinco cigarros por dia , desencadeia crises de enxaqueca. Isso porque o tabaco age como um fator que desencadeia a crise e não as alivia, como se acreditava anteriormente. O estudo foi feito por pesquisadores espanhóis, co 361 estudantes de medicina que sabiam exatamente o que é uma crise de enxaqueca . ( F S P , 26.06.2009, p. C-5) .



 



ESPERMATOZÓIDES – DEFORMAÇÃO



 



O tabaco pode alterar a morfologia dos espermatozóides e danificar o seu DNA, o que aumenta o risco de aborto e defeitos congênitos . Segundo alguns estudos , o homem tem mais probabilidade de gerar um filho que morra de câncer . O tabaco também reduz o número de espermatozóides e dificulta a irrigação sanguínea do pênis , o que pode provocar impotência . A esterilidade é mais frequente entre os fumantes . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 22) .



 



 



ESQUIZOFENIA



 



Na literatura médica existem vários estudos demonstrando uma maior prevalência de tabagismo entre os portadores de esquizofrenia , em relação à população em geral e também em comparação com outros doentes psiquiátricos . Nos EUA cerca de 80% dos esquizofrênicos fumam . ( F S P , 28.03.2009, p. C-9) .



 



ESCLEROSE MÚLTIPLA



 



O tabagismo pode acelerar a progressão da esclerose múltipla segundo estudo feito por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, da Harvard Medical School e do Massashusetts General Hospital que acompanharam 1.465 pacientes com esclerose múltipla por cerca de três anos . Em média , os participantes tinham 42 anos e apresentavam a doença havia 9,4 anos .



Pouco mais da metade (53,2%) nunca havia fumado , 29,2% haviam sido fumantes no passado e 17,5% eram fumantes passivos . A progressão da esclerose múltipla foi avaliada por meio de características clínicas e de exames de ressonância magnética .



Os resultados mostraram que os  fumantes sofriam  de uma forma significativamente mais severa da doença no início do estudo e apresentavam mais a forma primariamente progressiva da doença , caracterizada por um declínio progressivo das capacidades neurológicas , em vez do tipo remitente-recorrente ou surto-remissão .



Em grupo de 891 pacientes foi avaliado ainda em relação à taxa de conversão da forma de surto-remissão para secundariamente progressiva , declínio constante que ocorre a seguir . Ao longo do estudo , 72 pacientes experimentaram essa progressão – que foi mais rápida em fumantes atuais comparados com os que nunca fumaram e similar entre ex-fumantes e os que nunca fumaram . O estudo foi publicado no “Archives of Neurology” . ( F s P , 18.07.2009, p. C-5) .   



 



 



OESTEOSPOROSE



 



O monóxido de carbono , o gás mais nocivo das fumaças de veículos e cigarros , é absorvido pelo sangue muito mais rápido que o oxigênio . Como conseqüência, os ossos perdem densidade , sofrem fraturas mais facilmente e demoram mais para se regenerarem . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 23) .



 



PSORÍASE



 



Os fumantes estão mais propensos a desenvolver a psoríase , uma doença inflamatória da pele que se manifesta através de manchas avermelhadas , pruriginosas e com secreção , que afetam todo o corpo . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 23) .



 



 



PUBERDADE – INÍCIO



 



Um estudo da Universidade de Oklahoma nos EUA , avaliou informações de 3.106 meninas com idades entre 11 e 21 anos e concluiu que os que experimentaram álcool  e cigarros antes da puberdade, tiveram um risco quatro vezes maior de apresentar atrasos no desenvolvimento dos seios, entre outros. Segundo os autores, quando a puberdade ocorre após os 13 anos, há mais risco de a menina crescer menos e de seus ossos ficarem mais fracos . Estudos com animais sugerem que o consumo de álcool e cigarros cedo demais afeta níveis hormonais .( F S P , 15,09.2010, p. C-7) .



 



RUGAS



 



O tabaco provoca envelhecimento prematuro da pelo devido ao desgaste das proteínas que conferem elasticidade ao tecido , assim como com a queda da Vitamina A e redução da irrigação dos vasos sanguíneos . Os fumantes tem uma pelo mais seca , áspera e cheia de pequenas rugas , especialmente ao redor dos lábios e  olhos . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 22) .



 



TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS EM ADOLESCENTES



 



Pesquisadores da Universidade de Oslo na Noruega acompanharam 1501 jovens  entre 13 e 27 anos , durante 13 anos . Concluíram que aqueles que começaram a fumar precocemente , tiveram mais chances de desenvolver depressão , transtornos de ansiedade e pensamentos suicidas em relação a não fumantes . A nicotina  é um estimulante do sistema nervoso central . Como a adolescência é uma fase em que os neurônios não estão totalmente formados , a exposição precoce á substância , deixaria uma “marca “ no cérebro . Essa marca mnêmica aumenta a predisposição à dependência e a outros transtornos que tem como causa um desequilíbrio da neurotransmissão cerebral .



Para a médica Jaqueline Issa do Incor “ Estamos diante de um novo paradigma  da medicina em relação  à nicotina . A gente imaginava que p doente psiquiátrico procurava o tabagismo para aliviar seus sintomas psíquicos . Agora, postula-se o contrário . O fato de ele ter sido exposto ao cigarro na adolescência pode ter levado ao transtorno psiquiátrico”



No Brasil , pesquisas mostram que 90% dos fumantes adquirem o vício antes dos 18 anos , o que aumenta o risco potencial de desenvolver problemas mentais . Vários estudos já demonstraram que a incidência de doenças mentais é maior entre os fumantes que no resto da população . Nos EUA , o índice de tabagismo na população em geral é de 12%  e entre os doentes psiquiátricos chega a 70% . No Brasil não há esse levantamento .



O vício precoce foi confirmado por um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo que aponta que 65% dos dependentes do cigarro começaram a fumar antes dos 15 anos . Desses, 3% deram a primeira tragada antes dos dez anos . A pesquisa foi feita com 500 pacientes atendidos no Cratod , e revela outro dado preocupante , a procura por tratamento para largar o vício costuma ocorrer apenas depois dos 45 anos , e somente 2% dos pacientes procuraram tratamento entre 15 e 24 anos . Portanto os dados indicam que o vício começa muito cedo e a decisão de largar o cigarro muito tarde . ( F S P , 7.11.2009, p. C-6) .



Um trabalho recente , com 668 pacientes , revelou que o tabagismo pesado ( consumo de um ou dois maços de cigarros) durante a adolescência , é associado a um risco maior para o aparecimento de transtorno de pânico , agorafobia e ansiedade generalizada na vida adulta . ( F S P , 28.03.2009, p. C-9) .



De acordo com a Organização Mundial de Saúde , o tabagismo é uma doença pediátrica , já que cerca de 90% dos fumantes regulares começam a fumar antes dos 18 anos .



TPM



 



Estudo publicado no “American Journal of Epidemiology em novembro de 2008 conclui que mulheres fumantes de 27 a 44 anos tem duas vezes mais chances de desenvolver sintomas de TPM , especialmente os relacionados a hormônios como acne e sensibilidade nas mamas . A pesquisa , realizada pela Universidade de Massachussettes , em Amherst foi baseado em análises do Nurse’s Health Study II , que estudou 1057 mulheres com TPM e 1968 que não sofriam do problema . ( F s P , 17.11.2008 , p. C-5) .



 



 



TUBERCULOSE



 



Estudo realizado com cerca de 18 mil pessoas de Taiwan durante três anos , mostra que fumantes tem duas vezes mais risco de desenvolver tuberculose em comparação com quem nunca fumou . Foram excluídas variáveis como sexo, idade , renda familiar , estado civil , consumo de álcool e emprego. Para os pesquisadores , 17% da incidência de tuberculose pode ser atribuída ao tabagismo . Os fumantes tem menor condição de combater vírus e bactérias que podem infectar os pulmões . ( F s P , 25.08.2009, p. C-5) .



 



ÚLCERA GÁSTRICA



 



O consumo de tabaco diminui a resistência das bactérias que causam a úlcera gástrica . Além disso, reduz a capacidade do estômago de neutralizar a acidez depois da digestão , o que propicia a corrosão das paredes do órgão .Nos fumantes , as úlceras não respondem tão bem ao tratamento e as recidivas são mais frequentes. ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 22) .



 



 



VISÃO



 



O tabagismo está associado a alterações circulatórias como a hipertensão que aumenta os riscos para a visão . A fumaça causa irritação .



O cigarro pode causar ou agravar vários problemas oculares . A incidência de catarata é 40% maior nas pessoas que fumam . O tabaco provoca o surgimento da doença de duas maneiras : a irritação direta dos olhos , por conta da fumaça , e a liberação nos pulmões de substâncias químicas que chegam ao globo ocular através da corrente sanguínea. O ato de fumar também se associa â degeneração macular , uma doença incurável , que geralmente atinge pessoas de idade , e que causa a degeneração da zona central da retina , região responsável por focar as imagens , que nos permite ler, dirigir e reconhecer pessoas e cores e apreciar os detalhes de um objeto . ( Saúde São Paulo , ano 6 , nº 15, p. 23) .



 



MULHERES .



 



No mundo , 48% dos homens e 12% das mulheres fumam segundo a OMS . Isso faz das mulheres um alvo do marketing das indústrias . A mulher tem mais dificuldade de deixar de fumar , pois pode ganhar peso . A mulher também experimenta mais diferentes marcas . 



As feministas passaram a erguer o cigarro como uma declaração de autonomia .



Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard nos EUA , feita com 104 mil enfermeiras nos anos entre 1980 e 2004 nos Estados Unidos concluiu que após cinco anos de interrupção do vício as mulheres reduzem em 47% o risco de problemas na coronária , 37% problemas na vascularização no cérebro , 21% de câncer de pulmão e 21% todos os tipos de câncer relacionados , havendo uma redução média de 13% no risco de morte por doenças causadas ou agravadas pelo cigarro .



Após 10 anos de parada as mulheres reduzem em 60% o risco de problemas na coronária , 50% na vascularização do cérebro, 18% no aparelho respiratório, 13% na obstrução pulmonar crônica , 47% no câncer de pulmão e 40% em todos os tipos de cÂncer relacionados .



Após 20 anos de interrupção do vício , os riscos de morrer de problemas coronarianos ou cardiovasculares passa a ser semelhante a quem nunca fumou . Nas outras doenças também houve restrições drásticas .



Quanto maior o tempo de exposição e a quantidade de cigarros, maior o risco de haver problemas . Por sua vez as mulheres tem mais dificuldade de parar de fumare por conta própria devido aos problemas associados de ganho de peso e alterações de humor . ( F S P , 10.05.2008 , p. C-3) .



Levantamento realizado com 6.000 pacientes que fizeram tratamento no GAT – Grupo de Apoio ao Tabagista , do Hospital A. C. Camargo , em São Paulo conclui que as mulheres fumantes tem mais dificuldade para abandonar o vício porque são mais dependentes psicologicamente do cigarro e sentindo os efeitos da depressão demoram em média um ano para parar de fumar contra três meses dos homens , em média . 



Verificou-se que cerca de 60% das pessoas deprimidas fumam . Segundo a OMS , a depressão atinge duas mulheres para cada homem e por isso a mulher normalmente enxerga o cigarro como um remédio , como uma fuga  e o cigarro normalmente acaba mascarando os sintomas da depressão .



Quase 40% das mulheres que passam por tratamento para parar de fumar no Incor precisam tomar antidepressivos em algum momento . Segundo a cardiologista Jaqueline Scholz Issa do Incor , “Quando a mulher tenta parar de fumar , ela acha que está ficando deprimida, quando na verdade ela já estava deprimida e não sabia. “ O cérebro do não fumante possui receptores de dopamina, acetilcolina e serototonina , que proporcionam sensações de prazer ao corpo . Quando uma pessoa começa a fumar , a nicotina “substitui” a ação desses neurotransmissores , que deixam de ser produzidos naturalmente pelo organismo . Quando a mulher para de fumar , sem os efeitos da nicotina no cérebro o corpo começa a sentir os efeitos da depressão . Segundo Issa “ são necessárias , no mínimo , 12 semanas para que o organismo volte a produzir [neurotransmissores] naturalmente “ . Depois do tratamento, , a neurocaptação volta ao normal em 70% dos pacientes , “os outros 30% podem ter recaída” . ( F S P , 30.12.2008 , p. C-5) .



Pesquisa realizada na Noruega , analisando dados de 954 pacientes com DPOC ( doença pulmonar obstrutiva crônica ), e de 855 pessoas saudáveis, todos fumantes ou ex-fumantes concluiu que as mulheres são mais suscetíveis aos efeitos negativos do cigarro do que os homens . A diferença de gênero na suscetibilidade à doença se mostrou mais elevada na medida em que a exposição ao fumo era mais baixa , ou seja, as mulheres toleram menos do que os homens a exposição a uma pequena quantidade de tabaco . ( F s P , 14.05.2009, p. C-7) .



 



MULHERES ADOLESCENTES SE EQUPARAM AOS HOMENS



 



Para a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor o jovem “ mantém o negócio da indústria . Depois, quando vai envelhecendo , tende a parar de fumar . Ou porque morre , ou porque adoece, ou quando após 20 anos de fumo, diversas conseqüências começam a aparecer . Então, uma nova safra de jovens é atingida para manter o mercado . As características da adolescência o deixam vulnerável . A indústria sabe disso . Não tem mais publicidade direta, mas tem publicidade no ponto de venda , misturado com docinho, balinha .Há diferentes formas de tabaco que o confundem . O jovem não pensa no amanhã, para ele o que importa é hoje. Ele acha que tem total domínio e controle . Mas de seis meses a dois anos de uso do cigarro , ele perde essa autonomia . O processo de parada será com sintomas de abstinência .



No Sul , as meninas fumam mais do que os meninos . Nos Estados do Nordeste , elas fumam menos . A idade em que o jovem começa afumar caiu para 13 anos . Era entre 15 e 16 na década de 80 . ( F S P , 1.6.2008 , p. C-16) .



Segundo pesquisa da Unifesp os meninos que fumam são 8,6% da população entre 14 e 18 anos e as meninas já somam 6,7% . Ou seja , entre adolescentes as mulheres já se equipararam aos homens , enquanto na população como um todo há um abismo com 25% dos homens e apenas 14% das mulheres fumando .



Para a psiquiatra Ana Cecília marques , coordenadora do estudo , feito a partir de 3.077 entrevistas “As meninas consomem maconha, cocaína e álcool com uma freqüência semelhante à dos meninos . A pesquisa mostra que isso ocorre também com o tabaco . “



Segundo ela , três fatores explicam o aumento das adolescentes fumantes : “ A menina amadurece mais cedo , bebe mais cedo, tem uma vida sexual mais precoce . Por isso ela começa a fumar mais cedo”.



Contribuem ainda a pressão dos pares e da mídia , com os meninos incitando as meninas a fumar e modelos e atrizes fumando na TV .



Para piorar , a indústria do cigarro criou produtos específicos para atrair mulheres e adolescentes . Segundo Clarissa Hamsi , da ACT “ Maço de cigarro com florzinha , com porta-batom lilás, com fone de ouvido , cigarros fininhos com nomes fashion como Vogue , logotipos que parecem o de Yves Saint Laurent “.



Há ainda a chamada venda casada com relógio e maço de Free, caixa de iPode maço de Luck Strike e fone de ouvido e L&M , considerada ilegal pela ACT e pelo Ministério Público de São Paulo . ( F s P , 24.08.2009, p. C-1) .



 



 



DIFICULDADE PARA ENGRAVIDAR



 



Análise que envolveu 4.800 mulheres não fumantes atendidas no Roswell Park Câncer Institute , que resultou em estudo da Universidade de Rochester , publicado na revista “Tobacco Control”, revela que 40% das mulheres que eram expostas ao cigarro por mais de seis horas ou mais por dia, tiveram dificuldade para engravidar ou sofreram abortos espontâneos . Segundo Luke Peppone, um dos autores do estudo, o cigarro contém toxinas que , supostamente , podem danificar o material genético das células reprodutivas – inibindo a fertilização – e aumentar o risco de aborto espontâneo por influir na produção de hormônios necessários ao desenvolvimento da gravidez . Para ele , entretanto, não há ainda confirmação científica da causalidade entre como o fumo passivo afeta o organismo da mulher . ( F S P , 5.1.2008 , p. C-5) .



Pesquisa feita por cientistas da Universidade de Glasgow na Escócia , considerando as informações de mais de 700.000 mulheres , recolhidas ao longo de 14 anos , concluiu que, desde a adoção da lei que proíbe o fumo em lugares públicos na Escócia,  a quantidade de nascimento de prematuros diminuiu 10% . De acordo com os autores do trabalho, publicado na revista “PLoS Medicine”, essa redução tem ligação direta com a lei, embora o declínio já possa ser observado alguns meses anteriores à adoção da legislação . ( F S P , 8.3.2012, p. C-6) .



 



ANTECIPAÇÃO DA MENOPAUSA



 



Estudo feito por pesquisadores da Uerj , publicado em dezembro de 2008 na revista “Maturitas”, revela que , se a mulher parar de fumar antes de chegar á menopausa , o efeito negativo do fumo – de antecipar a interrupção do fluxo menstrual – é irrisório , mesmo que ela tenha fumado por anos .



A redução da idade da menopausa em um a dois anos , que tem como causa principal o fumo , eleva a incidência de doenças cardiovasculares ( em 38% se antes dos 50 anos)  e de osteoporose .



O estudo demonstrou que o efeito biológico do fumo nos folículos dos ovários não é irreversível . Portanto , se a mulher parar de fumar antes da menopausa , não a antecipa , reduzindo os riscos de doenças graves, ao mesmo tempo que melhora, em tese , sua qualidade de vida . ( F S P , 2.12.2008 , p. C-7) .



 



ACIDENTES



 



Estudo do Centro Médico da Universidade de Massachussetts nos EUA, desenvolvido pelo médico Joseph Difranza mostrou que os fumantes recebem 46% mais multas que os não fumantes e são responsáveis por acidentes de trânsito em uma proporção 50% maior do que os não  fumantes . Foram entrevistados mais de 3.700 motoristas e conclui-se que os fumantes tem mais tendência à velocidade , a avançar o sinal vermelho e a provocar acidentes porque sentem prazer em se arriscar na direção, da mesma forma que o fazem ao fumar . O pesquisador não conseguiu encontrar uma evidência que prove que o fumo causa mudanças fisiológicas que torne os motoristas fumantes menos atentos . ( O Estado de São Paulo, 23.09.1986) . 



 



DROGAS EMAGRECEDORAS



 



Segundo pesquisa feita por médicos da Universidade de Lausanne na Suíça, seis dos maiores fabricantes de cigarros do mundo usaram ou fizeram planos de usar aditivos químicos em seus produtos para reduzir o apetite . Os documentos citam o uso de anfetamina , efedrina , gás do riso e ácido tartárico.  A prática durou pelo menos 50 anos, de 1949 a 1999 segundo os pesquisadores . A vantagem do supressor de apetite para a indústria é que ele amplia uma característica do cigarro : a capacidade de reduzir a fome , com a ação da nicotina que diminui a ação da insulina , reduzindo a entrada de glicose nas células , ação que é potencializada com o supressor de apetite .



O levantamento foi feito com base em documentos da própria indústria de cigarros  que vieram a público por determinação judicial, após uma ação pública nos EUA na qual as empresas foram condenadas a uma indenização de US$ 220 bilhões por terem omitido os males provocados pelo fumo por 40 anos . ( F S P , 2.5.2011, p. C-6) .



 



EFEITO EMAGRECEDOR DA NICOTINA



 



Pesquisa publicada na revista “Science” desvendou o mecanismo responsável por diminuir a fome dos fumantes. A nicotina reduz o apetite atiçando um grupo de neurônios no cérebro, na região do hipotálamo, ligados à saciedade.  A nicotina faz esses neurônios sinalizarem que a pessoa já comeu o suficiente . Por isso , fumantes quando deixam o vício , tendem a engordar . havendo a possibilidade de neutralizar este efeito com o uso de substitutivos do cigarro como o chiclete de nicotina . ( F S P , 10.06.2011 , p. C-8) .



  


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