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Artigos-->Osires entrevista Jorge Amado -- 01/10/2013 - 11:54 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
enquanto não inventam um DIP qualquer vamos nos entediando com sub literatura politicamente incorreta, meus amigos milicos se tiverem influencia com a editora do exercito para editá-los eu topo, abraços



ENTREVISTA PSICOGRAFADA COM JORGE AMADO.

Não ouço vozes, não sou dado a transes ou êxtases, chás e ervas fumarentas nunca me capturaram... Bem, depois do décimo drinque que nem Zeca Pagodinho dá jeito; zunidos, faiscantes estrelas, a lei da gravidade revogada, o Cosmo revoluteia e suores frios anunciam-me as portas do inferno, só uma dedada na goela me salva, depois um banho frio para aliviar pontadas na cabeça e expurgar qualquer sentimento de culpa por ter se prostrado tão indecentemente aos pés do senhor vaso sanitário... Não tem jeito, estou preso às concretudes cotidianas.

Portanto não sei lhes explicar como se deu a coisa, meus amigos psicanalistas podem identificar este meu anacrônico nacionalismo patriótico com a fase oral mal resolvida ou uma recaída edipiana, não quero nem saber, eu quero é ridicularizar os dois chibungos escarlates do Caribe que ousam mandar meganhas da sua policia política monitorar seus médicos escravos conspurcando o sagrado solo do Brasil. Pelo menos conscientemente eu não ativo raivas e ódios que eu não sou besta de me maltratar, mas inconscientemente ativo ondas cerebrais desconhecidas, a inquietude letárgica dos cinco sentidos, uma visão de gozo e terror absolutos, e o grande Jorge Amado materializa-se ao meu lado.

Sobrecenho carregado e o riso franco de autentico grapiuna, vai logo me esculhambando.

- Compadre Graça mandou lhe avisar que se você expurgar noventa e nove virgula noventa e nove por cento dos ‘bagaços’ que escreve você vai produzir algo que preste.

Ascendo às estratosferas, o mestre Graça tomar conhecimento das bobagens que escrevo é mais honroso do que conquistar o premio Nobel e balbucio um acabrunhado.

- Tá certo.

Riso franco e sobrecenho carregado de autentico grapiuna, se apressa em me consolar.

- Mas eu não concordo, nem professo este rigor estético, aqui pra nós, sem umas boas verborragias sub-literatas não se constrói um bom poema.

Minha autoestima começa a se recompor e resmungo um.

- Também acho.

Então, impacientemente, o espírito materializado de Jorge Amado esmurra o ar e brada.

- Não importa estes filigranas estilísticos, o que avilta a arte é o maniqueísmo, como o artista está preso ao seu tempo não pode se eximir de se comprometer, compete aos leitores expurgarem os ‘bagaços’ ideológicos.

- Peraí! O senhor vai me desculpar, mas isto tá me cheirando a um mea culpa um tanto atrasado.

- Não vem ao caso. Não estou me penitenciando. É legitimo errar, persistir no erro só por burrice ou desonestidade, é por isso que estou aqui pra lhe incentivar a continuar com essa sua sub literatura provocativa... Você se recorda em que livro cometi uns maniqueísmos provocativos contra os nossos irmãos militares?

- Ora Jorjão! O senhor que escreveu suas porranças não se lembra e quer que eu me lembre?

Rindo-se gostosamente o ectoplasma do mais amado romancista grapiuna comentou.

- No auge da ditadura militar eu inseria uns parágrafos verborrágicos provocativos totalmente gratuitos asseverando que todos empresários e altos oficiais tinham uma tendência natural para darem o rabo e cultivar chifres...

- Eu me lembro, dava boas risadas, mas os milicos foram espertos, não caíram nas suas provocações, por isso agora tou lhe imitando garantindo que todo ditador é corno e chibungo, especialmente os dois viadões velhos do Caribe.

- Pois é, todos os que curtem a liberdade e respeitam a dignidade humana tão se divertindo com essas suas provocações, mas você tem que reivindicar que a Editora do Exercito Brasileiro publique seus escritos, aqui pra nós, o velho Graça tem razão, você tem produzido uma sub literatura chinfrim da melhor qualidade, publicada por você ou por uma editora qualquer não vai ter nenhuma repercussão, mas publicada pela Editora do Exercito vai se constituir no mais importante evento estético-politico deste inicio de milênio ... Simbolicamente se constituirá no definitivo e irrevogável compromisso das forças armadas brasileiras com a liberdade de expressão, geopoliticamente pode ser entendido como um desagravo à nossa soberania vilipendiada pelos meganhas dedo-duros da policia política dos dois chibungos caquéticos que vêm monitorar os médicos escravos... a repercussão diplomática que isto pode causar vai conferir status de obra de arte à sua sub literatura...

Como percebem as argutas leitoras, para um comunista ortodoxo o espírito de Jorge Amado tá se revelando um marqueteiro mais oportunista do que os marqueteiros dos populistas demagógicos, então contrapus.

- O diabo é que não tenho nenhuma criatividade, tenho espremido o quengo e não me ocorre mais nada para ridicularizar os dois viadões românticos Del Caribe.

- Ora rapaz! Invente um guerrilheiro grapiuna do Bom Sem Farinha onde você nasceu ou de Pirangi...

- Sua terra natal!...

- Deixe de gozação, compadre Raimundo Sá Barreto lhe contou que eu vi Pirangi nascer, aliais narro isto em Tocaia Grande, modéstia a parte, um bom romance...

- Muito bom! Mas e aí o que é que esse guerrilheiro grapiuna faz?

- Com um parmo e mei de pica fora o vermei Cuma diz os cabras safados dos baixos meretrícios...

- Peraí Jorjão! Que palavreado mais vulgar, grosseiro... Vou relatar isto para castas leitoras...

- Vá se fuder!! Tou lhe passando instruções estéticas para você forjar uma obreta literária libertaria contra a mediocridade e a intolerância, portanto deixe de viadagem.

Concordei humildemente e Jorjão continuou entusiasmado.

- Você deve criar uma atmosfera de tédio decadente na Sierra Maestra – “la luna con sus anquitas de nardos” – que induzia a lubricidades... Enquanto os heróis se lascavam matando e morrendo inutilmente em Santa Clara e no Oriente o nosso conterrâneo, como um cabra safado sem vergonha na cara, enrabava El Comandante en Jefe que ciciava como um jegue velho emasculado... aí o guerrilheiro grapiuna desfere uns dois tapões no pé do cangote do viadão e brada; “pare de peidar no meu pau seu chibungo frouxo, se acomode, não é omê não, cabra?” ...

Com a gravidade que o tema requeria perguntei.

- E o que é que eu faço com o outro chibungo?

- Or! Você inventa que era mais acomodado... um chibungo chuparino descarado...

Caímos numa incontrolada gargalhada e protestei.

- Porra! Jorjão, o senhor tá querendo me fuder mesmo! A putada ruim fanatizada vai dizer que sou um verme, um gusano a soldo da CIA... Mas vou dar um jeito de neutralizar esta acusação, que tal a gente transformar este guerrilheiro grapiuna num anjo exterminador de Passolini, num fauno com furor priápico que anacronicamente pula da Sierra Maestra para o Salão Oval da Casa Branca para cumer o cu de Barack Obama este belicista safado?

O espírito materializado de Jorge Amado deu um entusiasmado pulo imitando Pelé comemorando um gol e urrou.

- Tá veno aí seu sacana!? Você é um gênio.

- Nem tanto! Mestre, Nem tanto!!...

Rimo-nos gostosamente, e paternalmente, grapiunamente Jorjão completou.

- Pois é, tome umas cachaças e solte a imaginação, não se acanhe com filigranas estéticos. Agora, o importante é o marquetingue editorial, mexa os “pauzinhos”, pressione seus amigos milicos, o que importa mesmo é que a Editora da Biblioteca do Exercito patrocine uma luxuosa edição invente um titulo barroco; SÓ SE PODE SUPERAR O MAL ATRAVÉS DO RISO – CONTOS ERÓTICOS DA GUERRILHA.

E por entre nuvens de glorias o espírito materializado do libertário romancista desvaneceu-se.

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É o diabo!... Eu não entendo nada de arte, nem de política, nem de religião, nem de psicanálise, nem de nada. Jorge Amado era amigo compadre de Raimundo Sá Barreto, um contraparente nosso, minha mãe o conheceu na casa de Sá Barreto em Ilheus e me fez o seguinte comentário porque sabia que eu era um admirador embasbacado dele; “Os dois putos velhos, sem o que fazer, tavam lá dando risadas de safadezas.” Eu fiquei escandalizado com esta audácia irreverente de minha mãe, mas isto foi me vacinando e hoje aceito divertido acusações idiotas de certos amigos que se recusam a pensarem livremente e se prendem a dogmas, há os que dizem que religião, política, arte, psicanálise, libertam, pode ser, ouso acreditar que o que liberta mesmo é pensar livremente, portanto; abaixo ditadores chibungos caquéticos. Até mais ver, Amados.
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