Felicidade mentirosa e enganadora
Escapa dos olhos sua desilusão
Rolando morna, magna e salgada
Na face transtornada de paixão.
O peito oprimido e desenganado
Quer sair pela boca escancarada
Com sua voz suada e fragmentada
Impregnada do passado e rouca.
Na ponta do punhal dos sonhos
Na beira das lavas incandescentes
Com a alma murmurando credos
Em frases esdrúxulas e inconseqüentes.
Clamando a seus fantasmas imortais
Cobrando uma divida de esperança
Matando no seu corpo a criança
Mergulhando nos pecados imorais.
Flutuando no sonho indecifrável
Como um mendigo de sentimentos
Sofrendo uma realidade indesejável
Roto e maltrapilho em seus tormentos.
Um ser, de si próprio diferenciado
Numa conjunção frágil e degenerativa
Do real mundo, vivi triste e disfarçado
Corpo Esfacelado, sem alternativa.