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Ensaios-->Natal sem Mundial -- 11/01/2012 - 15:59 (Arlindo de Melo Freire) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

Natal sem Mundial

                                                                                                                                    Arlindo Freire*

Com o espírito de luz e reconhecimento sobre a história, cultura, antropologia, além da sociologia, demais ciências correlatas – Natal-RN deveria ter no seu espaço geográfico, um mega presépio para efeito de consideração e atendimento à expectativa da sua população que depois de 17 gerações, ainda desconhece essa experiência contida.

O bom-senso e a coerência sobre os acontecimentos - são os fatores decisivos para a formulação desta ideia, bem como a projeção da mesma no espaço físico que recebeu a denominação de Santos Reis em 1599, quando os colonizadores iniciaram os propósitos de implantação da futura cidade, entre o mar e o rio, com a instalação de uma fortaleza com rolos de madeira.

=Mega presépio em Natal-RN, porque?

São numerosos os motivos que justificam a execução de um plano desta natureza,se houver qualquer intenção de considerar, respeitar e reconhecer os valores indispensáveis sobre acidade pequena, bonita, simples, humilde, acolhedora, carinhosa e amigável – denominada Capital Potiguar.

No período de 1599-1825, as guerras feitas contra os indígenas resultaram no extermínio destes pelos governos luso-brasileiros, no litoral e sertão, motivos pelos quais, atualmente o Rio Grande do Norte não dispõe de população nativa ou tribal, assim como o Piauí, apesar de informações estatísticas contrárias.

Nas terras litorâneas do RN-PB os Potiguara viviam como aliados dos franceses, na fase inicial, sendo adversários dos portugueses, daí por que foram perseguidos pelos governos de Portugal, quando então ficaram aliados dos holandeses, juntamente com a maioria indígena do sertão no propósito de expulsar os governantes portugueses.

Assim – fazendoguerras+guerras intercaladas ou pausadas no espaço de 226 anos, com a finalidade de exterminar os povos indígenas, os reinos da França, Portugal, Holanda e outros países europeus fizeram as suas manobras para que os índios deixassem de complicar as suas atividades de exploração econômica e política do Brasil – dominação territorial com extração do Pau-Brasil, criação de gado e plantação da cana de açúcar para atender às necessidades da Europa.

Naquela fase da história, os europeus ainda estavam com a vontade de se recuperar dos destroços causados pelas guerras dos 116 anos, motivo pelo qual, certamente, fizeram a concentração de esforços para a ocupação das Américas – via marítima, em que Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Holanda foram os pioneiros – sempre na base da competição pela dominação dos novos territórios.

Na grande corrida sobre mar-terra do Novo Mundo, o Brasil habitado pelos indígenas de origem secular e pré-histórica ficou aos cuidados da Coroa Portuguesa, com adversidade da França e outras nações, especialmente no tocante às religiões, exceto da França e Espanha católicas em que Joana d´Arc tornou-se santa – Guerra dos 100 Anos.

No cenário da miséria causado pelas guerras – foi que a Europa veio tirar os proveitos no continente Americano, visando recuperar todos os seus bens destruídos, de qualquer maneira, até mesmo com a realização de outras guerras, o que foi realizado – expulsão e extermínio dos indígenas considerados “sem fé e sem lei”, segundo a concepção colonialista sucedida pela capitalista da burguesia.

No sistema da “guerra é guerra!” os governos europeus tiveram maiores preocupações com as explorações, inicialmente, do ouro e da prata no continente avistado por Américo Vespúcio, antes de 1500, seguidos pelos recursos agrícolas e pastoris, sem jamais esquecer os indígenas com sua organização e fidelidade ao espaço em que viviam – nas matas, serras, vales, planaltos de conformidade com a sua cultura e a longa experiência de vida – 140 mil anos da pré-história.

Foi naquele mundo caótico que nasceu o Brasil “civilizado”, toda América e Natal-RN, sendo que nesta, felizmente, tivemos a memória das estrelas dos Reis Magos iluminando parte do mar, dunas, terra e rio Potengi, desde 1597 – quando chegou o capitão-mor de Pernambuco Manoel Mascarenhas Homem para expulsar os franceses que estavam se utilizando dos indígenas para o comércio com o Páu-Brasil.

Na festa natalina daquele ano – 25-12, Mascarenhascom seus 400 homens em 14 navios, desembarcou as suas tropas sob as ordens do rei Filipe II, da Espanha – para fazer a retirada dos corsários de França, bem como construir uma fortaleza em que ficariam as forças para defender a futura cidade, dando prosseguimento à ocupaçãodo território brasileiro com o atraso de quase 100 anos.

Por incrível que pareça, o mundo não sabia, nem imaginava, mas talvez tivesse no subconsciente, a visão de futuro monumental para Natal relacionada com os demais continentes, sobretudo África e Europa, partindo da costa rio-grandense-do-nortecom mais de 400km ocupados pelas dunas, barreiras e vegetação com o mar do salmais puro e melhor do mundo.

No mistério da existência humana, Mascarenhas Homem, na qualidade de enviado dos governos de Espanha-Portugal, foi quem plantou a semente de Natal-RN com o sangue indígena derramado nas praias, ao mesmo tempo em que, após a montagem do forte de madeiras, inclusive Páu-Brasil, no curso de 1598, denominou de Reis Magos para identificar aquela obra – no dia 25-12, daí porque em seguida Natal ficou com este nome da cidade.

Os protestos e revoltas dos índios sobre a instalação da fortaleza – foramefetivados em diversas oportunidades de modo inesperado, com as próprias armas de pequeno efeito - flechas e outras, enquanto as tropas oficiais dispunham de espadas e espingardas para abater os seus inimigos fortes,  corajosos e destemidos.

Nos variados momentos de lutas – durante noite e dia, a vitória luso-brasileira nunca deixou de ser constante para que houvesse a proteção e segurança do forte ou quartel general dos colonizadores que antes haviam abandonado o domínio de grande parcela das terras brasileiras, como resultado da escassez de recursos dos governos anteriores.

Nas ações pela defesa do Rio Grande sob as determinações de Mascarenhas e seus sucessores, cerca de mil indígenas Potiguara foram mortos e perseguidos durante várias ocasiões, seguidos de outros que abandonaram as suas tribos com destino ignorado, em busca da tranquilidade e paz em que desejavam continuar.

Nas imediações do forte permaneceram apenas alguns grupos nativos de então, constituídos pelos que tinham dado preferênciaaos novos administradores do reino de Portugal-Espanha – para que fosse a comunidade de colonos, assim como a posterior cidade do Natal, naquele final do século 17 – quando a Europa, lentamente procurava sair das graves frustrações bélicas.

No crime e castigo praticados sob o comando de Mascarenhas foi plantada uma das sementes da colonização com vistas para a região Nordeste, os povos africanos, europeus e de outras regiões, a partir da posição geográfica

em que Santos Reis – Natal-RN é o ponto  do Brasil de maior avanço no oceano Atlântico para facilidade na conexão com os demais planos mundiais.

Na sistemática da extinção indígena, em nome da paz, colonização e da civilização constituída pelos europeus – os conflitos tiveram prosseguimento nas terras banhadas de sangue dos povos naturais – até 1825, no litoral e sertão Potiguara, além de todo Nordeste, com a participação de índios que se fizeram aliados das forças militares do reino.

Em consequência desses e outros motivos – está configurada a razão para que Natal reconheça e valorize a sua projeção internacional, não apenas pela história indígena, mas ainda pelo que vem acontecendo em variadas épocas do mundo em movimento constante, como referência para a humanidade que pouco conhece a cidade em questão.

Para que exista o panorama de Natal expressiva para o mundo – seria indispensável a combinação da história com o seu nome de lugar, ou seja – o mega presépio ao ar livre, composto pelas figuras e situações sobre a natalidade do Filho de Deus naquele curral de Belém, onde o menino foi posto pela Sua Mãe, no cocho em que o gado comia.

=Seria mais um presépio, sem necessidade pública?

Outra cidade, sem essa denominação – jamais poderia ter as condições para fazer o presépio ao ar livre, com funcionamento durante todo o ano, aos fins de semana, mostrando todas as cenas da Natividade Cristã, para demonstração aos visitantes e turistas, bem como da população local, de preferência os grupos de crianças, jovens e adultos.

No cenário presepial seriam expostos todos os detalhes daquele acontecimento, desde o nascimento de Jesus, na companhia de Santa Maria e São José, mais a presença do Menino no cocho do curral ou na manjedoura, de acordo com o detalhamento feito na história e no Evangelho, inclusive no tocante aos Reis Magos e à estrela.

Na complementação do presépio poderia ser feita a imagem do Cristo crucificado entre os dois ladrões, com pouca distância do motivo principal, mais um grupo de figuras indígenas nas características dos Potiguara e dos Tarairiú que tiveram participação, direta e indiretamente, na formação de Natal-RN, desde o forte de Santos Reis.

Os mártires de Cunhaú-Uruaçu poderiam ser outras figuras para a composição do presépio a ser contido pela independência religiosa que tem sido pouco considerada, através da história, pela escassez de estudo,  pesquisa e discussão em torno deste assunto.

As imagens dos principais caciques das tribos que estiveram situadas no Rio Grande – teriam, indispensavelmente o seu lugar na área do presépio onde ficariam ainda os sacerdotes católicos que tiveram destaques na conversão e educação dos povos nativos.

As estátuas dos pagés e suas mulheres: Poti ou Felipe, Clara Camarão, Janduí, Paraupaba, Canindé, Jaguararí e muitos outros registrados pela história a ser organizada e definida, partindo de Câmara Cascudo, Hélio Galvão, Olavo de Medeiros Filho, Tavares de Lyra e outros – jamais estariam fora do presépio Natal-RN.

As instituições culturais de todo o Rio Grande do Norte – norte, sul, leste e oeste poderiam, livremente fazer uma campanha de esclarecimento neste sentido, sob a coordenação amistosa e solidária da Arquidiocese de Natal, IHG-RN – Instituto Histórico e Geográfico, ANL – Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, UBES-RN – União Brasileira de Escritores, das Universidades em funcionamento, Prefeitura de Natal e Secretarias de Educação do Estado, Município, mais do Governo Federal.

=Quem deixaria de participar das reuniões com esse objetivo?

Se o necessário projeto desta natureza, a ser elaborado, tiver arte, beleza, história, cultura, estética e decisão – certamente qualquer pessoa que for convocada fará a sua parte para que no conjunto tudo venha ser a realização de forma coletiva, para o orgulho, bem-estar e felicidade da população Potiguar no passado, futuro e presente.

=Onde – local de Natal-RN, o empreendimento poderia ser feito?

Nas proximidades do maior conjunto residencial da América do Sul – Cidade Satélite, sobre as dunas – no lado Oeste de Natal, mais precisamente na área do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, avenida Prudente de Morais, com área de 162ha. da qual apenas uma parte seria ocupada pelo presépio Natal-RN sob dimensão internacional.3Janeiro2012.*Jornalista, Sociólogo-UFRN.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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