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Ensaios-->ENTREVISTA COM ADRIÃO NETO PUBLICADA NO JORNAL O NHEÇUANO -- 29/05/2014 - 15:08 (Adrião Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

                 ENTREVISTA COM ADRIÃO NETO PUBLICADA NO JORNAL O NHEÇUANO

Romancista, contista, poeta, biógrafo, dicionarista, historiador, articulista... ADRIÃO NETO, como bem definiu Osvaldo Monteiro, é um trabalhador frenético. Seu trabalho de pesquisa, compilação e sistematização literária é de suma importância e já lhe conferiu inúmeros títulos e prêmios. Citado em mais de quinhentas obras editadas no Brasil e exterior, sua produção literária tem como principal objetivo o estudo e a divulgação do Piauí em todos os seus aspectos. É sua a idéia da inclusão da data histórica da Batalha do Jenipapo na bandeira do Piauí, assim como a criação do Brasão das Armas de seu município natal, Luís Correia, PI. De sua bibliografia, composta por mais de uma dezena de obras, destacam-se: Dicionário Biográfico Escritores Piauienses de Todos os Tempos (1993 e 1995); Dicionário Biobibliográfico de Escritores Brasileiros Contemporâneos (1998 e 1999); Dicionário Biográfico Virtual de Escritores Piauienses (editado na internet); Literatura Piauiense para Estudantes (onze edições); Geografia e História do Piauí para Estudantes – da Pré-História à Atualidade (seis edições); A Conquista do Maranhão (2005); A Epopeia do Jenipapo (2005 e 2006); Raízes do Piauí (2005 e 2010); Parangolé (2011 e 2012 – núcleo do romance Eterna Aliança com a inclusão de alguns capítulos contemplando o movimento emancipacionista de 1822) e Ramon e Juliana (2012).

O Nheçuano – Adrião, moramos em dois extremos deste imenso Brasil: Piauí e Rio Grande do Sul. Assim mesmo, nos conhecemos bem e seu nome é bem comentado por estas nossas bandas gaúchas. Isso me intriga, por vezes. Por isso, antes de falarmos de livros e autores, por favor, conte aos leitores de O Nheçuano de sua vida pessoal, da pessoa que é Adrião José Neto: origens, família, formação, profissão extraliterária etc.

ADRIÃO NETO – Sou uma pessoa simples da zona rural do município de Luís Correia, PI. Nasci no povoado Lagoa do Camelo, situado na área de transição entre o litoral e o sertão, próximo da divisa com o Ceará, há aproximadamente 70 km da sede municipal. A cidade mais próxima é Chaval, no Estado do Ceará. Juntamente, com meu irmão gêmeo, José Christiano Neto, já falecido, somos frutos da décima barrigada de milha mãe (Maria Nazaré Santos), que ainda teve mais três filhos. Meu pai, Osvaldo Sales Santos, foi pequeno agropecuarista, salineiro e político, chegando inclusive a exercer dois mandatos de prefeito de Luís Correia, e como tal foi perseguido e cassado pela ditadura de 64, conforme registro das páginas 59 e 60 do livro Marcas da Ditadura (2008), do jornalista e escritor Deoclécio Dantas.

Fiz o curso primário em Lagoa do Camelo, no Grupo Escolar Rui Barbosa, com a professora normalista Adalgisa Vieira, que me introduziu na prática da redação e de recitais. Graças a ela me interessei pela literatura e pelos escritores, mesmo porque nas sessões literárias, promovidas aos sábados, antes da declamação o declamante teria que falar sobre a vida e a obra do autor do poema a ser recitado. Eu era participante ativo. Gostava das poesias e das biografias; sonhava em ser poeta e que em algum dia, em recital semelhante àquele, os alunos haveriam de “desembuchar” a minha biografia e declamar um poema de milha autoria. Foi também por conta do incentivo dessa professorinha interiorana, que, dentre outras obras, de vários gêneros literários, me tornei autor de dicionários biográficos.

Após o exame de admissão fiz o curso ginasial e científico no Colégio Estadual Lima Rebelo, em Parnaíba, PI. Depois cursei Administração de Empresas, na Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Reis Velloso, em Parnaíba, onde participei da política estudantil e conheci vários intelectuais, que como eu buscavam um lugar ao sol. Ao terminar o curso superior assumi o cargo de Inspetor de Abastecimento e Preços da Sunab, em Macapá, Amapá. Dois anos depois consegui ser transferido para Teresina. Do final de 2005 a 2007, morei em Floriano, PI, onde assumi a função de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, participei da vida cultural da cidade e fui homenageado com o título de cidadão honorário.

O Nheçuano – Ao que nos consta, pelo menos tecnicamente, não é especialista em alguma disciplina pedagógica ou de atividade do magistério. Assim mesmo, tem um destacado número de obras dedicadas ao ensino e à orientação pedagógica. Como isso foi acontecer e por quê?

ADRIÃO NETO – Mesmo não sendo especialista em nenhuma disciplina pedagógica ou de atividade do magistério sempre gostei de Ensaio biográfico, Literatura, História e Geografia. Como esposo e irmão de professoras e amigo de muitos professoras, percebi a dificuldade que eles tinham para preparar aulas dessas matérias, principalmente em relação ao Piauí. Os professores de Literatura, notadamente dos cursos preparatórios para o vestibular, não dispunham de bibliografia relacionada à produção literária local. As questões de Literatura do vestibular das Universidades Estadual e Federal, bem como das faculdades particulares, só contemplavam quatro a cinco autores do Estado e sempre repetiam os mesmos nomes.

Foi pensando em dar uma colaboração para esse segmento e uma maior divulgação para nossa Literatura e nossos autores que me empenhei para produzir o livro Literatura Piauiense para Estudantes (onze edições), que graças a Deus foi bem acolhido pelos professores, ensejando a citação do autor e da obra em várias questões de Vestibular. Além do mais, passou a ser o livro de autor piauiense a ser mais reeditada em menor espaço de tempo. Depois desse livro surgiram outras obras similares e, por conta de uma ingenuidade de minha parte, deixei de fazer outras reedições, mesmo porque, enquanto outros autores proibem a reprodução de suas obras, eu autorizei esse prática, com a condição de citarem o autor e a fonte. Como o livro caiu no gosto dos professores e passou a ser adotado ou recomendado por várias escolas do ensino médio, os “espertalhões” da capital e do interior do Estado passaram a reproduzi-la integralmente em quantidade suficiente para vender e inviabilizar a reedição por parte do autor.

A outra obra didática: Geografia e História do Piauí para Estudantes, da Pré-História à Atualidade (seis edições), que também mereceu a atenção do público alvo, surgiu para preencher uma lacuna. Foi constatando a dificuldade de minha irmã, professora Bertulina Sales, para preparar aulas de História e Geografia do Piauí em que tinha de reunir vários livros e ainda não encontrava o suficiente para transmitir todo o conteúdo planejado, que me dediquei à pesquisa que culminou com esse livro.

O Nheçuano – Ainda mais: além das obras ditas pedagógicas, é dicionarista biográfico, antologista, historiador, poeta, romancista e por aí vai em mais ramos e rumos. É autor dos mais premiados deste país, é verbete de dicionários e enciclopédias, percorre o mundo em viagens, exerce suas funções burocráticas rotineiras, cultiva atividades sem fim. Como consegue tudo isso, sem “entrar em parafuso”, como dizemos nós, por aqui?

ADRIÃO NETO – Não há mágica, só um pouco de planejamento, organização, administração do tempo, disciplina, determinação, força de vontade e muita disposição.

O Nheçuano – Soubemos que é o autor do Brasão de Armas do Município de Luís Correia e, mais recentemente, viu sugestão sua incluindo a data histórica da Batalha do Jenipapo na Bandeira do Piauí. Desenvolva-nos esse assunto, por favor. E acrescenta algo, se estivermos falhos.

ADRIÃO NETO – Ainda como estudante do ensino médio, verifiquei que, como na maioria das cidades piauienses, a cidade de Luís Correia, não tinha brasão próprio. Os papéis oficiais da prefeitura eram timbrados com o Brasão do Estado. Tentando dar minha contribuição “bolei” o brasão das armas municipais da cidade, acompanhado de um projeto de lei, aprovado por unanimidade, pela Câmara Municipal. Também tenho a honra de ser o autor da ideia da inclusão da data histórica da Batalha do Jenipapo (13 de março de 1823) na Bandeira do Piauí. A ideia nasceu de um “estalo”. O Piauí tem três datas importantes e todas giram em torno do mesmo fato histórico – o processo de emancipação política...

19 de outubro de 1822, data na qual um grupo de idealistas da Vila de São João da Parnaíba (situada no norte da Província), fez eclodir um movimento separatista visando a emancipação política do Piauí, de Portugal, e a sua adesão ao Império de Pedro I.

24 de janeiro de 1823, data na qual, aproveitando a ausência na capital, do grosso das tropas, que fora sufocar o movimento parnaibano, os oeirenses, na calada da noite, assaltaram os dois quartéis da cidade, prederam os oficiais portugueses e ocuparam a Casa da Pólvora. Ainda pela manhã, à frente da tropa formada, solenizaram a adesão de Oeiras ao movimento emancipacionista e formaram um governo provisório.
 

13 de março de 1823, data da sangrenta Batalha do Jenipapo, a mais sangrenta de todas as batalhas em prol da independência política do Brasil.

Como historiador antenado, verifiquei que o Piauí cometia uma tremenda injustiça com o “13 de Março”, relegada ao esquecimento oficial. Visando corrigir essa injustiça tive a ideia de homenagear a Batalha do Jenipapo na Bandeira do Piauí, inserindo o “13 de março de 1823”, no retângulo azul abaixo da estrela. A ideia foi defendida na mídia e no livro A Epopeia do Jenipapo, e materializada através da Lei nº 5.507, de 17/11/2005.

O Nheçuano – Fale-nos um pouco mais sobre este acontecimento histórico, a Batalha do Jenipapo.

ADRIÃO NETO – Na Batalha do Jenipapo, heróis piauienses de todas as classe sociais, especialmente os anônimos, constituídos em sua grande maioria por vaqueiros e roceiros da região de Campo Maior, ajudados pelos cearenses, escreveram, com sangue, uma das mais brilhantes páginas da História do Brasil. Essa histórica batalha constituiu-se no fator determinante da consolidação da nossa independência, evitando assim que as Províncias do Piauí, Maranhão e Pará ficassem incorporadas a Portugal que, em última cartada, para não perder todo o território brasileiro, queria ficar com essa parte que constituía o antigo Estado Colonial do Maranhão.
 

Já que estamos falando sobre este importante fato histórico, aproveitando a oportunidade apelo para que o conceituado jornal O Nheçuano nos ajude a corrigir mais uma injustiça em relação à Batalha do Jenipapo. Pois, como já me referi anteriormente, não obstante ela ter sido a mais sangrenta de todas as lutas em favor da nossa independência, tendo sido inclusive o fato marcante que a consolidou, constituindo-se numa das mais brilhantes páginas da História do Brasil, escrita com o sangue de piauienses e cearenses, a historiografia oficial não a divulga. Vamos então somar as nossas forças e reivindicar junto ao Ministério da Educação, junto às grandes editoras e aos historiadores a elas atrelados, para que esta importante epopeia seja veiculada nos livros didáticos de História do Brasil, adotados em todo o território nacional.

O Nheçuano – Falemos de livros, em especial dos romances… Romances é o que leitor mais quer. Vamos lá. Temos aqui, em destaque: Parangolé (ex-Eterna Aliança) e Ramon e Juliana. Sabemos, tem mais. Quer destacar algum outro? Comente, por favor.

ADRIÃO NETO – Além de Parangolé e Ramon e Juliana, temos ainda dois outros romances históricos: Raízes do Piauí e A Conquista do Maranhão. Raízes do Piauí é um misto de ensaio histórico, documentário e romance sobre o Piauí Colonial. Mistura memória e ficção, ensaio e pesquisa, e analisa peculiaridades da história da região.

A Conquista do Maranhão é um romance histórico sobre o povoamento de São Luís e a expulsão dos franceses do território maranhense. O livro, apesar de ser dirigido para o Maranhão é ambientada em vários lugares do Nordeste, com passagem no litoral do Piauí, e em países como a França, Portugal, Espanha, Inglaterra e Costa da África. A Conquista do Maranhão aborda importantíssimos fatos históricos não relatados na historiografia oficial, com transcrição de documentos relativos à guerra.

A grande mídia volta seus holofotes apenas para os que vivem nos grandes centros culturais e publicam em editoras consagradas

O NheçuanoParangolé (ex-Eterna Aliança) é romance considerado como histórico e indianista e, até, classificado como “pararromance”. Este nosso jornal, O Nheçuano, é indianista e histórico. Comungamos na classificação. No livro, há um destaque especial para o lado linguístico originário do linguajar indígena e penetrado em nosso falar português. Exponha-nos as diretrizes básicas desse … pararromance.
Parangolé é uma obra de perfil histórico e indianista que retrata o cotidiano dos habitantes do litoral piauiense e a participação do Piauí no movimento emancipacionista de 1822.
Vale ressaltar, que excetuando-se a parte folclórica e as passagens literárias de cunho ficcional, que dão mais suavidade e leveza ao texto, os principais fatos e acontecimentos narrados são historicamente verdadeiros, como o “Grito de Independência” do 19 de outubro de 1822, e a senguenolenta “Batalha do Jenipapo”, episódio que culminou com a separação definitiva da terra brasileira do julgo português.

O Nheçuano – Um livro muito especial é esse seu Ramon e Juliana. A começar pelo título… que classificamos como shakespeariano, lembrando a imortal tragédia Romeu e Julieta. O nosso comum amigo Enéas Athanázio, com sua visão clara das coisas, classificou o livro como “um romance viageiro”. Pessoalmente, parti mais para o “romance-reportagem”. Outras muitas opiniões foram emitidas e todas sempre pertinentes. Que tal o próprio autor, Adrião José Neto, nos analisar o seu próprio livro?

ADRIÃO NETO – Não obstante ao prefaciador e às demais pessoas que se manifestaram sobre o livro o qualificarem como romance, eu prefiro não enquadrá-lo como tal. Na minha concepção, trata-se apenas de uma escritura literária ou algo similar, de cunho turístico, histórico e sentimental, com ingredientes de aventura, novela e romance.

Mas, quem sou eu para contestar intelectuais da envergadura de Moura Lima, um dos escritores mais premiados do país, que no prefácio do livro o classificou como “romance inovador de fundo histórico” e de “guia poderoso, que nos obriga a fazer uma viagem turística imaginária, por cenários deslumbrantes da história da civilização”; Enéas Athanázio, um dos maiores expoentes da literatura sulina, que o qualifica como “romance viageiro” e o arguto entrevistador, dileto amigo Nelson Hoffmann, o mostro sagrado da literatura missioneira e um dos nomes mais respeitados da literatura nacional, que o enquadra como “romance-reportagem”.

Embora tenha sido escrito no Brasil, o livro foi preconcebido em um dos apartamentos do segunda piso do Residencial Horizonte, situado em frente à Praça da República, na cidade de Porto, Portugal, onde, em viagem solitária, permaneci por uma semana durante um período chuvoso que me impedio de aproveitar melhor o passeio pelas terras lusitanas.
 

Foi lá, postado diante da janela do confortável apartamento, tomando um bom vinho da região, a petiscar excelente tira-gosto de uva italiana e queijo de cabra, de origem controlada, produzido na Serra da Estrela, onde remoendo as lembranças das minhas viagens empreendidas pelo Brasil e pelo exteriro, comecei a maturar a obra.
 

Ramon e Juliana é tudo que está dito no livro e nas suas entrelinhas.

O Nheçuano – Aqui no sul, Adrião, sempre nos desconcerta uma questão: Piauí é tão distante, tão diferente de todos nós que vivemos nestes extremos sulinos e todos nós, aqui no sul, temos uma visão muito precária do Estado do Piauí. O que nos desconcerta, então, é que essa precariedade de nossa visão não combina com a pujança intelectual do Piauí. Brincando, tenho aqui várias dezenas de nomes da primeira linha literária nacional, todos oriundos ou vivendo no Piauí. Tem alguma explicação para isso?

ADRIÃO NETO – O Piauí sempre foi berço de grandes escritores, mas por falta de estrutura e condições, muitos deles não conseguiram ultrapassar as fronteiras geográficas do Estado, mesmo porque, a grande mídia volta seus holofotes apenas para os que vivem nos grandes centros culturais e publicam suas obras nas editoras consagradas dos Estados mais desenvolvidos. No entanto, aos poucos, os pesquisadores e amantes da boa literatura, vão nos descobrindo e se surpreendendo com a nossa bagagem literária.
 

O Nheçuano – Considerando a estranheza desta nossa visão sulina com relação à literatura piauiense, invertamos o processo: como se vê este nosso mundo literário sulino em terras piauienses?


ADRIÃO NETO – Enquanto as regiões mais desenvolvidas se preocupam mais com seus próprios umbigos e relegam ao segundo plano a periferia do Brasil, nós que moramos nos lugares menos favorecidos e desprezados pelas políticas públicas nacionais, temos um olhar mais global sobre o país e procuramos conhecer um pouco sobre todos os Estados, inclusive sobre os escritores e sua produção literária. Em relação ao “mundo literário sulino”, posso lhe asseverar, que aqui no Piauí, nós conhecemos os principais nomes da seleta galeria de imortais da região.

O Nheçuano – Adrião, a palavra é sua. Disponha e esbalde-se.

ADRIÃO NETO – Como escritor preocupado com as coisas do meu Estado, procurei direcionar minha produção literária para o estudo e a divulgação do Piauí em todos os seus aspectos. Graças ao trabalho literário fui agraciado com o título de Cidadão Honorário de Teresina, Campo Maior, Floriano e Parnaíba. Dentre outras honrarias detenho a Comenda da Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí, outorgado pelo governo do Estado do Piauí; Comenda do Mérito Heróis do Jenipapo, outorgado pelo poder público municipal de Campo Maior; Diploma de Personalidade Cultural do Século, outorgado pela Academia de Letras da Região de Sete Cidades e Diploma de Personalidade Cultural da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, concedido pela UBE/RJ. Em 2003, meu nome foi incluído no rol dos vates imortalizados no memorial da “Praça Jardim dos Poetas”, em Parnaíba e, em 2010, numa das placas de metal do “Memorial Histórico de Campo Maior”, instalado na praça Bona Primo, onde, por sugestão da Academia Campomaiorense de Artes e Letras e do Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Material e Natural de Campo Maior, o poder público municipal registrou os principais fatos e acontecimentos históricos da cidade.

ALGUNS COMENTÁRIOS A RESPEITO DE ADRIÃO NETO

Louva-se no autor a capacidade, boa técnica descritiva e habilidade de organização da trama (...). Ainda no domínio da linguagem não há como negar-lhe uma intenção criativa em lidar com o aspecto social, o espaço geográfico, o tempo romanesco, o domínio do material fartamente pesquisado em várias áreas humanas, o que faz do seu romance uma preciosa e indispensável fonte histórica, linguística, etnográfica, sociológica, político-ideológica que seguramente há de despertar o interesse de leitores tanto pelo valor instrutivo e estético da obra, quanto pelo material objeto de suas investigações (...). Finalmente, indisfarçável é seu empenho de valorização da linguagem... (Cunha e Silva Filho, professor, escritor e crítico literário, in “Guerra, Amor e Paz na Ficção Histórica Piauiense”, Rio de Janeiro, RJ, 18-01-2011).

Adrião Neto, da sua trincheira redentora, com o “Dicionário Biobibliográfico de Escritores Brasileiros Contemporâneos” às mãos, como um estandarte de esperança, contra a ação nefasta da globalização destruidora dos valores culturais dos povos, vem como um predestinado unindo as ilhas culturais do país. E este ato sacrossanto o coloca no ápice, de Norte a Sul, do Oiapoque ao Chuí, como a figura mais popular da cultura do Piauí. (Moura Lima, escritor tocantinense, autor de várias obras. Membro da Academia Tocantinense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico, e do Conselho de Cultura do Tocantins).

Escritor versátil e talentoso, Adrião Neto é uma das grandes vozes da literatura piauiense. Se ainda não mereceu a atenção e o reconhecimento da grande mídia do sul maravilha, não é por culpa de sua obra – que é vasta, polifônica e de qualidade – mas por negligência do mercado editorial hegemônico e monopolista que, tantas vezes, silencia ou negligencia em relação a autores de outras regiões, não alcançados pelos seus holofotes. (Ronaldo Cagiano, escritor e crítico literário, in “Panorama Social e Humano”, Jornal Linguagem Viva, Piracicaba, SP, maio de 2010).

Adrião não tem ilusões. Escreve com a tenacidade de quem quer rememorar o sagrado e a realidade crua, sem devaneios. Escreve um romance lúcido, suave e doce como sua alma ... (Leon Frejda Szklarowsky, professor, escritor, advogado e consultor jurídico, in e-mail ao autor).

(Entrevista ilustrada com 07 fotografias, publicada no Jornal “O Nheçuano”, ano 5, número 21, pág. 06 e 07, Roque Gonzales, RS, março/abril 2014)

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