ESTIGMA
Na face o espanto reflete
A visão do teu rosto quase
Esquecido,
Esmaecido,
Pelas brumas da memória
Na alma o pânico,
Desta visão fora de hora
Perdi a noção do agora,
Sem meu chão volto a ser vítima
Do teu estigma,
Cicatriz maligna
A me seguir à trilha
Que o teu desalento
Eternizou como tormento,
Inferno que alimenta teu talento
Dos restos de um momento
Que fostes vítima e carrasco
Do teu próprio asco
Já me fiz ausente,
Água corrente,
Tranqüila e liquida,
A seguir em frente
Nunca fui semente
Para tua alma demente
Se me cultivastes, como
Raiz insensata a semear
Flor e fruto,
Da tua consciência doente
Fica em paz
Há muito encontrei
Outro rapaz,
Que me ama demais
E me fez absoluta e pura
Sem estigma,
Me envolveu num manto de ternura,
Me mostrou a lua
E beijou minha alma nua
MORGANA
Rio de Janeiro, 15/03/03
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