Usina de Letras
Usina de Letras
137 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62486 )
Cartas ( 21336)
Contos (13274)
Cordel (10453)
Crônicas (22547)
Discursos (3241)
Ensaios - (10472)
Erótico (13578)
Frases (50875)
Humor (20083)
Infantil (5503)
Infanto Juvenil (4822)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1377)
Poesias (140918)
Redação (3323)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2437)
Textos Jurídicos (1962)
Textos Religiosos/Sermões (6251)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Da Poesia e da Pintura em Fernando Pessoa por Isabel Rosete -- 07/11/2016 - 22:30 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

BREVE EXCERTO DA MINHA TESE DE DOUTORAMENTO (em curso) - "A Instauração de uma poética ontológica em Eduardo Lourenço: da Poesia e da Pintura em Fernando Pessoa(s)"

«Ergue-se a indelével paixão pela Poesia e pela Pintura, modos de Dizer-Ser, de Dizer e de Nomear a Realidade entificada em visões e versões vácute;rias: as dos Poetas, as dos Pintores, as de Eduardo Lourenço, em intersecção umbilical no in-habitual da Arte e das obras de arte com todos esses seus outros, ele o Filósofo da "Estética e da Filosofia da Arte", o esteta, o crítico de Arte e o literato, embrenhado num Universo de mundos inumerácute;veis de extra-ordinácute;ria e fina grandeza pensante, quais mónadas (redondas) com portas e janelas abertas em entre-cruzamento pleno e continuado.
Fascinado pelos conceitos de “Imaginácute;rio”, de “Imaginação”, de “Imagem” e de “Espelho”, sempre na sua essência de speculum, no seio desses que elege, poetas e pintores, Lourenço expõe as suas reflexões co-habitantes no Mundo das Artes. Aliácute;s, vivemos com/em imagens no imaginácute;rio da imaginação que as cria. Assim convergem, como que para o seu útero, todas as formas da Arte de dar, fontes históricas e historiais, testemunhos do seu tempo e de tempos outros, sempre mensagens, apelos, alertas, meios comunicantes em linguagens vácute;rias, mostrações ontológicas e ônticas des-velantes da verdade do ente que é tal ou tal. Sejamos ou não Narciso(s), hácute; sempre um espelho auto e hétero reflector virado para nós e para todos os outros, quer o vejamos ou (propositadamente) o ocultemos, sombrio-obscuro/claro-luminoso dentro de nós, Homens, entes de rosto nem sempre des-coberto, amiúde bi-céfalos, maioritariamente pendentes para a “Via da Aparência”, deixando a “Via da Verdade” que, no espelho da Poesia e da Pintura, se destapa perante nós deambulando, como viandantes, entre o Apocalipse e a Anunciação. O realismo de Victor Hugo atesta-o com a aprovação de Eduardo Lourenço.
Notemos que tanto as imagens como as sombras/reflexos são reais em qualquer quadro-espelho, em qualquer poema-espelho. Emerge-se a nossa limitação do vermo-nos no viso do nosso viso no(s) espelho(s) entre as entidades imagéticas que vamos criando, quiçácute; outros que somos e não-somos, mas que desejamos ser. Aí estácute; “A imagem à procura de Pessoa” e não Pessoa perscrutando pela sua própria imagem, ele-mesmo criador de tantas imagens-pessoa(s) dentro e fora do António Nogueira, entre 13 de Junho de 1888 e 30 de Novembro de 1935. E o mundo-interior do Poeta? Estácute;, seguramente, em todos os seus versos, em todos os seus escritos em prosa (sempre poéticos e poiéticos), apesar de quando se olha não se entenda, se transvie enquanto se evade das suas próprias sensações, não saiba se é talqualmente como se lhe parece que é ou se julga ser, ou, ainda, se é como se sente em si , qual Narciso cego. Mas, hácute; o mundo-exterior em concúbito com esse mundo-interior? Ah, o mundo-exterior! Esse só existe, unicamente, «como um actor num palco: estácute; lácute;, mas é outra coisa» .
Mesmo que a Pintura seja poesia e poiética, a Poesia em si-mesma - o acto original do homem da Esfinge como resposta remontante às origens, a arte maior da língua, da linguagem e da fala, do pensamento originácute;rio em voz ecoante ad eternum fundada ontologicamente - impera nas preferências deste nosso pensador errante, inclusivamente, também, sobre a Filosofia e a Ciência. Sem dúvida que «o que nem filosofia nem ciência nos concedem, um só verso, um daqueles que Mallarmé dizia ‘interminavelmente belo’ no-lo oferece, porque nele regressamos e nele somos o tempo que em tudo o mais esquecemos mas que jamais nos esquece» . Esta atemporalidade e intemporalidade do verso, do poema, única por si mesma, coloca-nos nos domínios não efémeros de uma Memória “eternamente” viva, sempre jovem, em constantes fluxos e refluxos de imagens de espelhos não quebrados, nem nas suas molduras, afastando o esquecimento, uma vez que
«(…) Quem o mais fundo pensou é o que ama o mais vivo,
Quem olhou fundo para o mundo, entende excelsa juventude, (…)»
E, sobretudo, porque
«(…) O que fica, os poetas o fundam.»
Lourenço segue, em crítica fina, Heidegger e Hölderlin (tal como nós), mas, sempre, em pensamento próprio e estilo único, numa esfera ontológica claramente visível. Sabe, como Parménides, que o “Ser é” e que o “Não-Ser não é”, não obstante o Devir, o Tempo, a Memória, o Instante e, como Heidegger e o seu “Poeta do Poeta”, jamais olvidando que: «É poeticamente que habitamos o mundo ou não o habitamos. Desejo, injunção ou calmo olhar sobre o fundo das coisas, a palavra de Hölderlin tão celebrada por Heidegger diz a intemporal verdade de onde o saber não-poético nos expulsa»
Não deixando jamais de dissertarmos sobre as múltiplas incursões pictóricas do autor, centramo-nos mormente, nesta tese, nas lídimas reflexões lourencianas sobre a Poesia de Fernando Pessoa(s), seleccionando os pintores pessoanos, aqueles que o/os repercutiram em texto icónico sob múltiplas imagens, em poesia-pictural, melhor dizendo, exemplificativa desses muitos existentes identitácute;rios de/em si-próprio nutrindo metácute;foras de um Teatro de palcos diversos: Júlio Pomar, Emília Nadal, Costa Pinheiro ou Mácute;rio Botas. Claro que não deixaremos de revisitar, com Lourenço, Klee, Velasquez, Tintoreto, Vieira da Silva, Cruz Filipe e Picasso.
Entre as diversas obras da “arca” de Eduardo Lourenço referentes a esta nossa temácute;tica, A Instauração de uma poética ontológica em Eduardo Lourenço: da Poesia e da Pintura em Fernando Pessoa(s)?, focalizamo-nos em O Espero Imaginácute;rio, Pintura, Anti-pintura e não-pintura, tomando como método a hermenêutica criativa- crítica. A nossa ácute;rea de alicerce investigativo e de escrita é não tanto a da Estética, mas a da Filosofia da Arte, por considerarmos que o autor, tal como nós, nela se circunscreve prioritariamente. (...)»
Isabel Rosete

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 8Exibido 935 vezesFale com o autor