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Ensaios-->O que é a Esquerda, hoje, depois da queda? -- 13/03/2013 - 16:01 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O que é a Esquerda, hoje, depois da queda?

1a Parte


Carlos I. S. Azambuja em 12 de abril de 2006

Resumo:Na história do pensamento socialista sempre imperou uma visão salvacionista e quase religiosa, como se ela pudesse curar todas as doenças da sociedade, resolver todos os problemas e criar um homem-novo.

© 2006 MidiaSemMascara.org

 

Diz-se que o socialismo é parte da luta pelo aprofundamento e extensão da democracia a todas as áreas da vida; que seu avanço não está inscrito em nenhum processo histórico pré-ordenado, mas é o resultado de uma pressão constante, desde baixo, pela expansão da democracia; e que essa pressão baseia-se no fato de que a grande maioria, localizada no ponto mais baixo da pirâmide social, necessita desses direitos para resistir e limitar o poder ao qual está sujeita. Isso, no entanto, não é verdade. Ou melhor, não é toda a verdade. O socialismo não procura apenas a limitação do poder, mas a eliminação do poder; a erradicação do capitalismo como princípio organizador da vida social.

Apenas 30 ou 40 anos após a chegada de Lenin à estação Finlândia, em Petrogrado, um terço da humanidade já vivia sob regimes diretamente derivados dos “dez dias que abalaram o mundo”.

No entanto, a prática dos regimes onde o socialismo foi implantado - em todos os lugares pela força das armas - foi não a afirmação, mas a negação do seu significado. Nos regimes ditos socialistas, os meios de atividade econômica - denominados meios de produção - foram colocados sob a propriedade de um Estado todo-poderoso dirigido por um partido-único e, sem democracia, tudo não passou de um coletivismo autoritário, eliminando qualquer noção de igualdade. As diversas esquerdas e a mídia, em todo o mundo, durante 70 anos, classificaram esses regimes de socialistas. 

É bem verdade que o domínio da minoria, com o poder firmemente concentrado em um relativamente pequeno número de pessoas, sempre foi uma característica inevitável da condição humana em todos os tempos. Essa asserção sobre a inevitabilidade do domínio das minorias repousa em algumas proposições. Uma delas é que em qualquer sociedade existe uma divisão natural entre uma minoria, destinada pela virtude de seus atributos a dirigir a maioria ou a torná-la subordinada. Esses atributos podem variar com os tempos: o poder físico, a coragem, a habilidade mental, o conhecimento especializado, a riqueza, a astúcia, o roubo e a trapaça – como faz no Brasil o Partido dos Trabalhadores - ou uma combinação de todos. Essa minoria poderá ser derrubada mas, historicamente, o resultado será sempre a substituição de uma minoria por outra. A questão verdadeira é saber se o Estado dispõe de meios legítimos de controle sobre as pessoas a quem está atribuído o Poder.

Na história do pensamento socialista sempre imperou uma visão salvacionista e quase religiosa, como se ele pudesse curar todas as doenças da sociedade, resolver todos os problemas, acabar com os conflitos e, finalmente, criar um homem-novo. Mas, para isso, a condição primeira seria varrer do mapa a velha ordem, ou seja, o capitalismo, única base material possível para o surgimento do socialismo. Afinal, segundo Marx, “Nenhuma ordem social é jamais destruída antes que todas as forças produtivas sejam plenamente desenvolvidas”.

Ora, o socialismo, onde quer que tenha sido imposto, não seguiu essa premissa básica, a começar pela Rússia czarista de 1917, “uma sociedade atrasada e medieval; uma Rússia primitiva e amorfa”, segundo Gramsci. As condições para a transformação do regime político não existiam na Rússia de 1917, um país camponês que era sinônimo de pobreza, ignorância e atraso, e onde o proletariado industrial, o predestinado coveiro do capitalismo, era apenas uma minúscula minoria.

Hoje, parece que a absoluta maioria dos socialistas de todos os matizes deixou de acreditar na viabilidade de uma não-economia de mercado e na possibilidade e conveniência de uma economia estatal de planejamento centralizado do tipo da desenvolvida na União Soviética. O fato é que alguns nunca acreditaram nela mas, mesmo os que acreditaram, hoje perderam a fé. Os socialistas, no passado, a começar por Marx, sonharam com uma sociedade comunista sem mercado e talvez até sem moeda. Essa utopia, hoje, não pode mais ser sustentada, nem o é.

O debate entre liberais e socialistas, hoje, ao que tudo indica, não é sobre o mercado sem controle versus o Estado que tudo controla; não é sobre ser a favor ou contra o planejamento econômico - sem o qual nenhuma grande corporação poderia funcionar -; não é sobre ser a favor ou contra a empresa pública ou privada. O debate entre liberais e socialistas não mais diz respeito ao socialismo e sim aos limites do capitalismo, do liberalismo e do mercado sem o controle da ação pública. O debate atual é sobre se uma sociedade, onde não haja lugar específico para a ética, para a justiça social e para a moralidade poderá sobreviver. Segundo Eric Hobsbawn, considerado o maior intelectual marxista vivo, “Se essa ação pública e de planejamento não for iniciada por pessoas que acreditam nos valores da liberdade, razão e civilização, será iniciada por pessoas que não acreditam nesses valores. O certo é que terá que ser iniciada por alguém”.

Recorde-se que logo após a queda da Bastilha, em 1789, na França, foi instalada uma Assembléia Nacional Constituinte, onde os partidários do antigo regime sentavam-se à direita do plenário e os defensores da nova ordem à esquerda.

A partir daí, a direita passou a ser identificada com as teses conservadoras da sociedade, com a manutenção dos sistemas vigentes. A esquerda, por seu turno, sempre se caracterizou por integrar os que almejam a derrubada (ou, como se diz atualmente de uma forma light, a “superação”) da ordem vigente. Tanto isso é correto, que na União Soviética sob a direção de Gorbachev (1986-1991), a Nomenklatura que dirigia o aparato do partido e do Estado foi tachada “de direita”, por recusar as reformas simbolizadas pela “perestroika” e pela “glasnost”, que acabaram por levar à derrocada do edifício arquitetado em 1917.

Tudo isso ocorreu pela própria ambigüidade do lema adotado pela esquerda surgida da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Diz-se que a liberdade econômica, baseada na propriedade privada, provocaria uma desigualdade econômica, social e política, tornando, assim, antagônicos, os termos liberdade e igualdade.

Foi nessa direção que avançou a formação da esquerda, pelo menos até 1848, quando Marx e Engels publicaram o Manifesto Comunista. O Manifesto fez uma radiografia da história da humanidade até chegar ao capitalismo, concluindo que as contradições entre exploradores e explorados, dominadores e dominados, caracterizam a história dos homens. Nesse sentido, os proletários teriam uma função histórica especial, considerando que sua localização estratégica no capitalismo lhes possibilitaria destruí-lo e sedimentar as bases de uma sociedade sem exploração.

A proliferação dos movimentos constituídos por proletários, em diversos países, ainda no século passado, levou a que fosse construída uma coordenação, que recebeu a denominação de Associação Internacional dos Trabalhadores, também conhecida como I Internacional, que buscou organizar internacionalmente os trabalhadores para a derrubada do capitalismo. A I Internacional obedecia a uma máxima, de autoria de MARX, que buscava integrar todos os grupos: “A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”. Mas o que se viu, todavia, foi o partido dito da classe operária passar a falar e a agir em nome dos trabalhadores, o Comitê Central falar em nome do partido e o Secretário-Geral falar em nome de todos.

Cronologicamente, chegou-se então à Comuna de Paris, quando o exército francês deixou a cidade fugindo das tropas alemãs chefiadas por Bismarck. Aproveitando-se do vazio deixado, os proletários de então iniciaram a criação de um novo Poder. A primeira medida da Comuna de Paris foi a substituição do Exército profissional por milícias populares, e a substituição da Polícia pelo autocontrole da própria sociedade. Para demonstrar o seu internacionalismo, um operário alemão - originário justamente do país com o qual a França estava em guerra - foi designado Ministro do Trabalho da Comuna. Não demorou para que essa primeira experiência de socialismo fosse derrubada por uma ação conjunta dos exércitos francês e alemão.

A partir daí, uma discussão, até os dias de hoje, tomou conta da esquerda: reforma ou revolução? Transformação gradual do capitalismo em socialismo ou ruptura violenta com o Estado capitalista? Os dois métodos são considerados marxistas. O primeiro descrito no Manifesto Comunista, e o segundo, 20 anos depois, em O Capital. O método gradual e intervencionista teve em Antonio Gramsci o seu mais brilhante defensor.

Quando da I Guerra Mundial, essas diferenças entre transformação gradual e ruptura violenta se concretizaram numa divisão formal dentro da esquerda, e a II Internacional, ou Internacional Socialista - que havia sucedido a I Internacional devido ao aprofundamento das divergências entre comunistas e anarquistas - dividiu-se entre os que passaram a ser chamados de social-democratas, e os comunistas, que após a tomada do poder na Rússia, fundaram a III Internacional.

Consolidava-se, assim, a cisão entre os revolucionários da III Internacional e os reformistas da II Internacional, divisão que persiste nos dias atuais.

                   

 

O que é a Esquerda, hoje, depois da queda? Final


Carlos I.S. Azambuja em 13 de abril de 2006



Resumo:Resta à esquerda defender o fim das desigualdades sociais. Mas isso é pouco, pois não há quem seja contra o fim das desigualdades sociais.

© 2006 MidiaSemMascara.org

 

A Revolução Bolchevique, na Rússia atrasada e medieval, contrariou - repetimos - as previsões de Marx que havia vaticinado que o advento do socialismo supunha o anterior desenvolvimento econômico e social do capitalismo, que seria superado pela apropriação coletiva, por todos os trabalhadores, dos frutos da produção da sociedade. Na Rússia, sob o nome de socialismo, os bolcheviques implantaram um sistema econômico improvisado na arruinada casca rural do antigo império czarista. Lenin, posteriormente, tentou justificar esse equívoco de Marx, ao definir a Rússia czarista como “o elo mais fraco da cadeia imperialista”.

Recorde-se que a Revolução Bolchevique não derrubou o regime czarista, caído em fevereiro de 1917, antes do final da I Guerra Mundial, mas sim o que o sucedeu, o chamado Governo Provisório, chefiado por Kerensky.

Stalin, que em 1924 tornou-se o sucessor de Lenin, privilegiou a igualdade em detrimento da liberdade e da fraternidade, socializando militarmente a agricultura, causando a morte de milhões de camponeses, impondo um regime brutal ao país e a seu próprio partido e constituindo um Estado ditatorial.

Logo a esquerda mundial, já dividida, colocou-se entre os que apoiavam as medidas de Stalin e os que se colocavam contra o caminho assumido pelo dirigente do partido da classe operária soviética. Os caminhos escolhidos pelo stalinismo expropriaram a burguesia - é verdade - mas colocaram no Poder, não os trabalhadores, mas uma burocracia que mais tarde viria a ser conhecida como a Nomenklatura, ou uma Nova Classe, segundo a expressão do dissidente iugoslavo Milovan Djilas.

Todavia, a Revolução Bolchevique, apesar de tudo isso, não deixou de ser um ponto de referência para a esquerda de todo o mundo, um marco para as lutas políticas internacionais.

Ao final da II Guerra Mundial foram definidas, pelo chamado Tratado de Yalta, as áreas de influência entre as duas maiores potências emergentes - a União Soviética e os EUA -, ficando a URSS com espaço livre para expandir sua influência ao Leste da Europa. Com isso, a Checoslováquia, Bulgária, Albânia, Polônia, Hungria, Iugoslávia, Alemanha Oriental e, mais tarde, a China, a Coréia do Norte e o Vietnã do Norte, se agregariam ao chamado campo socialista, constituindo regimes à imagem do modelo soviético: planejamento econômico centralizado, partido único, sistema político fechado, ausência de liberdade e forte presença da própria União Soviética dentro desses Estados.

Na Ásia, a China, a Coréia do Norte e o Vietnã instalaram regimes à semelhança do soviético em países ainda mais atrasados do que a Rússia de 1917, contrariando, mais uma vez, as previsões de Marx.

Tudo isso criou uma bipolaridade no mundo entre as áreas de influência dos EUA e da URSS, estreitando as alternativas para os demais países. Em Cuba, em 1959, com a vitória da guerrilha castrista, foi implantado no país um regime de partido único que impediu, e impede até hoje, a pluralidade política, a autonomia sindical e tolhe a liberdade. Um regime que hipotecou a liberdade das pessoas a um suposto bem-estar social. Esse regime, que também se intitula socialista, vige até hoje, embora já descaracterizado face à forçada opção pela economia de mercado, antagônica aos preceitos marxistas.

Em 1968, no auge da revolução cubana, com a chamada Revolução Cultural chinesa, com a resistência vietnamita ao poderio norte-americano, com as lutas pacifistas e por igualdade racial nos EUA, com os distúrbios que ficaram conhecidos como o Maio de 1968, no Quartier Latin, em Paris, e com o surgimento de movimentos guerrilheiros em toda a América Latina, o mundo parecia à beira de uma virada à esquerda, embora essas ações não contassem com a anuência da maioria, senão da totalidade dos partidos comunistas de linha ortodoxa, que pregavam métodos legais e institucionais de luta, com receio que os acontecimentos fugissem do seu controle.

A utopia de então baseava-se em lemas tais como “é proibido proibir”, “seja realista, peça o impossível”, e outros semelhantes.

A morte de Che Guevara, em outubro de 1967, na Bolívia, a derrota dos trotskistas e anarquistas do “maio francês”, a tomada do poder por regimes militares em diversos países da América Latina - Brasil, Uruguai, Argentina, Peru e Bolívia -, a derrota dos movimentos guerrilheiros em alguns países da região, a ruptura – ou pseudo-ruptura - entre a China e a União Soviética, prenunciaram o advento de tempos duros para a esquerda. Poucos anos depois, em setembro de 1973, era deposto no Chile o regime marxista de Salvador Allende, ficando Cuba e a Europa como única opção de refúgio aos grupos guerrilheiros latino-americanos e seus aliados.

Finalmente, ao final de década de 80, o desmoronamento do socialismo real nos países subjugados do Leste-Europeu, e o desaparecimento da própria União Soviética em dezembro de 1991, iriam marcar o fim de uma época histórica iniciada em 1917 com a Revolução Bolchevique. Tudo isso, no entanto, deixou uma montanha de mortos e uma monumental fatura, ainda impossível de calcular por inteiro, como estamos assistindo, com as dores do parto de uma Nova Ordem Mundial e o advento do terrorismo como forma de luta, o nacionalismo extremado, o fundamentalismo, a imigração, os conflitos tribais, o contrabando de material nuclear e o crime organizado.

Segundo a análise do sociólogo e escritor marxista Emir Simão Sader, em seu livro “O Anjo Torto”, o comunismo já produziu no Brasil três gerações diferentes de movimentos de esquerda: os comunistas, os anarquistas e os socialistas do início do século representaram a primeira geração; a segunda foi a das organizações guerrilheiras de luta armada, nos anos 60 e 70, que elevaram o seqüestro de pessoas e de aviões, os assaltos a bancos e a estabelecimentos comerciais, à condição de tática militar; e a terceira é aquela que a partir da Anistia de 1979 se consolidou e representa a atualidade, embora ainda não refeita do choque que representou o desmonte do socialismo real e hoje submersa num mar de lama, sob o olhar passivo das “autoridades”, quase todas também submersas nesse mar de lama.

A tática utilizada pelas organizações guerrilheiras dos anos 60 e início dos 70, exportada por Cuba para toda a América Latina e alguns países da África, consistia em utilizar um pequeno grupo de revolucionários dispostos ao sacrifício: obtêm armas, montam um bom sistema de abastecimento, propaganda, sabotagem e recrutamento nas cidades, e transforma-se em um foco militar e político que catalisaria todas as rebeldias e iria crescendo de forma inexorável até transformar-se em um exército, ganhando a população, derrotando o inimigo e apoderando-se do Poder. Essa tática revelou-se uma utopia, onde quer que tenha sido posta em prática.

O esquema soviético de tomada do poder, por sua vez - que ainda persiste em algumas cabeças, apesar do fim do socialismo real -, sempre consistiu em ter um partido minoritário, porém seleto, ligado à classe operária e valendo-se de um jornal, greves, atividades parlamentares, declarações, comícios, manifestações, panfletagens, etc., ir ganhando, através de um paciente e tenaz trabalho de doutrinamento e infiltração, primeiro a classe operária e depois a maioria da população. Num dado momento, reunidas as chamadas condições objetivas e subjetivas, a direção do partido, através de manifestações e palavras-de-ordem, greve geral e atividades clandestinas de destacamentos armados, daria o golpe final no regime, que cairia facilmente porque, necessariamente, se encontraria em seu mais alto grau de decomposição. Segundo uma famosa definição de Lenin, “seria o mesmo que dar um soco num aleijado”. Em nenhum lugar do mundo jamais essa tática obteve êxito.

A tática chinesa, de cerco das cidades pelos campos, através da instalação de uma guerrilha rural, tentada no Brasil através da chamada guerrilha do Araguaia, também se revelou inócua.

Mas, o que é a esquerda, hoje?

Denominações de partidos comunistas foram abandonadas. Antigos ídolos e referências, como Lênin, Stalin, Mao-Tsetung, os símbolos da foice e martelo, e conceitos considerados imutáveis, como a “inevitabilidade do socialismo” - que passou a ser encarado como “uma possibilidade” -, a tomada revolucionária do Estado e seu posterior fortalecimento como via de transição ao socialismo, a ditadura do proletariado, o partido único, a economia centralmente planificada, etc., foram relegados às calendas, em todo o mundo, pela quase totalidade da esquerda. Tudo isso agravado pelo esgotamento histórico e a crescente divisão da classe operária, em nome da qual o Poder seria tomado.

Apesar dos esforços daquela parte da esquerda onde há sinais de vida inteligente que busca uma nova utopia, uma “utopia viável” (expressão de Fernando Henrique Cardoso, no Estado de São Paulo de 27 de agosto de 1995), ainda não foram encontradas respostas para as questões deixadas pelo fim do socialismo. Alguns insistem na tese de que o que caiu não foi “o socialismo”, mas sim “o socialismo real”, uma deformação do “socialismo”, e defendem um retorno a Marx, ou seja, um retorno ao século XIX. Aliás, não é a primeira vez que a esquerda se volta para Marx. Na década de 50, quando os crimes de Stalin e “as realidades inaceitáveis da União Soviética” foram expostos por Kruschev, a volta a Marx “representou um esforço de auto-retificação da esquerda, bem como de reinserção na linha de frente da aventura intelectual” (Roberto Schwarz, autor de “Um Seminário de Marx”, Folha de São Paulo de 08 Out 95).

Todavia, pelo que se conhece dos escritos de Marx, Engels, Lenin e seus epígonos, não pode haver uma esquerda que defenda o livre mercado ou, como escreveu o deputado Roberto Freire, “um livre mercado com elementos públicos e privados”, sem deixar de ser esquerda. Ou pode?

Restará à esquerda defender o fim das desigualdades sociais. Mas isso é pouco, pois não há quem seja contra o fim das desigualdades sociais. Nem mesmo Hitler, na década de 30, com seu nacional-socialismo, quando assumiu o Poder, deixou de prometer isso.

A esse respeito, são muitas as semelhanças. O comunismo iria criar o homem-novo, e o nazismo, uma super-raça. Ambos com a pretensão de dominar o mundo. A Rússia transformou-se num grande soviete, uma República Socialista Soviética, enquanto o nacional-socialismo objetivava a criação de uma única, indivisível e total Volksgemeinschaft (Comunidade Popular). Ambos eram anti-liberais e realizaram programas sociais para as massas. 

Todavia, é cedo ainda para analisar tudo o que realmente aconteceu no mundo do marxismo, desde quando, em 1848, foi publicado o Manifesto Comunista, e muito menos o que virá a acontecer agora após o seu desmoronamento. Em 1989, quando das festividades de comemoração dos 200 anos da Revolução Francesa, um filósofo chinês, em Paris, perguntado sobre como encarava aquela revolução, respondeu ser prematura qualquer análise, pois não havia ainda uma perspectiva histórica.

 

Dados Bibliográficos:

 

- “Direita e Esquerda; Razões e Significados de uma Distinção Política”, Norberto Bobbio, EDUNESP, 1995;

- “Política: Pra Que? Atuação Partidária no Brasil Contemporâneo”, Marcelo Ridenti editora Atual, 1993.

 

Leia os textos de Félix Maier acessando o blog e sites abaixo:

PIRACEMA - Nadando contra a corrente

Mídia Sem Máscara

Netsaber

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Para conhecer a história do terrorismo esquerdista no Brasil, acesse:

Wikipédia do Terrorismo no Brasil

 

TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA NO BRASIL:

Por Reinaldo Azevedo - Blog da revista Veja

TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 1

TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 2
TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 3

TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 4

 

Para conhecer o terrorismo biológico de petistas contra plantações de cacau no Sul da Bahia clique em

http://veja.abril.com.br/210606/p_060.html

 

Leia sobre o Movimento Militar de 31 de Março de 1964: O Cruzeiro - 10 de abril de 1964 - Edição extra

Leia sobre os antecedentes do Movimento de 1964 em Guerrilha comunista no Brasil e Apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro

Leia Julgamentos da Contrarrevolução de 1964 – Rachel de Queiroz, Roberto Marinho, Editorial do JB e Luiz Inácio Lula da Silva

Faça o download do ORVIL – Tentativas de Tomada do Poder: http://www.averdadesufocada.com/images/orvil/orvil_completo.pdf

(já disponível em livro - http://www.editoraschoba.com.br/detalhe-livro.php?id=281)

 

Ainda:

 

A nação que se salvou a si mesma

Artigo especial escaneado da Revista Reader& 39;s Digest de Novembro de 1964

Clarence W. Hall - Redator do The Reader& 39;s Digest

http://www.club33.com.br/v3/us/arquivos/A%20Na%C3%A7%C3%A3o%20Que%20Se%20Salvou%20a%20Si%20Mesma.pdf

 

Os discursos de celebração da Revolução de 1964

Artigo de Lucileide Costa Cardoso (2011)

http://www.scielo.br/pdf/rbh/v31n62/a08v31n62.pdf

 

A nação que se salvou a si mesma

Entre Memória e História, a Campanha da Mulher pela Democracia (1962-1974)

Dissertação de Janaina Martins Cordeiro (2008)

http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/6/TDE-2009-03-16T130859Z-1881/Publico/Dissert-2008_CORDEIRO_Janaina_Martins-S.pdf

 

"Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades" (Benjamin Franklin).

 

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