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Ensaios-->CHAPLIN e ZÉ do CAIXÂO. O que há de comum? -- 18/03/2014 - 19:38 (Alexandre Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quero defender uma impressão original que tive. A de que somente 2 diretores de cinema construíram e viveram tão intensamente os seus personagens e colocando-os uma personalidade e uma filosofia marcante, e com genealidade: são eles Charles Chaplin e José Mojica Marins.


Charles Spencer Chaplin construiu o personagem The Tramp e, com ele, manteve uma integridade incrível. O Vagabundo é vagabundo no filme “O Garoto”, “O Circo”, “Tempos Modernos”, “A Corrida do Ouro”, “Luzes da Cidade”, nos curtas-metragens, em “Luzes da Ribalta”. Até mesmo nos filmes “O Grande Ditador” ele não perdeu o seu traço ao fazer o barbeiro judeu e o soldado, e em “Um Rei em NY”, também me parece que ele começa de baixo para acabar se tornando o milionário. Lembro agora, que a exceção é “Monsier Verdoux”, que também me parece, era um pobretão mascarado de rico. Não sei se Chaplin na vida pública encarnava com tanta intensidade como fez José Mojica com o seu personagem, o agente funerário Zé do Caixão. Mas é certo que a postura nobre e encantadora com que aparecia na vida pública lembra, sem a maquiagem, o nosso nobre vagabundo. E não é projeção minha. Chaplin e The Tramp se confundem nos gestos e sorrisos. Mas, o mais importante é o trabalho do diretor com um “único” e fiel personagem dentro de diversos contextos dos filmes, apresentando obras maravilhosas e geniais. Creio que é isto que encantou o mundo todo.
Buster Keaton, diretor e ator de seus filmes, também vivera seu personagem. O seu personagem não era tão completo que nem os 2 citados aqui. É que Keaton não realizou tantos longas metragens e, parece-me que ficou apagado diante de Chaplin, pois eram contemporâneos.
Woody Allen, também diretor e ator de seus filmes, marca um personagem delineado, na verdade, auto-biográfico, mas que não tem a abrangência de uma filosofia e estética firmes comparado aos 2 citados aqui. E também não me parece que haja uma preocupação em manter a vida de um “único” personagem ao longo dos filmes.

Zé do Caixão ou Mojica ? Quem é quem neste momento ?
A resposta não é simples porque a pergunta não é complexa.
José Mojica, o Coffin Joe, se colocou no mundo com muita coragem, trazendo a sua filosofia Dionisíaca. Sua estética da carne-viva, da terra-voraz dotada de vermes que devoram a ilusão da imortalidade, ele traz luz para os que não enxergam, e melhor, é luz das Trevas !!
Num mundo apolíneo, vence os feios, os mancos, os diferentes, os que vivem a vida, com prazer e dor, ciente da sua força, ignorando o medo, longe do parasitismo.
José Mojica e Zé do Caixão trazem em si a filosofia da terra, mais especificamente do embaixo da terra. Fere o rosto dos que acreditam na imortalidade, daqueles que se entregaram de querer viver esta vida terrena para uma promessa de vida no céu.
Assistir aos filmes “A Meia Noite Eu Levarei a sua Alma” e “ Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver” é presenciar uma filosofia que vai contra com a boa moral e os bons costumes de nossas filosofias. Uma filosofia que reina no Reino da Terra. É o satanismo que trará força e vida. “Quem não aparece, desaparece” (1).
A dimensão é esta, criador e criatura, único no reino cinematográfico, em sua estética e valores.
É injusto afirmarem que José Mojica faz cinema B ou cine Trash. Por mais que estes tipos de cinema não sejam “adjetivos qualificadores”(sic), e sim, modos de se fazer cinema, o povo confunde com filme de 2ª. Sua “tecnologia alternativa”(2) com seu “staff com meia dúzia de gatos pingados”(2) construiu um universo, “a primeira religião cinematográfica”(1,2); é de se respeitar este gênio. Mas por enquanto o povo não vê isto e faz uma distinção medieval entre o bem (do qual teme) e o mal (do qual despreza).

Dois gênios do cinema que estão no mesmo primeiro degrau dos cineastas do mundo, todo o mundo viu!
Igual a Chaplin mas diferente Mojica lutou muito na vida, tomou muitos “Não”, foi perseguido, e hoje está vivo para reinar no Reino dos Céus !!! aHaHaHa AhAhAh ahahahahah!!!!

É certo que ao falar dos filmes de José Mojica eu me isento de definir os seus atos, o seu cinema, as suas idéias. Este relato que faço é um convite para conhecê-lo.

Tanto The Tramp como Zé do Caixão são personagens nobres, que buscam por uma relação ética. Agora seus modos são diferentes. Zé do Caixão é mais duro com as pessoas, O Vagabundo é mais suave, e ambos utilizam de certo sadismo.

O que há de comum é que em suas posturas nobres, fazem reflexões éticas à humanidade, com personagens marcantes e criativos ao longo de suas trajetórias no cinema.

(1) José Mojica Marins
(2) Décio Pignatari



Texto de Osodrack Navy
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