Olham-na de lado, os brinquedos distraídos,
música a plenos tímpanos,
imaginação conspurcada.
Miro-a nos olhos
impiedosamente negros,
sinto seu perfume barato.
o sorriso estudado.
Abre-se.
libidinosa, tentadora,
ao meu corpo traidor.
Pré-histórica emoção,
perseguido pela besta,
bufadas no pescoço
dão o compasso do coração.
Remarco o espírito
com saliva amarga
e pernas trêmulas.
Quase morro,
quase vivo,
na ponta da corda oscilando,
à beira do precipício de cada dia. |