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Artigos-->Fim do mundo empolgante -- 20/08/2000 - 21:10 (Kelly Christine Barbosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CRÍTICA DE CINEMA



Fim do mundo empolgante

Fox mostra a destruição do planeta e inova na animação



Quando os diretores Don Bluth e Gary Goldman lançaram Anastasia, o primeiro longa-metragem de animação da Fox, em 1997, ficou no ar a sensação de que alguma coisa boa estava para acontecer numa área da produção cinematográfica que é dominada pela Disney. Mas nada poderia preparar o mundo para o próximo passo da dupla e do estúdio: o lançamento da ficção científica Titan (Titan A.E., EUA, 2000).

Para quem ainda acredita que os longas de animação precisam ser recheados de criaturas fofinhas e de personagens que quando têm algum problema começam logo a cantar Titan é uma boa surpresa. A nova obra de Bluth e Goldman deixa de lado os olhares sonhadores, os mascotes e as canções para investir pesado na ação e no uso inteligente e criativo da tecnologia.

Titan realiza a façanha de integrar a animação convencional em duas dimensões à animação tridimensional gerada em computador, que já rendeu obras inesquecíveis como Toy Story. Suavizando o visual exageradamente clean dos itens criados em computador com texturas pintadas à mão, a gigantesca equipe responsável pelo desenho conseguiu fazer cenas tocantes e quase inconcebíveis. Em Titan, é possível ver personagens de animação convencional pilotando espaçonaves e utilizando armas e trajes criados em programas de computação. A interação é tão perfeita que é impossível não acreditar que os itens digitais estejam respondendo às ações dos personagens bidimensionais.

Mas Titan não seria um sério candidato a clássico da animação se tivesse apenas um visual inusitado. A verdade é que mesmo os que não são fãs da ficção científica podem se deixar seduzir pelo desenho, que conta uma história de forte conteúdo humano e lida com questões complexas como o que significa pertencer à humanidade.

Titan começa no longínquo ano de 3028, uma era em que os homens já conquistaram o espaço, mas ainda mantém uma forte ligação com seu planeta natal. O A.E. do título original, que não foi traduzido para o português, significa After Earth, depois da Terra, e se justifica pelo fato de que a maior parte da trama se desenvolve após a destruição do planeta pelos Drej, ameaçadores alienígenas cujos corpos são compostos unicamente por energia.

No começo do século 31, a raça humana desvenda um segredo comparável à utilização do fogo, à eletricidade e à divisão do átomo. Cientes de que a nova descoberta pode provocar o domínio do Universo pelos terráqueos, os Drej destroem a Terra e tudo o que os humanos têm tempo de fazer é fugir às pressas para o espaço.

Quinze anos depois, os poucos humanos que conseguiram escapar do holocausto planetário formam uma espécie ridicularizada pelos extraterrestres e em vias de extinção, que sobrevive em ferros-velhos espaciais. Dentre esses humanos está Cale, um jovem revoltado que, devido à falta de referências familiares ou simplesmente humanas, despreza tudo o que diz respeito à Terra.

Procurado por Korso, Cale descobre que tem desenhado na mão um mapa que pode revelar a localização da Titan, uma impressionante nave-laboratório que seria capaz de dar aos terráqueos um novo planeta. Juntamente com Akima, uma jovem criada numa colônia de humanos, e três alienígenas, Cale e Korso partem numa jornada épica. No caminho, o jovem terá a chance de enfrentar os Drej e a traição e de descobrir o que significa ter nascido na Terra.

Certas seqüências de Titan, como a corrida aquática no estranho planeta Sesharrim e a perseguição entre os cristais de gelo lembram narrativas espaciais clássicas como a trilogia Guerra nas Estrelas e a série Star Trek. Outras, como os “passeios” com trajes de astronauta, remetem à era de ouro da corrida espacial. Um fato notável é que os veículos e os seres estranhos que habitam o universo de Titan não sugerem nenhuma das obras que são hoje consideradas referências obrigatórias na ficção científica. Os Drej, por exemplo, longe de se parecerem com os ameaçadores Aliens do filme de Ridley Scott ou com qualquer criatura imaginada por George Lucas, são seres de um azul translúcido cujos movimentos são acompanhados por uma espécie de pulsação elétrica.

Titan chega para contradizer (mais uma vez) aqueles que acreditam que a tecnologia cinematográfica de ponta não pode estar associada a histórias criativas e emocionantes. É verdade que essa saga espacial é complexa demais para as mentes das crianças que, normalmente, são o grande público-alvo dos desenhos. Mas também é verdade que ninguém pode prever o que vai acontecer na animação depois da Terra.



Kelly Christine Barbosa - jornalista

kelly_barbosa@super11.net

Belo Horizonte - Minas Gerais
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