Na inexatidão dos meus pensamentos
eu caminho.
Viajo horas à procura de alguém
que me diga onde devo ir
e que me mostre como voltar.
Talvez fosse melhor
nem tentar caminhar,
pois posso me perder
em encruzilhadas duvidosas
sem nem mesmo ter chegado a canto algum.
Meus pensamentos fluem aflitos
e me encontro nômade
da cabeça aos pés,
sem destino e sem laços
que me prendam
a qualquer tipo de lugar.
Nem ao menos me preocupo
em descobrir um sentido
que justifique a inconstância
desse meu viver,
apenas caminho
até o dia em que encontrar alguém
que me segure pelos braços
e me fale bem alto
- Sou eu quem procuras,
- Por que demoraste tanto!
Luiz Ignácio do Lago, poeta, teve "Nômade" publicado em Ecos da Montanha, Primeira Coletânea de Poesias de Mairiporã, pela João Scortecci Editora, São Paulo, SP, em 1988. |