Pensando, perdido nos profundos caminhos do sonho.
Estás longe, mais longe do que alguém poderia estar.
Pensando, solto pássaros no meu céu, maculando pensamentos,
Enterrando planos secretos.
Ao longe, espessas brumas vão triturando os espaços noturnos,
Afogando meus pequenos lamentos, espalhando os pedaços da minha noite,
Vens acima de tudo, além do algo mais que está além...
Tua presença me é ausente, estranha silhueta que dança sobre mim.
Penso, percorro caminhos antigos dentro de minha vida,
Antes de ti, como chamar de vida algo que me fugia aos galopes?
Solto meu grito para as estrelas e ele se espalha por entre poeiras cósmicas,
Reluz angustiante entre as ondas do mar, por entre pedras ele se perde,
Corre livre, louco, nos suspiros do ar, furioso na tristeza das lacunas do tempo.
Tu mulher, que pétala, que aresta, que ponta desse desenho eterno? Sempre estavas longe como agora.; és como o terremoto, a trepidação da terra e do mar, distante...
Um incêndio nas florestas épicas...Arde, flameja, faísca em árvores de luz.
Derruba-me aos poucos. Incêndio imerso em mim!
Minha alma baila em meio às chamas que me consomem.
No ermo alguém me chama, você? Que silêncio de pavor que se envereda pelo caminho.
Bate-me sorrateira a nostalgia, felizes horas...Solitárias horas,
Porém mais minha do que todas as outras.
Pranto imerso em paixão enlaçado ao meu corpo que dança no tempo.
Roda, alegre, triste, imensurável, angustiada minha alma.
Sempre pensando, queimando na profunda saudade que se abate,
Onde estás, onde?
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