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Humor-->PITTA- A PRIMEIRA MENTIRA -- 30/03/2000 - 12:55 (Luciano Henrique Ponce Leones) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PITTA- A PRIMEIRA MENTIRA


Quem nasce em cidades do interior sabe como é difícil em época de férias escolares ter o que fazer, e é na falta de ocupação que surgem as brincadeiras que muitas vezes chegam a ser perigosas. A história que passo a narrar aconteceu em uma cidade do interior de Goiás no início da década de 90 e seria no mínimo fantástica não fosse a falta de respaldos que comprovem a sua veracidade. Mas assim mesmo vamos aos fatos, ou melhor ao que teria acontecido caso fosse verídica.
Eu contava com mais ou menos quinze anos (verdade), e na companhia de mais dois amigos, Pitta e Aírton, resolvemos acabar a monótona tarde de sábado caçando as escondidas com uma espingarda Felobé do pai de Pitta que havia viajado para pescar. Se já não nos bastasse estarmos de posse de tal espingarda que diga-se de passagem contava com um único projétil, ainda achamos que precisaríamos de um facão que facilitasse nossa entrada na mata próxima a chácara. É claro que o escolhido foi justamente o que nos pareceu mais valioso, justamente um que pertenceu ao bisavô de Pitta (que o adquiriu em uma negociata de precatórios), que por sua vez havia pertencido ao famoso bandeirante Anhanguera, tendo inclusive este último dito á época, que sem aquele objeto as Bandeiras teriam sido um sonho inútil.
Após adentrarmos a mata descobrimos o quão difícil seria para nós "caçadores de primeira viagem" abatermos qualquer animal que fosse, quanto mais um de grande porte. Já passavam de cinco horas e o dia não tardaria a dar lugar a noite momento em que, êxtase, nos deparamos com um pequeno veado mateiro que ofegante, quase exausto, estaca-se a nossa frente a cerca de vinte metros, Pitta que até alí trazia consigo a espingarda não hesita em mirá-lo, e só foi interrompido pela surpreendente presença de uma jaguatirica (no início dos anos noventa ainda eram vistas no cerrado de Goiás), que ao que tudo indica perseguia o veado, vindo a segunda a parar há poucos metros adiante de nós. Nesse momento nós três não nos entendíamos sobre as vantagens de abatermos este ou aquele animal. Pitta e Eu concordávamos que melhor seria abater o pequeno mateiro que nos forneceria além do couro, carne da melhor qualidade (e segundo Pitta também nos daria alguns trocados numa conta de um laranja ou na Suíça), já Aírton parecia hipnotizado pela beleza da pele do pequeno felino. Como não sairíamos daquela discussão antes do anoitecer, e dispuséssemos de somente um cartucho, adiantei-me alguns passos e enterrei o facão de ponta para baixo e com o corte virado para nós de maneira que estivesse posicionado a mesma distância entre os dois animais, Pitta (que sabe tudo de segundas intenções) de pronto entendeu minhas intenções e fez mira no corte do facão disparando de imediato um tiro certeiro que ao dividir-se atingiu os dois alvos que já tombaram sem vida.
Como já escurecia e não tínhamos tempo para comemorações nem delongas, tratamos de recolher as duas presas e voltar para a chácara. Nem bem havíamos andado alguns minutos e nos lembramos do facão, aquele que pertencera a Anhanguera, e que já havia me esquecido também de mencionar acompanhou o bisavô de Pitta na campanha da FEB na segunda grande guerra. De pronto retornamos e, alívio, localizamos o facão enterrado no mesmo local onde o havíamos deixado, e qual não foi a surpresa de Aírton ao desenterrá-lo e perceber que em sua ponta havia um grande espécime de tatu-bola, considerado por muitos caçadores mentirosos como o mais saboroso.


Moral da estória- como dizia Daniel Bonne " não é preciso só ter boa pontaria é também necessário ter sorte e não ser companheiro de equipe do Shumacher"
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