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Cronicas-->28. COMO AS FASES DA LUA -- 07/10/2002 - 11:55 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Explico-me.

Saí da Terra crente de que tinha sido volúvel. Um dia, era um vestido, logo no seguinte, outro, sempre muito contente com as mudanças. Uma que outra vez, faltaram-me recursos e precisei repisar a mesma roupa, cheia de preocupações com o futuro. Nunca, porém, me deixei embalar por pessimismo, sempre pronta a receber as dádivas de Deus com alegria e boa vontade.

Quando aqui cheguei, intrigava-me o fato de não haver caído nas correrias do báratro. Aliás, jamais cheguei a desconfiar de que mereceria o regalo desta convivência amiga, entre pessoas de tão elevado teor moral.

Era religiosa mas não me apeguei a nenhum santo em particular. Desconfiava de todos, no sentido de que não me habituaria a ficar presa às recomendações infindáveis do "faça isso, não faça aquilo, porque é perigoso para a sua saúde espiritual". Adivinhei o processo saudável da evolução infinita, confiando plenamente em que Deus é misericordioso e vela por todas as criaturas.

Achava, todavia, que minha inconstància iria pesar-me consideravelmente, já que não admitia como certo estar a preparar-me todos os dias para aparecer em público de forma a surpreender pela novidade.

Agora é que me veio à mente a Lua com as suas fases. Não existe nada nela que não seja absolutamente natural, tanto que, do ponto de vista dos terrenos, aquelas fisionomias lunares mais não são do que sua posição relativamente ao Sol, que projeta sua luz sobre o satélite e produz a sombra que lhe dá os diferentes aspectos.

Eu era simplesmente natural. Tudo que fazia reflexionava a tendência psíquica que me era inerente. Não fazia por maldade. Quero crer que bem poderia passar a vida toda com apenas um costume. Talvez lamentasse não possuir outros, mas não iria concentrar minha vontade de realizações nos diversos campos de atuação vital com o prejuízo de um fator meramente externo.

Eis-me aqui a favorecer a reflexão dos amigos encarnados, sem a contrapartida das revelações apoiadas em episódios.

Se disser que amei a um homem e me casei com outro, isso terá alguma importància?

Só a da ilusão de que poderia ter sido feliz de maneira diferente.

Quer dizer que não amei o meu marido?

Não de forma apaixonada, arrebatadora. No entanto, dei-lhe quatro maravilhosos filhos, estes, sim, jamais relegados a segundo plano. A todos amei igualmente, o que me faz pensar em que é possível querer bem a mais de um homem, mantendo-se a fidelidade ao sentimento de preferência à aliança conjugal.

Onde estarão aqueles dois homens neste momento? Serão espíritos livres? Ou estarão disputando-me em encarniçada luta?

Como estas questões são periféricas! Do ponto de vista humano, quem sabe alguém possa desconfiar de que estejamos contemplando uma situação falsa e desagradável. Contudo, nós convivemos em harmonia, uma centena de espíritos mais ou menos adiantados que compartilharam muitas existências carnais juntos, ora na condição feminina, ora na masculina, seja formando duplas, seja formando triàngulos, quer na condição de cónjuges, quer na de pais e filhos.

E essas alternàncias são absolutamente naturais, como as fases da Lua.

O sexo não é uma ilusão como prática, mas não deve ser considerado como armadilha moral que nos encaminhará ao fogo crepitante dos infernos, para o resto da eternidade. Entendi isto de uma vez por todas quando aceitei a perda do homem que amava, recebendo um outro que passei a respeitar, a admirar e também a amar. Compreendi que o coração das pessoas tem a capacidade de enternecer-se durante toda a vida e que tive a sorte de meditar a respeito, tendo em vista o meu caso pessoal.

Gostaria de encaminhar de forma original este apanhado de impressões pessoais, porém, não tenho desenvoltura de escritora e peco ainda pela vontade de cambiar de estilo a cada momento, como trocava de roupa. Valha-me a compreensão de que estou trabalhando para eliminar os defeitos e adquirir as virtudes.

Não é isso que é o mais importante, principalmente se considerarmos que a aquisição das virtudes se reflete nas obras de benemerência provindas do amor crescente que irá conduzir à plenitude da verdade?

Deus esteja com todos nós, em nossas almas, abençoando-nos todos os atos em prol dos semelhantes!

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