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Poesias-->O cravo e a rosa -- 15/03/2003 - 22:53 (Ana Eleonora Porto Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Já fui amargurado e agora me considero um doce. Vou contar uma história a quem quiser ouvir: Eu nasci e cresci em uma fazenda, junto dos animais, no meio do celeiro. Meus pais tinham poucas condições de cuidarem de mim. Então fui sendo criado com dificuldades. Eu sempre reclamava de tudo, pois ainda não entendia o significado de “sem condições”. Fui crescendo e durante os meus difíceis estudos meu apelido passou a ser “cravo”, esse eu sabia o significado muito bem, pois eu só vivia com a cara amarrada, fazendo levadeza com as pessoas, beliscando os indefesos.; foi assim que meu apelido surgiu. Com o passar do tempo, fui amadurecendo. Não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas comecei a entender tudo ou quase tudo que passava ao meu redor. Perdi parentes distantes e sempre sofria calado, mesmo não os conhecendo direito. Meus pais já estavam idosos, e vendo tudo aquilo acontecer.; a fazenda se acabando.; a colheita não nos alimentando, os animais já velhos que não dava nem para comer.; enfim, tudo sumindo em minha frente sem eu poder fazer nada. Até que uma noite, ao dormir, vi uma luz na minha janela. Ela, eu abri e vi uma imagem, não sei até hoje ao certo quem era ou o que era, mas sei que foi essa luz mágica que me clareou. Ao acordar, fui direto para a cidade, e por sorte encontrei um folheto escrito de cursos sobre como trabalhar na terra. E lá estava o que sustentou a minha família e ainda me sustenta. Inscrevi-me e consegui passar nos testes.; mesmo não tendo trabalhado com meu pai na roça, eu observava muita coisa que ele fazia.; mostrei aos professores como lidar com a terra e com os animais. Um dos professores que tinha maior conhecimento sobre o assunto, percebeu que eu tinha talento, mas faltava mais conhecimentos.; propôs eu dar aula.; mas para isso foi necessário que eu me aprimorasse, então fiz cursos fora da cidade.; tudo de graça. Eu fui para fora da cidade, não muito longe. Fiz os cursos e voltei depois de 5 meses, já preparado.

Meus pais, mesmo idosos, com dificuldade de andar, permitiam transparecer um sorriso em seus rostos. E todos os dias eu refletia sobre as coisas ruins que eu tinha feito para mim, que antes achava, eu fazia para meus pais, e dava graças a todos os anjos e santos pelos dias bons, agora passando a ver como a vida é bela. Todas as pessoas da cidade pararam de me chamar de “cravo” e passaram a me chamar de “rosa”. Não sabia ao certo do apelido, mas eu via tudo perfeito. Mesmo triste da morte dos meus pais, não parei de trabalhar. Com abundância no trabalho e auxiliando os necessitados, observei e aprendi que eu me transformei em uma pessoa

sensível, mas com garra, carinho, amor, com sentimentos bons, o invés daquele ser humano sofrido, com ódio, medo, sem destino na vida. Com meus conhecimentos não bastaria mais nada, somente a paz, junto com meus amigos e minha esposa, com meus filhos. Sei que sofri sem saber e não me arrependo de ter sido assim, mas por ter colocado meus pais nesse caminho de espinhos, sem saberem o que fazer comigo. Hoje, mesmo sabendo que o tempo é mais rápido, luto contra ele, pensando em minha família, para que ela não passe o que passei, ou melhor, que meus pais passaram. Sei também, hoje, o verdadeiro significado do “cravo” e da “rosa”. O “cravo” é a maldade que leva as pessoas para o mau caminho, sem essas perceberem o sentido e o destino de sua vida, é a escuridão dos olhos. Já a “rosa” é a verdade, a bondade que nos revela o amanhecer de cada dia, a luz para o futuro.; um futuro melhor para uma vida que queira recomeçar.

Moral da história: Na vida, mesmo nos erros, nas dificuldades, temos que dar chance a quem quer e precisa mudar isso, como a maldade para a bondade, o ódio para o amor, o medo para a coragem.; tudo isso é o início para a mudança de uma vida, seja de qualquer forma que ela tenha acontecido. Por isso, caso você queira e precise mudar, não desista e insista no que você quer, pois mesmo cometendo erros, você tem o direito de recomeçar a sua vida, tem chance de mostrar para todos e para você, que é capaz de viver no meio deles e para si mesmo. Que você é um ser humano como qualquer outro, e o mais importante, reconhecer que errou e vai reconstruir a sua vida.

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