* DOR MORENA *
Meu amor... anjo que só consigo sentir o rufar de tuas asas quando em sono profundo como num sono celestial, dá-me um pouco do teu real existir. Onde andas se acordo e não te vejo? Apenas sinto que esteve por perto pelo sorriso bobo que trago refletido no espelho de minha alma, tento lembrar-me do cheiro que deixaste, mas só fica a ilusão das formas que imagino ter, olho ao redor, e só há lençois em desalinho de meu corpo que se debateu no caminhar gelado da madrugada choro como criança que perdeu o colo. Naum quero ser gente grande neste instante, naum quero ser em instante nenhum, o desejo que trago entranhados nos meus mais ínfimos orgãos, não me deixam ser racional, meu coração parece querer parar, olho pela janela, o sol desponta no horizonte, traz uma luz intensa, imagino que em algum lugar deste horizonte está você a zelar pelos cabelos aos ombros, balançando com levesa tuas asas, teus olhos a refletir o brilho do sol que nasce.
Aos poucos vou caindo ao mundo real da existência dos comuns, carrego meus pensamentos com ilusões de que pensas em mim.
Sou simples mortal
LUIZ ANTONIO BARBOSA
GIGIO
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