----- Santo António de Lisboa, olissiponense nado, foi-se para o céu em Pádua. Por isso, lhe chamam santo dum e doutro lado.
----- Pregava aos peixes na esperança de que os homens lhe entendessem o discurso e nele se reflectissem. Nem todos os seus esforços se goraram, já que da sua estóica militância se extraiem maravilhas espirituais que nos põem a alma a brincar com as nuvens.
----- Esta noite em Lisboa a festa é de arrasar. Só quem lá vai cheirar o manjerico real é que sabe como o folguedo desperta harmoniosamente os sentidos e impele os indivíduos para a festa sádia e fraternal. Até os bêbados de cair se portam bem, pois não têm pela beira os hipócritas ajuízados a esmagarem-lhe o crâneo.
----- Santo António toca-me no nome e na alma. Sinto-o como quero sentir, livre, pleno de raciocínio sem dógmas, excelso e divino. Melhor ainda: Com ele sinto-me eu. Creio que não é santo de alinhar com os que sistemáticamente fazem mal e na mesma medida vou continuando a pedir perdão para fingirem que se sentem bem.
----- Gosto do paradôxo da sua imagem, tal e qual a história o apresenta sobre os altares ou entre as garrafas nos tascos.
----------------- Que lindo é o menino
----------------- Ao colo de Santo António
----------------- Sentado todo nuzinho
----------------- Face ao olhar do demónio!
----- Viva Santo António!
------------------ Torre da Guia -----------------