Como professor de Economia deve saber que a análise que Marx faz do Capitalismo é uma das melhores feitas até hoje. O problema é a alternativa que, como guru religioso – ele se propôs as nos ofertar. Marx, burguês cristão que odiava os burgueses, não se furtou a cumprir seu dever de pai amantíssimo e saiu procurando um rico burguês para casar a filha. Na hora certa. Afinal ele era um homem do século XIX, europeu e alemão. E apesar de odiar (?) os burgueses viveu a vida toda do dinheiro e da mesada de Engels, um jovem rico, herdeiro de indústrias alemãs. Só Freud para explicar, né não?
Mas como ia dizendo, Marx, sentindo-se maior que Deus, propôs-se a corrigir todas as diferenças e desigualdades existentes entre os seres humanos desde a sua origem. Todos deveriam ser iguais (só perdeu para Hitler, para quem todos deveriam ser arianos). Porém se o mundo condena o segundo por ter escrito Mein Kampf (banido, né não?) e pelo assassinato de 6 milhões de judeus nos campos de concentração só por serem judeus + os ciganos + os gays + os deficientes físicos + os incapacitados mentais, as teorias marxistas continuam incensadas e ensinadas sem nenhuma análise crítica nas Universidades e pulverizadas nas escolas fundamentais e médias deste país. Enquanto teoria deve ser ensinada sim, desde que se coloque que a economia, suas análises, estudos e interpretações não começaram com Marx. Os liberais estão ai para nos provar isto. O problema é que as teorias marxistas, quando postas em prática já nos causaram 160 milhões de assassinados, mortos por não desejarem de livre e espontânea vontade o “paraíso na terra”. Por que será? Sistema curioso né? Nunca se soube que os humanos rejeitassem o paraíso proposto por Cristo ou por Alá, né não?
O que é que o enaltecido Socialismo (etapa anterior ao comunismo) produziu além dos 160 milhões de mortos + fome + ódio de classe + ódio étnico + vitimização dos mais pobres + desqualificação da meritocracia (só vale por futebol, né?) + dependência do Estado e dos governos + auto depreciação + separação eterna de famílias como no Vietname e Camboja (após serem divididos) + demonização do Capitalismo – o sistema que mais produziu na história da humanidade). Ah, sim o Socialismo/comunismo produziu e continua produzindo fuzis AR-15 e AK 47, hoje nas mãos dos traficantes de armas de todo mundo, de todos os grupos guerrilheiros (de esquerda) africanos e dos fanáticos do Boko Haram na África negra, além dos guerrilheiros do Afeganistão e do EI.
Claro, que o senhor sabe que o Socialismo/comunismo caiu de podre, ou para usar um jargão marxista, “caiu por conta de suas contradições internas”. (*)
Claro que o senhor sabe que na Venezuela do “socialismo do século XXI”, as mulheres retroagiram à&
8203; década de 1950, porque estão aprendendo a fabricar seus próprios absorventes íntimos com o pomposo, para não dizer ridículo nome de “toalhas higiênicas socialistas”. Por quê? Porque com o controle da economia pelo Estado sumiram das prateleiras itens burgueses como papel higiênico, sabonete, pasta dental e agora os absorventes íntimos.
É isto o que acontece com os países e os povos que permitem, por vontade própria ou imposição de comunistas travestidos de “esquerdistas” (**) que o Estado se torne totalitário e intervenha na sociedade, além do que DEVE ser sua função: cuidar da saúde, da educação e da infraestrutura, manter a equidistância entre os três poderes (pilar da res publica), administrar o dinheiro público (de todos nós), não roubar, não corromper e não se deixar ser corrompido e punir exemplarmente – inclusive com exoneração sumária – todos os funcionários públicos envolvidos em escândalos de corrupção.
Quero dizer ao senhor que este discurso já está cansando. Aliás, ele só se sustenta porque nossa Educação e nossas escolas (principalmente a pública) se tornaram espaços para a doutrinação ideológica marxista/comunista/gramsciana, não dando tempo de ensinar nossos alunos a ler escrever e contar – função primordial de qualquer educação de massa que mereça este nome. E tudo tem apenas a função de se reproduzir. Alunos sem capacidade crítica se tornarão professores idem e são eles que são aprovados nos concursos de cartas marcadas nas universidades públicas (de todos nós).
E para terminar, pensei em cancelar minha inscrição para recebimento deste “Jornal do Cidadão – a mídia que não faz média”. Bobagem! Já passou. Aqui há artigos de jornalistas e especialistas com quem dá pra dialogar e depois a Seleção Musical é excelente. Oferece músicas que amo e amarei para sempre, porque marcaram minha adolescência e 1ª. juventude, e estou me deliciando e admirando os ótimos poemas (que devem ser de mineiros e mineiras) que de outra forma não conheceria.
Depois deste, não perderei meu tempo com seus escritos anticapitalistas antidemocráticos e pró-autoritarismo. Por quê? Porque acredito que o que nos fará desenvolver e crescer como País e como Nação, com real distribuição de renda (que é diferente de transferência como as bolsas petistas), meritocracia, redução do tamanho e do poder do Estado, menos assistencialismo estatal, menos corrupção, menos cooptação dos ditos “movimentos sociais” - que só existem porque mantidos com o dinheiro público, entre outras cositas mas, será um choque de capitalismo.
Para isto estou lendo os liberais (os clássicos) e visitando o Institu&
8203;t&
8203;o Mises. Conhece?
(*) Xinran, jornalista e escritora chinesa nos conta em “As boas mulheres da China” (Cia de Letras, 2007) que os burocratas comunistas, durante a revolução cultural da década de 1960, precisamente em 1968, resolveram que o clima teria que ser mudado numa determinada região do interior, para poder introduzir um novo produto. Obrigaram os agricultores a substituir o alimento conhecido e cultivado há dezenas de anos, pelo novo que segundo os burocratas do partido seria mais rentável. Então baixaram um decreto que as chuvas deveriam cair em determinados meses. Como a natureza não obedeceu ao decreto lei, o clima continuou o de sempre. Resultado: 300 mil pessoas mortas de fome. Seria cômico se não fosse criminoso.
E onde foi mesmo que o ditador asiático de plantão, diante de uma epidemia, proibiu que os antibióticos existentes fossem usados pelos enfermos, mandou destruir todo o estoque e as fórmulas, para que os cientistas locais pudessem inventar um “antibiótico socialista”? Preciso lhe dizer as consequências?
(**) Foi Lenin em “esquerdismo doença infantil do comunismo” quem disse: "Não existe esquerdista, existe um comunista no armário, esperando a hora certa para sair” (traduzido por mim em linguagem contemporânea, claro. Tá no Google).
Não dá para levar esta gente a sério. Só que são extremamente perigosas e continuam conquistando corações e mentes. O Diabo, ou Satanás, ou Coisa Ruim, ou Caipiroco, também.
Helena Maria de Souza
Profa. de História da rede pública do Rio de Janeiro
E-mail: hellenasouza@uol.com.br
Blog do Adriano Benayon
Pelo desenvolvimento nacional, contra o imperialismo
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O poder mundial e nós
Publicado em 28 de setembro de 2015 por Rennan Martins
Por Adriano Benayon
Brasília, 25/09/2015
Defino o capitalismo como um sistema econômico e político no qual capitais privados vão sendo cada vez mais concentrados nas mãos de poucos oligarcas dominantes. Isso lhes permite conquistar não só as grandes empresas financeiras e produtivas, mas também o Estado.
2. Isso acontece sob regimes abertamente fascistas e também sob regimes aparentemente democráticos, em que o dinheiro e a mídia, a serviço dos oligarcas, controlam o sistema político e o resultado das eleições.
3. O capitalismo nos países centrais, mercê notadamente de guerras que envolveram os aspirantes à hegemonia, tornou-se, ao longo dos últimos 350 anos, um sistema de poder mundial, sob a hegemonia do capitalismo britânico, que depois consolidou sua associação com o norte-americano, formando o império anglo-americano.
4. Atualmente, restam duas potências não subordinadas ao império, China e Rússia, capazes de propiciar equilíbrio na balança do poder mundial. Sem esse equilíbrio, não há como país algum, no mundo, desenvolver-se.
5. Veja-se a anomia prevalente no cenário mundial, do início dos anos 1990 até há pouco, período em que o império anglo-americano cometeu colossais genocídios: na Iugoslávia, seguindo-se Iraque, Afeganistão, novamente Iraque, Líbia, para citar só alguns. Agora, em pauta, a Síria.
6. O auge da tirania imperial corresponde no Brasil aos governos Collor e FHC. Na Argentina, ao de Menem, e mais exemplos vergonhosos mundo afora.
7. O enfraquecimento e dissolução da União Soviética haviam deixado o planeta à mercê do império, secundado por seus satélites.
8. Mas a China vem ganhando poder em todos os campos, e a Rússia reafirma-se como potência nuclear e balística de grande porte.
9. Isso lhes dá autonomia nas decisões políticas e econômicas, e limita um pouco a tirania exercida pelo império anglo-americano em âmbito global.
10. Se se tivessem mantido abertos à influência do império, não teriam alcançado o status de potências mundiais. Para tanto, precisaram de regime centralizado e fechado.
11. As histórias da Coreia do Sul e de Taiwan ilustram a mesma constatação: para se desenvolverem, tiveram governos militares nacionalistas, devido a circunstâncias especiais: a presença do comunismo na China e na Coreia do Norte, com apoio do Exército Vermelho da China de Mao Dze Dong. Este havia empurrado os partidários de Chiang Kai Chek para Taiwan (Formosa), onde se instalaram sob a proteção da esquadra norte-americana.
12. Em suma, os EUA precisavam deixar fortalecerem-se aqueles dois países, empobrecidos pela exploração colonial e pela ocupação japonesa, além de devastados por guerras, antes e durante a 2ª Guerra Mundial. Do contrário, seus povos seriam reunidos a seus compatriotas sob governos comunistas.
13. Em nossa história, como na da Argentina, houve progressos para o desenvolvimento, exatamente sob-regimes autoritários, no período entre guerras da 1ª metade do Século XX e durante a 2ª Guerra Mundial.
14. O senador Severo Gomes, desaparecido no mar, em 1992, comentava que a arrancada para o desenvolvimento da Argentina e do Brasil fora possível graças ao relativo isolamento comercial propiciado pela 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e pela depressão dos anos 1930, seguida da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
15. A melhora das estruturas econômica e social só se pode realizar sob condições de poder central forte, como, no Brasil, as dos anos subsequentes à Revolução de 1930 e no Estado Novo (1937-1945), mercê da consciência nacionalista do Exército e da visão esclarecida e habilidade do presidente Vargas.
16. Como tenho exposto, Vargas foi injusta e incessantemente acoimado de ditador por agentes do império, horrorizado com a perspectiva de o País atingir o desenvolvimento econômico e social.
17. Por isso não cessavam de injuriar o presidente os adeptos do império anglo-americano, fosse fascinados pela democracia de molde ocidental, fosse a soldo daquele império.
18. Tive, com frequência, ocasião de trocar ideias com Severo Gomes, empresário e antigo ministro da Indústria e Comércio (MIC) no governo do general Geisel. Também, com outros grandes brasileiros: o general Andrada Serpa, o físico Batista Vidal (secretário de Tecnologia Industrial do MIC com Severo Gomes e criador do Programa do Álcool, Energia da Biomassa), e o Dr. Enéas Carneiro.
19. Todos tinham consciência plena de que o desenvolvimento só é possível com autonomia nacional e que um dos requisitos para esta existir é a autonomia industrial e tecnológica, inclusive com domínio da energia nuclear aplicada à defesa.
20. O que precede significa que, para o Brasil, é vital ter estratégia que:
1) contemple estarem as potências hegemônicas intervindas permanentemente em nosso País;
2) acompanhe a balança do poder em âmbito global, avaliando à medida que o império se veja obrigado a concentrar recursos e atenção em outras regiões.
21. Dado o nosso recuo econômico, financeiro e tecnológico – crescente nos últimos decênios – a chance de êxito que possa ter o projeto de sobrevivência do País depende de unir o máximo possível das forças nacionais.
22. Estas têm sido agudamente divididas em direita e esquerda, ao longo dos últimos 85 anos. O marco foi a Revolução de 1930, a qual abriu a perspectiva de desenvolvimento do País.
23. Em seguida, o império anglo-americano fomentou novos separatismos e passou a investir mais intensamente em cooptar e corromper locais, notadamente na mídia, como Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, dono dos Diários Associados, a maior cadeia jornalística da época.
24. Já no mandato de Vargas assumido em 1951, indagado Chatô, por que atacava o presidente e abria total espaço na TV a Carlos Lacerda, seu virulento e audacioso adversário, respondeu: “se ele desistisse de criar a Petrobrás, eu passaria apoiá-lo e lhe daria espaço em minha rede de comunicação”.
25. Outro foi o notório Roberto Marinho, dono de O Globo desde 1931. Esse, desde 1964, recebeu favores oficiais e fartos recursos norte-americanos para tornar-se dominante na comunicação social.
26. Mais tarde, o império declarou, através de Henry Kissinger, que não podia tolerar o surgimento de uma potência no Hemisfério Sul. Assim, foram cavados profundos fossos ideológicos entre brasileiros e n outros modos de intervenção.
27. Em 1932, Londres fomentou a falsamente denominada Revolução Constitucionalista, em São Paulo, que se poderia ter transformado em guerra separatista do Estado onde a industrialização despontava promissora.
28. A constitucionalização real veio em 1934, preparada por Vargas desde antes daquela teleguiada “revolução”. A insurreição comunista, em 1935, tempo de grande polarização esquerda/direita, reflexo do cenário europeu antecedente à 2ª Guerra Mundial.
29. Era muito pequeno o número de operários organizados, e a geopolítica dava chances nulas de êxito aos comunistas brasileiros: poder naval do império britânico absoluto no Atlântico Sul, e proximidade dos EUA.
30. Sendo incipiente o desenvolvimento do poder militar da União Soviética (URSS), não havia como esta apoiar o levante comunista no Brasil. Ademais, Stalin dava prioridade à infraestrutura industrial da URSS. Não apostava na revolução internacional, ao contrário de Trotsky, alijado do poder.
31. Entre os comandados de Prestes, infiltraram-se agentes do Intelligence Service, o M16 britânico, e os planos dos ataques eram previamente conhecidos das forças legalistas.
32. O resultado da insurreição de 1935 foi exacerbar a polarização ideológica, de interesse exclusivo do império anglo-americano.
33. Pior, sua memória tem servido à irracionalidade que faz reprimir, atribuindo-se-lhes ser comunistas, os que se opõem ao império anglo-americano ou não fecham os olhos aos crimes deste.
34. Seguiu-se o golpe de 1937, que instituiu o Estado Novo, repressor de comunistas e outros. A geopolítica e a influência da finança anglo-americana determinaram a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial: bases no Nordeste para as FFAA dos EUA e envio da Força Expedicionária à Itália, vinculada a comando norte-americano.
35. Entretanto, o império não hesitou em patrocinar o golpe de 1945 e as intervenções subsequentes, que prosseguem até hoje, e vêm logrando seus objetivos desde agosto de 1954:
a) desnacionalizar e a desindustrializar o Brasil, impedindo o desenvolvimento de tecnologias controladas por empresas nacionais, tanto privadas como estatais;
b) enfraquecer as Forças Armadas e a capacidade estratégica do País, indústrias básicas, infraestrutura e o domínio da energia nuclear;
c) desinformar e abaixar o nível de educação dos brasileiros, investindo na anticultura e na demolição dos valores éticos indispensáveis à evolução de nação próspera e equilibrada;
36. Esse processo tem sido realizado não só durante governos claramente subordinados aos interesses financeiros anglo-americanos (Café Filho, JK, Castello Branco, Collor e FHC).
37. Também, durante os demais, que, no essencial, cederam às pressões imperiais, não obstante terem tido, setorialmente, patriotas voltados para o desenvolvimento nacional.
38. Destaque-se, ademais, que eleições dependentes de dinheiro grosso e grande mídia levaram a desastres de origem parlamentar, inclusive a presente Constituição e emendas.
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Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.&
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