A Planície: autor: Fabio Rodrigues Mendes: Jundiaí-SP. Rua Engenheiro Monlevade 1012 -Jundiaí-SP. Cep 13 200
Por: maria do socorro xavier
O poeta em epígrafe é autor de mais de cinco obras: Painel e Palavra [1963]; Tribuna [1964]; Aldeia do esquecimento [1964]; Os Convivas de Junho [1960] e Rio Recluso [1969].
"A Planície" é um livreto, composto de 19 poemas livres, de construção original e conteúdo fecundo. Portanto produção que veio para ficar, ser palmilhada e refletida pelas mensagens profundas, de realidades cósmicas, plenas de natureza, indagações filosófico-existenciais - sempre rematadas pela ànsia do amor. Não há poema desprezível em sua pequena grande obra. Produção seletiva e criativa.Metáforas ricas são utilizadas para textualizar seu universo cósmico:
"Clamo pelos amargurados pelos que partiram/ sem afagos e sem esperanças". "Sem termo e sem princípios fugimos/ Vozes confusas anunciam a planície/ Perdidas as definições clamamos por roteiro/ Nem bandeiras/ nem clarins/ As montanhas são miragens e os oásis, alucinações/ No entre devorar quotidiano de programas/ expedientes salvadores/ colhemos apenas espectros e brumas".
O poeta escreve para quem se liberta. E a sede lhe tortura... Simbolismos e surrealismos inundam seus versos e poemas. Há em vários gritos um só grito de liberdade e de amor - extensivo aos humanos desumanos, Ã preservação da natureza, tão violentada: " Dentro da terra há pássaros paralíticos/ e somos os reis da criação"... "descubro a poesia, derramando-se sem limites, nas árvores mutiladas pela brutalidade atómica".
Cantos líricos como "O Mar" e "O Exilado" encerram o livro, valorizando-o assaz, pela pujança do ideário e construção original.