Usina de Letras
Usina de Letras
155 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62215 )

Cartas ( 21334)

Contos (13261)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50610)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->21. FRUTOS VERDES E MADUROS -- 30/09/2002 - 06:45 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Notavelmente, posso vir falar de frutos maduros e não apenas dos verdes. Já colhi, na árvore de meus empreendimentos morais, alguns pomos maravilhosos para depositar, com fé ardente, aos pés de Jesus.

Um deles é esta indiscutível capacidade de manifestar-me aos encarnados através da mediunidade, o que venho desenvolvendo há bastante tempo, desde quando fui encaminhada para junto de sagrada mesa evangélica, a fim de receber as instruções iniciais de que estava do outro lado da realidade.

Agora tento redigir mensagem de otimismo e esperança, crente de que obterei sucesso, haja vista as inúmeras composições que alcançam divulgação entre os humanos. Se tanta gente saboreia estes suculentos frutos, por que não irei eu também conseguir um bem madurinho, encarnado e doce?

Que méritos reuni para isto? Estudei bastante e dediquei-me ao exame de todos os sentimentos de culpa que trouxe até esta colónia. Aqui descobri muitas outras falhas, a maioria das quais se encontram em fase de debelação. São os frutos verdes, aqueles que estão altos demais para esta raposa matreira.

No entanto, basta que os amigos tenham a bondade de aceitar-me a comunicação e já terei bons motivos para superar um dos óbices de meu crescimento espiritual: a inveja, uma vez que me sinto trêmula quando observo as magníficas mensagens que chegam até às vibrações dos mortais e que retornam na forma de agradecimentos e preces.

Sei que o objetivo é auxiliar, entretanto, se alcançar comunicar-me com seres sem jaça moral, espiritistas cónscios de suas obrigações fraternais para com todos os filhos do Senhor, também serei agraciada por sua benevolência e carinhoso afeto.

Estarei sub-repticiamente realizando crítica aos que se endereçam de preferência aos que lêem as suas páginas na intenção de encontrar conforto e diretrizes para aperfeiçoamento espiritual? Também, porque considero essas notícias bastante prejudiciais para quem as escreve, quando não têm a estrutura moral necessária para administrar conselhos de caráter superior.

Devo ressalvar que existem espíritos sábios e muito adiantados capazes de se apresentar perante os mortais para deixar orientações preciosas quanto à melhoria do procedimento. Mas, no àmbito desta escola, afora os mentores e administradores, a totalidade dos alunos é carente de conhecimentos e de elevação para sapecarem nos pobres que nos lêem recomendações morais. Caso se reservassem a repetir, citando a fonte, as palavras de Kardec ou dos espíritos de luz que lhe davam assistência, ainda assim iria opor-me a eles, pois tais textos se encontram editados e profusamente disseminados no seio da humanidade.

Então, limitar-me a caracterizar o que de bom ou de mau fundamenta minha personalidade é roteiro que me agrada e que me esforço por consignar aqui, embora não diga tudo diretamente, deixando nas entrelinhas muitas de minhas dificuldades, o que assinalo para a reflexão dos amigos.

- Por que você não traz à luz algum fato importante a que tenha dado origem e que possa estabelecer mais claramente a envergadura de seu caráter?

A pergunta me veio da consciência, de forma objetiva e honesta. Ao descrever, os amigos revelam exatamente como são. Pois a minha relutància, agora definitivamente exposta, apenas consigna, apesar do rigor da terminologia que estou empregando, a fraqueza de considerar-me um pouco melhor dos que os outros, ou seja, colocando em termos exatos, sou orgulhosa e egoísta. Orgulho e egoísmo que reconheço e que estou tentando eliminar através de muita dedicação aos problemas e deficiências dos que lançam até nós seus pedidos de socorro.

Querem mais? Pois, definitivamente, também me sinto prepotente, preguiçosa, sem fé, sem esperança e sem caridade. E muitíssimo maliciosa, o que desejo atenuar, vencendo o desejo de esconder aquele fato real que traria até mim, talvez, a ojeriza de alguns leitores por demais exigentes que não consideram válido transformar a mediunidade apostólica em mero confessionário de fundo de igreja.

Pois odiei meu filho, chegando ao ponto de abatê-lo...

Não consigo narrar o episódio, tão cru e tão trágico foi para minha existência. Até descobrir que matando-o ou não eu permaneceria no mesmo estágio, acrescentando apenas mais um débito ao passivo de minhas dívidas, errei pelo etéreo, rugindo, vendo em cada ser que se aproximava de mim a sombra do desgraçado querendo vingar-se. E o coitado, quando tive a ventura de ser recebida por ele, queria era salvar-me de mim mesma.

Graças a Deus! Abençoado seja aquela criatura que me levou para receber o aviso de minha morte! Abençoados todos os meus parceiros que me facultaram esta declaração e me permitiram ser abraçada por tantas almas de eleição!

Não parece mas acabo de colher mais uma frutinha gostosa, cujo sabor gostaria de poder colocar-lhes na boca. De qualquer forma, relendo o que escrevi, tenho a impressão de que não estou tão longe assim de obter dos leitores o perdão por lhes frustrar mais uma vez a expectativa de encontrar algo nobre e instrutivo.

Fiquem na paz do Senhor!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui