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Ensaios-->O ESPECTRO QUE ASSUSTA A OLIGARQUIA GLOBALISTA -- 14/02/2017 - 10:30 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

O ESPECTRO QUE ASSUSTA A OLIGARQUIA GLOBALISTA

A. C. Portinari Greggio  (*)

O Foro Econômico Mundial de Davos, todos sabem, é uma espécie de Concílio Ecumênico da oligarquia globalista internacional.

Na sua reunião anual, neste janeiro, a pauta foi dedicada à questão que mais apavora a oligarquia: como enfrentar o populismo. Populismo é o nome que ela usa para referir-se à virada geral para a Direita na Europa e nas Américas, inclusive no Brasil.

Para nós, do INCONFIDÊNCIA, a virada não é novidade.  Nós já a prevíamos há anos. Afinal, o INCONFIDÊNCIA é parte dela. Mas a elite globalista vive num outro mundo, distante, segura de si, dona da verdade, convencida de que é capaz de condicionar as mentes, controlar a opinião pública e determinar os rumos da História. Por isso ficaram tão chocados e surpresos com a vitória de Donald Trump.

De repente o povão lá em baixo, a maioria silenciosa, apesar dos muitos anos de lavagem cerebral, reagia e virava a mesa.

Que fazer?

Madame Lagarde, do Fundo Monetário Internacional, propôs que os governos estabeleçam programas para retreinar os desempregados e aumentem as verbas sociais, ou seja, bolsas-famílias e similares. Propôs também ajustes fiscais e mais redistribuição de renda.

O professor Richard Baldwin sugeriu a humanização da economia, e mais impostos para garantir a coesão social necessária para que as sociedades continuem a avançar.

Lawrence Summers, da universidade de Harvard, recomendou investir em infraestrutura, tecnologia e educação, e integrar globalmente o homem comum, e realizar os sonhos de cada jovem, inclusive educação, moradia e casa própria.

Alguma novidade?  Nada.  É a mesma ladainha.  Quando cutucados, repetem automaticamente essas fórmulas e sem querer revelam seu desprezo pelo povo. Acham que o descontentamento é questão fisiológica de ressentidos, incapazes, frustrados, que querem mais sem merecer.

Mas não dá para ignorar, porque os descontentes são a imensa maioria. Por isso a oligarquia, com má vontade, concorda em aumentar as doses de pão e circo. Não lhe passa pela cabeça que o povo possa estar insatisfeito, não com sua fatia nas vantagens do sistema, mas com o próprio sistema.

Ao fazer certas concessões, a oligarquia não pretende resolver o problema, mas apenas ganhar tempo.  

Assim como o povo está insatisfeito com a oligarquia, ela está, há muito mais tempo, insatisfeita com a existência desse povo.

Acreditem ou não, o objetivo dela é substituir o povo.  Como explicou o prof. Baldwin, é preciso manter a paz enquanto a sociedade avança.

Que avanço é esse?

A oligarquia pretende construir um mundo melhor, sem fronteiras, sem nações, sem conflitos. Um mundo perfeito, maravilhoso, um antimundo completamente diferente do nosso. É claro que, nesse antimundo os habitantes terão de ser o oposto dos eleitores de Donald Trump.

Segundo a mídia, os eleitores de Trump são caipiras falidos e operários desempregados, empobrecidos, sem futuro na nova economia global do século 21. Ignorantes, provincianos, despreparados, culpam a China, o livre comércio e os imigrantes pela decadência da indústria americana. São xenófobos, preconceituosos, machistas, ressentidos.

Vejam como a National Review os descreve: Ninguém tem culpa dos seus problemas. Não houve desastre, nem guerra, nem fome, epidemia ou invasão.

Nem mesmo a economia mudou tão radicalmente. Nada disso justifica a degradação da América pobre e branca. (...) A verdade sobre essas comunidades inviáveis é que merecem morrer. Economicamente são peso morto. Moralmente, são indefensáveis. Esqueçam as canções patrióticas. Esqueçam essa história de cidades industriais decadentes, e as paranoicas teorias sobre chineses que roubaram seus empregos.  O rebotalho branco dos Estados Unidos vive enrascado numa cultura viciosa, egocêntrica, cujos únicos resultados são miséria e agulhas usadas de injeções de heroína. Por isso gostam tanto dos discursos de Donald Trump. [Kevin Williams, Chaos in the family, chaos in the state, National Review, 28/3/2016]

A linguagem é clara: para construir o mundo melhor, é preciso exterminar essas populações brancas. Sem rodeios nem metáforas, é uma proposta de genocídio. Seria piada se publicada num site qualquer da Internet, ou no WhatsApp. Mas não. A National Review é importante e acatado órgão da mídia chapa branca, Cem por cento a serviço da oligarquia.

A ideia do genocídio não é, portanto, opinião pessoal do autor, é vazamento dum projeto que deve circular, discretamente, nas altas rodas da elite globalista.

Evidentemente ela não poderia exterminar os brancos americanos em campos de concentração ou câmaras de gás. Nem precisa disso. Há outro método, mais sutil e eficaz, que já está em execução: a substituição e a expulsão das populações brancas por invasões de milhões de imigrantes do Terceiro Mundo.

Ora, pergunta-se: se o defeito da população branca é ser tão atrasada como diz o artigo da National Review, qual seria a lógica de substitui-la por outras talvez piores?     De fato, parece incoerente.   Mas não é. O real objetivo da oligarquia não é melhorar o nível da população, mas marginalizar a população branca, reduzindo a minoria acuada entre outras minorias.

Por quê? A quem interessa essa enorme mudança demográfica, que envolveria centenas de milhões de pessoas? Fica a pergunta.

Vejamos agora se a imagem da população branca que elegeu Trump corresponde à propalada pela mídia. Para abreviar, em lugar de milhões escreveremos  “M”.

A população americana é predominantemente branca. Os Estados Unidos têm 325M habitantes, dos quais 224M (72,4%) brancos, 39M (12,6%) negros, 15M (5%) asiáticos.   Nesse total, 50M (16%) são de origem latino-americana, dos quais 26M são contados como brancos.   A maioria dos muçulmanos está incluída entre os asiáticos.

Etnicamente, os Estados Unidos não são país anglo-saxão. A etnia mais numerosa na população americana são os 43M descendentes de alemães, que correspondem a 15% do total. Em seguida, 30 milhões de irlandeses (11% do total). Os descendentes de ingleses e escoceses somam 29M (10,4% do total).

Trump foi eleito pelos brancos.   

- Eleitorado branco (70% do eleitorado): 58% Trump, 37%Hillary.

- Negros (12% do eleitorado): 8% Trump, 88% Hillary.

- Latino-americanos (11%do eleitorado): 20% Trump, 65%Hillary.

- Asiáticos (4% do eleitorado): 29% Trump, 65% Hillary.

Trump foi eleito pelos mais velhos.

Dos eleitores com mais de 45 anos, que compreendem 55% do total de eleitores, 53% votaram em Trump;

- na faixa dos 18 aos 29 anos (19% do total de eleitores), 37% votaram em Trump;

- na dos 30 a 44 anos (25% do total de eleitores), 42% votaram em Trump.

Trump foi eleito pelos homens.

Homens: 53% Trump.

Mulheres: 42% Trump.

Trump foi eleito pelos de menor escolaridade. Eleitores com curso médio ou menos:

51% Trump, 45% Hillary.

Com superior incompleto: 52% Trump, 43% Hillary.

Superior completo: 45% Trump, 49% Hillary.

Com pós-graduação ou mais: 37% Trump, 58% Hillary.

Isso, porém, não significa que o eleitorado da Hillary seja mais inteligente. Os estudos sobre formação da opinião pública indicam que os adultos com formação superior são mais vulneráveis à influência da mídia, portanto mais fáceis de manipular.

É paradoxal, mas é fato. Trump foi rejeitado pelos homossexuais.

Os homossexuais declarados correspondem a 5% do eleitorado. Deles, 78% votaram em Hillary, 14% em Trump.

É verdade que os eleitores de Trump são pequena agricultores empobrecidos? É fato que nas áreas rurais Trump obteve 62% dos votos, contra 34% para Hillary. Mas a população rural dos Estados Unidos é pequena: 46 milhões 15% do total.

São verdade que os eleitores brancos de Trump são operários desempregados? Não. Os brancos constituem 79% da Força de trabalho dos Estados Unidos. O índice de desempregados brancos é 5,3%%. O índice geral de desemprego é  6,2%. Dos149M brancos empregados, apenas 15,3M (10,3%) são operários. Os demais trabalham em serviços tais como transporte e logística (5,2%), distribuição (13,7%), educação e saúde (22,6%), finanças (6,8%).

A participação relativamente pequena da indústria no total não se deve à decadência do setor, mas à automatização e à terceirização, ou seja, ao avanço tecnológico. Muitas das atividades que antigamente eram computadas como industriais, hoje são classificadas como serviços. Portanto, se o setor industrial americano crescer na administração Trump, a proporção entre indústria e serviços continuará a mesma.

Os trabalhadores americanos perderam empregos ou tiveram salários reduzidos por causa dos imigrantes?

Segundo o Bureau of Labor Statistics, em maio de 2016 havia 124M de trabalhadores americanos e 25M de estrangeiros nos Estados Unidos.  Não há grandes diferenças ocupacionais entre os dois grupos, de modo que a ideia de que os imigrantes fazem os serviços que os americanos recusam, é falsa.

As mesmas estatísticas indicam que os estrangeiros ganham em média 20% menos que os americanos.

Os eleitores de Trump são “peso morto, indefensável”?   Para responder, temos de verificar quem e quantos são esses “pesos mortos”.   O critério mais fácil é contar quantos americanos recebem “food stamps”, algo parecido com os nossos vale refeição.   Em 2013 havia 47milhões de beneficiários desse subsídio, dos quais 20M brancos, 15,5M negros, 9M latinos e 1M asiáticos.  Mas como cerca de 10% da população branca é de latinos, devemos fazer uma correção: seriam 18M brancos e 11M latinos.  Em termos proporcionais, portanto, 40% dos negros, 25% dos latinos, 8% dos brancos e 7% dos asiáticos seriam “pesos mortos” que “merecem morrer”.

Mas com certeza esses não são eleitores de Trump. Nos Estados Unidos, onde o voto é facultativo, essa categoria social quase não comparece às urnas eleitorais. Para desespero de Hillary, porque negros e latinos e asiáticos são seus mais fiéis eleitores.

Como se vê, as explicações da grande mídia para a vitória de Donald Trump não têm base na realidade. Os fatores econômicos não são o principal motivo da revolta do eleitorado branco.

Os remédios fisiológicos alvitrados pela oligarquia do Foro Econômico Mundial em Davos dificilmente terão efeito.

Qual o motivo do descontentamento, da revolta, da virada internacional para a Direita?

Qual a razão pela qual o eleitorado branco americano elegeu Donald Trump, ignorando toda a campanha da mídia?

A oligarquia jamais vai entender. Os revoltados não querem ajuda econômica, eles:

- querem preservar e recuperar suas identidades nacionais.

- querem seus países de volta.

- querem um mundo simples e direto, de certezas e de verdades, como aquele descrito nos antigos filmes de John Wayne;

- estão fartos de efeminados, pedantes, piranhas, grã-finos, intrusos, fracotes, chorões,

- de forasteiros fanáticos, com estranhos costumes e religiões,

- de criminosos impunes, de aproveitadores, parasitas, pichadores,

- vagabundos, de gente tatuada, insolente e sem vergonha.

Isso, a oligarquia jamais vai aceitar.


(*) A. C. Portinari Greggio

     Economista


Publicado no Jornal Inconfidência,  B HORIZONTE, 03 DE FEVEREIRO DE 2017 - ANO XXII - Nº 235

 
Leia os textos de Félix Maier acessando:

1) Mídia Sem Máscara

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