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Poesias-->Clepsidra -- 22/03/2003 - 01:07 (Bruno César Artuzo) |
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A se eu fosse velhinho...
Pararia no tempo :
Deitaria nas horas e
Calaria para o mundo
Olharia para nostalgia .
No entanto viveria com as fadas :
Seduzido pela saudade
Sorrindo junto com elas
As melodias da mocidade .
A se eu fosse velhinho...
Pediria as nuvens :
Uma chuva de sonhos
Uma brisa gelada
Um momento de satisfação .
Os horizontes que me alimentavam :
Os odores que sentia
Os olhos verdes que brilhavam
A dama da noite inspirando a boemia.
A se eu fosse velhinho...
Quereria olhar e ver algo :
Não apenas olhar
Quereria sentir de novo
As brisas que me beijavam.
Tomaria banho de chuva
Andaria descalço
Lambusaria meu rosto de manga
Sentiria-me vivo.
A se eu fosse velhinho...
Descarregaria no céu os beijos :
Que me tantos foi dado
Diria ao padre amém .
Ao mundo amém .
Contornaria as estradas do mal :
Passaria pelas grades da inocência
Pularia como coelhos
No sentido contrário das pedras .
A se eu fosse velhinho...
Tamparia os buracos :
Do meu desatino
Trocaria os vícios pelos sorrisos
E o único vício que suportaria seria viver.
Sairia de mãos dadas com os beija-flores
Pelos destinos não destinados.
Aos ventos que me levassem :
Ao mundo desconhecido
As descobertas do existir
Ao eterno aprendizado da vida .
A se eu fosse velhinho...
Nadaria pelado :
Brincaria no barro, na lama
Rolaria na grama
Libertaria os passarinhos .
Iria conhecer a cidade de minhas origens :
Comeria as uvas dos vinhedos da Sicília
Cravaria no tempo a história desse sobrenome
Um sonho de luta e vitórias .
A se eu fosse velhinho...
Mudaria o mundo :
Sorriria para ele todos os dias
Levaria junto
A essência de minhas alegrias .
Um momento de ilusão :
Apenas sei enquanto o tempo passar por meu rosto
Caminharei a passos curtos
O melhor sentimento, de estar vivo.
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