Usina de Letras
Usina de Letras
159 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->UMA MULHER... UMA MULHER! -- 04/01/2003 - 02:31 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


UMA MULHER... UMA MULHER!


O
sono me havia subtraido a noite. Conseguir cerrar os olhos, fingir esta “morte” cotidiana, mastigar ilusões irrumináveis, delírios, tontice. Não me dou conta da hora em que te ancoraste, silenciosa, suave e misteriosamente, feito esfinge. Um último bastião, paredes frondosas, tu e teu exército de desculpas, razões e demais reservas. Esconderijo inexpugnável de personagens, a Frida Kahlo que se põe à soleira de imemorial tempo de revisões lacanianas, ocultada sob mil véus...
Antes do conhecer-nos, uma expectativa diminuta emoldurava o rosto branco, um batom discreto numa boca de anseios desconhecidos. A altivez feminina da Frida, combinava com cautelas e um código mínimo de palavras sob medida, mas nem tão monossilábico. O interlocutor, amalgamado no universo da pessoa-poesia, da pessoa-palavra, um rito a que se dá o luxo recorrer, diante de uma musa, uma deusa com vísceras, alma e um silêncio desmedido. O branco vestuário, imaculado, feito as mãos e o jogo de dedos a machucar discretamente um pedaço máximo de discrição. Em seguida, vêm os elogios do macho, uma leve carícia nos cabelos perfeitamente ajustados ao conjunto harmônico, um som de cítara, harpa e alaúde. O recital começara bem antes de o maestro chegar ao praticável, erguer a batuta, sob o olhar atento da mulher, a musa do sonho interminável do poeta.
A execução, debalde ensaios irrealizados, dá-se independentemente do quarteto de madeira e cordas: sentimento, razão, ousadia e cautela. A luz passando insistente através do vidro quadrado da parede de tua tolerância, reflete parte da imagem permitida durante a sessão cibernética, quando ambos se instalam ocultos, per se. Bits e bytes digladiam-se, escravos de dois personagens ocultos em apelidos, prestes a se disfarçarem de si mesmos: xico® e FridaKahlo34, emaranhados e conscientes do papel que exercem no mundo. O sonho me aprisionara na teia da noite. A mim, restaria apenas um pouco da brancura de tua roupa interior, que não se revelará enquanto não nos aprouver um certo código, que se deslinda quando a paixão nos despir, finalmente.


WALTER DA SILVA
Aldeia Camaragibe PE
1º de janeiro de 2003.
Inserido em “22 CONTOS DE RÉS” ®

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui