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Ensaios-->Rocinha sem Madrinha -- 29/11/2011 - 08:57 (Arlindo de Melo Freire) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Rocinha sem Madrinha
 

 


                                                                                                     Arlindo Freire*
As novas e velhas revelações que se apresentam no mundo constituem a era do caos absurdo, confuso, complexo, sem qualquer explicação de acerto e equilíbrio em condições normais do bom-senso, da inteligência, evolução, coerência, dignidade, justiça – direitos e deveres que caracterizam a personalidade social.
No meio civilizado de hoje, nas cidades grandes e pequenas, nos grupos sociais, políticos, econômicos, religiosos e culturais – assistimos, constantemente, aos sinais e manifestações desta natureza, como fatos que depois de analisados, fazem a negação dos valores capazes de causar a evolução do ser humano.
- Quais os acontecimentos que explicam estas afirmações?
Nos quatro cantos da Terra, de alguma maneira, temos as comprovações desta teoria – começando pelas favelas brasileiras, vilas e cidades pobres, sem os meios básicos para a sobrevivência humana – saúde, educação, trabalho, alimentação, transporte e lazer indispensáveis à vida.
Os povos indígenas, apesar de analfabetos, ignorantes, abandonados, famintos, isolados – jamais fizeram tanta miséria, quanto os Homens Brancos – traficantes, criminosos, especialmente os que habitam as favelas e cortiços, existentes em grande número, nas cidades maiores, sem os meios de vida necessários.
Está comprovado que os jovens e adultos tribais – vivendo nas matas, isolados do mundo civilizado, longe da civilização, meios de comunicação social e de outros recursos modernos, inclusive da Internet, bem como de toda a mídia – preferem morrer diante dessas condições, do que matar os outros que dispõem dessas novas facilidades, mesmo como vingança sobre as barbaridades sofridas durante a colonização de 3 séculos consecutivos, quando o genocídio foi a cartilha fundamental para os povos tribais – estes preferiram deixar as suas terras, diante das perseguições e da morte com armas de fogo, prisões e espancamentos dos colonizadores.
Sob tal concepção ou modo de ser, nem mesmo a cocaína plantada, colhida, e consumida, livremente pelos índios – serviu de motivos e supostas razões para o uso e abuso da mesma ao ponto de servir como droga ou fator para a mudança do comportamento, visando à disposição para tomar qualquer atitude, inclusive a criminosa.
Em determinadas circunstâncias, outros indígenas sul-americanos, excetuando-se do Brasil – fizeram morticínios em massa, antes de 1500, de preferência no México – Incas e Astecas, para conquistar a riqueza e poder, como alguns governantes nativos, absolutos e imperiais, a exemplo do que se verificou no Egito Antigo – tempo dos Faraós
Nos morros e montanhas das cidades brasileiras – os Homens Brancos alfabetizados, ricos e pobres, espertos ou vivos, descendentes de índios, escravos e europeus – preferem andar pelos caminhos da vida mais fácil, ou seja, ganhar o pão de cada dia, sem fazer muito esforço – comprando, vendendo e consumindo drogas com outros viciados nas ruas, repartições, escolas, universidades, salões de festas e demais locais.
Parece até que dessa maneira – os narcotraficantes andam pelos caminhos indígenas entre as plantações de coca, ou seja, seguem os exemplos destes, o que na verdade não tem qualquer fundamento, pois os homens e mulheres tribais jamais fizeram morticínios sob os efeitos das plantas alucinantes, a exemplo do que vem sendo realizado pelos grupos de marginais das cidades.
Através da mídia internacional – temos conhecimento de que os tóxicos são produzidos, explorados e comercializados com incentivos de grandes organizações, em diversas regiões da Terra, com a participação de gente rica e poderosa que consegue se manter no desenrolar dos tempos – passando de pai para filhos ao passar de longos anos.
No meio da liderança político-partidária do Oriente e Ocidente estão também as numerosas lideranças que assumem o poder com os recursos financeiros oriundos da produção e comércio das drogas para efeito de garantia governamental, por tempo indeterminado, em regime ditatorial, com perseguição e até mesmo a morte dos opositores..
Na década de 1960 – foram organizados grupos de intelectuais e cientistas da Europa, além de outros continentes, defensores do uso das drogas, como substância de estímulo e coragem aos trabalhos de forma mais avançada, criativa e inovadora nas diversas áreas da atividade humana.
Foi a partir daquele momento histórico que o mundo inteiro abriu os seus braços para abraçar o culto das gerações de então, especialmente, a juventude sobre apologia aos produtos alucinógenos – como fator de grandeza e libertação para o ser humano oprimido pelas convenções estabelecidas.
Recorde-se, por exemplo, que no decorrer da Guerra do Vietnam – até 1975, os soldados dos Estados Unidos – foram expressivos consumidores de drogas, a partir da designação militar para o combate naquela região em que eles perderiam suas vidas, em plena juventude, sob as ordens do governo norte-americano.
Agora, na conexão do episódio em questão, depois do fracasso no Vietnam sob a luz das drogas – podemos admitir que a recente decisão dos laboratórios farmacêuticos dos USA, em pesquisar e fazer com que tais produtos sejam indicados para a cura de diversas doenças do organismo humano – é mais uma formula ou moda do capital estrangeiro – para o aproveitamento dessa fonte de riqueza.
Seria bastante oportuno lembrar que, depois dessas experiências – hoje em dia temos a capital mundial das drogas: Amsterdam-Holanda, onde anualmente, durante o Carnaval, homens e mulheres nus desfilam pelas ruas, com pinturas nos corpos e mostrando, abertamente, os seus órgãos sexuais, chamando atenção do público para a liberdade.
Estamos assistindo a mais um jogo de ilusões ou piada dos grupos de dominação do capitalismo, sob a pretensão duvidosa de adoção dos seus benefícios para a humanidade?
A resposta objetiva e correta – está na história das grandes nações e grupos que se dizem poderosos, decisivos e controladores dos acontecimentos que interferem e se projetam nas questões da humanidade, de preferência nos setores dependentes das categorias sociais de menor poder aquisitivo sob a dependência nos demais.
Com e sem drogas, o nudismo tem sido uma maneira de afirmação e projeção pelo mundo inteiro, para a satisfação das emoções, sob apoio e consentimento da sociedade com seus governantes, a exemplo do que aconteceu durante o Império Romano, no retorno dos guerreiros às suas comunidades.
Naquele tempo longínquo, os governantes imperiais determinavam que seus guerreiros fossem recebidos pelas jovens donzelas numa determinada casa para o atendimento das autoridades militares, com muito carinho e o prazer sexual, além da comida na cama com a bebida – jarras de vinho, para quem escapara das guerras e tivera chance de retornar à pátria.
Os chamados eventos semelhantes ainda se repetem na atualidade, não apenas em lugares distantes, mas também nas cidades grandes e pequenas do Brasil: casais que se reúnem em mansões, por toda a noite, onde fazem a troca de chaves, entre mulheres e homens casados que mudam de quartos, de maneira alegre e feliz, sem o respeito e dignidade, com muito uísque e outras bebidas, sem dispensar as drogas, para estimular o apetite sexual.
No sorriso da “troca de chaves” figura uma realidade reservada e bastante limitada, sem haver divulgação intensa na crônica social da cidade, motivo pelo qual fica guardada sob “sete chaves” no baú das alcovas com banho de piscina, a exemplo do que faziam Cleópatra e Marco Antonio durante o seu reinado no Império Romano.
Ninguém poderá fazer a comprovação disso, tampouco garantir a sua ocorrência, mas, assim mesmo, todo mundo sabe e comenta essa realidade da vida noturna feita nos fins de semana nas pequenas e grandes cidades, inclusive Natal-RN, onde os militares norte-americanos, por ocasião da II Guerra Mundial, fizeram farras homéricas com moças de famílias grã-finas e saias levantadas no meio das ruas, pelos gringos de olhos azuis.
Nos antigos costumes e hábitos do Oriente Médio, tanto nas cidades, quanto nos desertos, de povos tribais e civilizados, as drogas fazem outros heróis nos mais diversos setores: políticos, administrativos, sociais, culturais e econômicos de variados modos – sempre com destaque na afirmação e projeção deles – machismo e prepotência.
Com as suas 20 mulheres – Osama Bin Laden tornou-se conhecido assim no mundo inteiro, depois do ataque de 22 de setembro sobre as torres gêmeas do WTC, nos Estados Unidos, pelo que foi morto, após 10 anos desse acontecimento – como o maior terrorista do mundo.
No início do século 17, o cacique Janduí, das tribos do sertão nordestino, sediado no Rio Grande do Norte, vivia na companhia de 20 mulheres, das quais houve mais de 20 filhos indígenas – todos resistentes à dominação portuguesa e, posteriormente holandesa no território brasileiro de então.
Na fumaça da raiz de Jurema, bem como no vinho da mesma – os indígenas do Nordeste tiveram o seu tóxico mais saboroso e sempre usado nas festas coletivas, com paz e harmonia, sem a violência com revoltas e guerras contra os seus opositores, exceto ao serem atacados pelos invasores de suas terras.
Sob a conexão dos fatos relacionados com as drogas – podemos admitir que temos em mãos o minúsculo grão de areia existente nas dunas de Natal, repetindo-se em todas as favelas do Brasil e do mundo, como símbolo em dimensão microcóspica – repetido em proporção infinita, que precisa ser analisada à luz do bom-senso e da verdade para a evolução da humanidade.
A questão mundial das favelas e drogas no plano social, econômico, político e da saúde – jamais poderá ser encaminhada.de modo isolado, particular ou localizado considerando que a miséria vem sendo ampliada pelas quatro direções do planeta, da mesma forma de antigamente, sendo que na atualidade está assumindo proporções quase ilimitadas.
O que vem sendo efetuado no Rio de Janeiro – Rocinha e outras favelas, podem e devem ser motivo concreto ou real para a certeza de que a decisão governamental, sob o respaldo da sociedade, representa a viabilidade para a solução do que atinge à coletividade – até mesmo em se tratando da violência com as conseqüências do crime e da morte.
No momento está comprovado que mediante ação governamental organizada, objetiva e decidida existe a capacidade para a solução dos problemas, daí porque esse exemplo requer a sua ampliação por todo o país, em vez de se pretender “tapar o Sol com a peneira”, perdendo toda a energia que recebemos para viver conforme a natureza.
Na recente experiência de combate aos efeitos das drogas nas favelas cariocas, a Mula-sem-Cabeça do imaginário indígena, apesar de ser um mito verdadeiro, está encontrando grande resistência para o prosseguimento de sua carreira – solta pelo mundo afora – dizimando crianças, jovens e adultos - deixando o espectro do sangue com a morte na esfera mundial.
Na expectativa do desenvolvimento – seria melhor, justo, coerente e indispensável que os recursos estimados em 52 bilhões de Reais – para a infra-estrutura da Copa do Mundo no Brasil – fossem aplicados em programa de trabalho, a ser elaborado, para limpar o lixo das mazelas de causas e efeitos do uso das drogas em todo o país, como fator degradante e destruidor.
A simples e complexa instalação das UPPs no Rio de Janeiro, por si só, jamais terá as condições para atender às necessidades das favelas atingidas pelo narcotráfico e suas consequências devastadoras nas comunidades, considerando que a questão maior reside em toda a estrutura social, econômica e cultural.
A Rocinha sem Madrinha espera e confia na linha silenciosa e aberta da justiça, dignidade, respeito e solidariedade do seu país, assim como dos demais, no plano mundial, para que a ONU – via FAO, OMS, Unesco, OIT e outros organismos, além do G-20 – abram suas asas para evitar os fatores da miséria destruidora da humanidade.
Sem esta perspectiva – O que será do Um Bilhão de seres humanos passando fome e sede, sem trabalho, saúde, educação e outras necessidades básicas, no século 21 - da globalização com pretendido progresso e desenvolvimento!?
Para que seja constituída a imagem da Madrinha na Rocinha – basta olhar nas páginas da Bíblia, as idéias e ações da Viúva Judite, antes de Cristo, seguida pela jovem Joana d´Arc, Irmã Dulce, Tereza de Calcutá, Zilda Arns e a mãe de Jesus – Maria, esta considerada a mulher mais bonita e digna nas rocinhas de Jerusalém, em carta de ex-governante da época.
Se os políticos, governos e sociedade quiserem a rocinha brasileira poderá, certamente, ser transformada em vasto ou imenso campo de cultura com flores e frutos permanentes, mais a sabedoria e paz para as gerações atuais e do futuro.*Jornalista, sociólogo-UFRN.
 

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