Usina de Letras
Usina de Letras
15 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62280 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50667)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6207)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O que não faz o remorso! -- 29/09/2002 - 12:58 (Priscila de Loureiro Coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que não faz o remorso !

A fidelidade é algo tão delicado que, via de regra, envolve situações bastante conflitantes e desastrosas.
Nossa história hoje, é tragicómica, para se dizer o mínimo, uma vez que ocorreu com uma pessoa que sempre primou pela impecabilidade de atitudes.
Nosso protagonista, pessoa digna, de caráter firme, formação tradicional e valores bastante edificados, viu-se tentado por circunstàncias da vida. Casado, com dois filhinhos, foi sempre exemplo de dedicação e responsabilidade.
Estava realizando um projeto para a firma que trabalha, projeto este em parceria com outra empresa do ramo. Foi indicada uma secretária da tal empresa, para acompanhá-lo, e sem que pudesse opinar, viu-se convivendo, quase dez horas por dia, com a moça em questão.. De conduta um tanto duvidosa, passou a envolver nosso personagem, que relutava heroicamente, numa situação constrangedora, e difícil de conduzir.
De maneira impecável, realizava o trabalho sem deixar-se enredar pelos apelos dos sentidos.
Resistiu o quanto pode, até que um dia, não mais suportando tanta pressão, acabou cedendo a tentação.
Após se organizar, em meio a muito nervoso e alterações de ànimo, ligou para a esposa e avisou que não tinha hora para chegar em casa, por conta de uma reunião emergencial. Suava frio ao desligar o telefone e já antecipava o remorso que sentiria.
A noite foi um total desastre, com todos os desencontros possíveis e imagináveis, e depois de tanta confusão, acabou discutindo com a jovem e nem aconteceu o tal encontro, embora houvessem passado considerável tempo juntos .
Chegou em casa de madrugada, exausto, estressado e com um drama de consciência enorme, atrapalhando-o no descanso merecido.
Dia seguinte, sábado, era dia do churrasco em família, já programado há semanas. Todos se preparavam animados e nosso herói, esforçava-se para demonstrar um entusiasmo, que estava longe de sentir.
Tanto queria agradar sua esposa que ofereceu-se para levar a sogra e desviou um bom tanto de seu caminho, apenas para fazer a gentileza, que acreditava, agradaria sua companheira.....que aos seus olhos havia sido magoada, mesmo sem o saber...
Já a caminho de Pinda, onde aconteceria o tal churrasco, em dado momento, atormentado como estava seu espirito, distraiu-se na direção e por pouco não colide com um carro que estava ultrapassando.
Todos se assustaram, mas não passou de um mal momento, nada que uma boa e súbita freada não tenha resolvido.
Neste momento, com a brusca freada, algo bateu em seu pé, e ao olhar, horrorizado, reconheceu um sapato de mulher.
Em pànico, suava, mal respirando, sofrendo todas as penas que uma consciência pesada pode causar. Sem que percebessem, aproveitando-se do alvoroço que o susto havia causado em todos, conseguiu pegar o tal calçado, e bem devagarinho, foi disfarçando e conseguiu por fim, jogar janela a fora, num esforço hercúleo para se controlar.
A essas alturas, tinha certeza que teria um colapso ou algo pior..... Seu desespero era tanto que apenas conseguia orar para que chegasse ao seu destino vivo, sem machucar a família .....e se propondo a nunca mais em sua vida, se quer pensar em fazer algo errado.....Tinha quase certeza que o enfarte o rondava sinistramente.....
A família, desconhecendo seu estado de espírito, agitava-se normalmente. Como todo grupo que conta com duas crianças, iam cantando, brigando , enfim... vivenciando a rotina de uma viagem familiar .
Finalmente chegaram. Aliviado, nosso amigo, desliga o carro agradecendo aos anjos por ter sido poupado da mais terrível situação que nem em pesadelos sonhara passar.
Nesse momento, a sogra se manifesta, perguntando onde está o pé de seu sapato, que não há meio de encontrar.......
Todos iniciam a busca e em meio a palpites e reclamações ninguém observa a cara apatetada de nosso protagonista, que sem cor, começa a perceber o que havia acontecido....Agora começa a Ter certeza que seu fim está próximo, tal o desespero que o envolve!!!!
Com a sogra já perdendo a paciência e brigando além da conta, ele acaba tentando convencê-la de que havia saído de casa sem o outro pé.....fato que seria impraticável, uma vez que o sapato em questão era de salto alto, mas mesmo assim, ele tentava com todas os argumentos possíveis convencê-la disto.
Neste momento, o filho mais velho, de seis anos, fala com a candura apenas reconhecida nos querubins de igrejas antigas....
- Mas papai, será que não foi o sapato da vovó que você jogou no meio da estrada?!


Priscila de Loureiro Coelho
Consultora de Desenvolvimento de Pessoas
e-mail: pri.co@bol.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui