O Torpor é impulso de minha tragédia
psicótico, erótica, compulsiva
duma experiência amarga.
O Torpor é meu sabre contra o mal,
real que não o equivale.
Sementes e larvas aliciantes,
que nos poupam por instantes
da tragédia dos sentidos.
E nós ali parados,
nus e solitários,
ausentes do contato,
com quem nos tem tentado,
mentido e evitado,
da angústia tão necessária, inevitável
e luminosa, porém sombria.
Restando às testemunhas romperem-se,
distantes do remédio,
para dentro de si mesmas.
À qualquer coisa que viremos o rosto:
Seja álcool, Cocaína, Diazepan, Benzedrina, paracetamol, fosfato de codeína, benzodiazepínicos, anfetaminas, heroína, morfina, psilocibina,mescalina, benzina,
n-hexano, éther, triclorometano, ecstasy, tolueno, ácidolisérgicodiatilamida, tetrahidrocanabinol, ópiácios, lótus, mandrágora, nicotina, cafeína, taurina, mas também, sexo, televisão, internet, masturbação, relacionamentos inseguros, relacionamentos estáveis, proteção dos pais, dinheiro, desafios do trabalho, do esporte e do intelecto, adrenalina, sucesso (ser admirado), manias em geral, hipocondria, misticismo, temor religioso, coleções, hobbies, ter virtude, fingí-la ou ser venerado por ela.
-Sim!
Apelemos à qualquer coisa que nos anime
neste isolamento tosco.
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