PRÓLOGO
Marcelino Rodriguez
Parece que a sociedade anda abrindo mãos de seus verdadeiros intelectuais e poetas, pensando que pode dispensá-los e a literatura e continuar vivendo tranquilamente
numa república de alienados e subdesenvolvidos de informação. Andam escondendo tanto Paltão, Santo Agostinho e Madame Blavstky que daqui a pouco vamos até acreditar que a alma é uma bobagem e os grandes cantores do Brasil são mesmo esses que a mídia mostra e não aqueles que ela esconde. É como se Deus não gostasse dos pobres Nerds.
estaremos condenados a ouvir música de péssima qualidade até que venha outro Noé a nos
abençoar de chamar um dilúvio.
A relação do Brasileiro com a educação e com os livros é quase inexistente. Apenas dois por cento do país são verdadeiramente leitores. Uns outros cinco por cento leem razoavelmente, dentro dos padrões
considerados satisfatórios. Isso cria uma população desinformada, intelectualmente miserável e corrupta, uma vez que ignorando o mundo simbólico, o que é sagrado? Quem é informado? De onde vem a informação?
O que é verdade? O que é mentira? Existe o sistema solar? Cada religião tem um diferente?
Enfim, sem leitura a confusão é tanta que passou-se a considerar real o que traz "resultados". E o egoísmo passou a ser um comportamento socialmente brilhante.
os outros e seu valor, aos poucos, deixam de existir.
O Brasil não é um país letrado, justamente porque seus próprios professores não são leitores.
É um pais de gênios sem livros.
Enquanto não se mudar isso, sempre estará o país dando voltas em torno do nada com seus burocratas humanos incapazes de sentimentos superiores, porque os desconhecem.
Um país sem grandeza a exterminar seus talentos.
Claro está que isso num futuro médio fará submergir a sociedade num clube de oatetas e homicidas.
O Brasil não mudará políticamente, nem educacionalmente, nem socialmente sem mudar a relação da sociedade com os livros e o conhecimento. O ser humano é feito de sentimento, imaginação, intelecto e intuição.
Para desenvolver essas faculdades, todas elas, é necessário ler.
Ensine seu filho a ler e a gostar de livros que na hora que vier o dilúvio, pode ter certeza que ele
estará na Arca.
Ensine-o a ver que mapa não é território, coisa que hoje confunde a imensa maioria dos brasileiros.
Espero que esse livro contribua para
o alerta de que ler é parte da vida e não apenas um hábito.
O Brasil precisa de mais leitores do que de todo resto que nos anda a encher a paciência e a causar risos.
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