CRIANÇAS QUE SOMOS
Tão lindo o nosso amor!
A gente falava,
a gente sorria,
a gente cantava,
se amava com ardor,
e se mostrava,
Nunca, nunca se escondia...
Até que um dia,
poetas sonhadores,
para fugir de certas dores,
resolvemos sair do anonimato,
e ir à rua
procurar alegria.
Olhamos para o alto
vimos a lua.
Decidimos morar nela,
fugindo do asfalto
e da paisagem triste
que a gente via da janela.
E partimos risonhos.
Era quarto minguante...
Nas asas do sonho,
bastou um instante.
Lá ficamos sentadinhos,
grudados, abraçadinhos.
Olhando a maravilha das estrelas,
que tantas vezes cobiçamos,
e encantados por tê-las...
Tanto nos entregamos
que de tudo esquecemos
e nos distraímos
e nos perdemos.
Não percebemos
a lua se transformando
e de minguante em cheia se tornando.
E escorregamos...
E caímos...
E acordamos...
O sonho encantador
se esvaiu, se acabou,
como sempre acontece
com o sonho do amor...
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