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Cronicas-->29. NA HORA H -- 08/10/2002 - 09:01 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sempre que me vi perante algum grave problema, alguma situação delicada e até mesmo um fato novo sem grande importància, na hora H, perturbava-me e toda a arrogància de quem se julgava suficiente e capaz de enfrentar qualquer coisa ruía, desatinando-me a ponto de somatizar as frustrações, o que me fez adquirir várias enfermidades.

Foi assim com tudo, até que conheci os trabalhos em um centro espírita.

Ali entrei temeroso de que iria sofrer a desdita de novos insucessos, todavia, fui recebido tão amavelmente pelos dirigentes e também pelo corpo de guias espirituais, conforme me asseguraram na primeira sessão mediúnica a que compareci, que me vi, de repente, em um mundo completamente diferente, como se houvesse adquirido nova personalidade.

De fato, ao deparar-me com as tarefas rotineiras de ajuda ao próximo, humildes serviços prestados quase sem esforço, como limpar um pé de salada para o almoço ou remover a sujeira do pátio, deixava-me impregnar pela elevação evangélica que se traduzia em oferecer de mim com compaixão e sem egoísmo. Esses trabalhos miúdos é que me serviram de ponte para alcançar a limpeza da alma.

E o que era que estava atrapalhando-me a desenvoltura?

O medo de ser tido em conta de pessoa sobremodo inferior, já que não conseguia realizar as tarefas sociais a que me submetia como forma de cristalizar na mente dos parentes e dos amigos que era um ser de boa formação espiritual e intelectual. No fim, as doenças que me acometeram nada mais eram do que o modo errado ou sacrificial de sobressair-me, já que chamava a atenção sobre mim.

Não foi, contudo, como um passe de mágica que me regenerei. Foi preciso conquistar pedacinho por pedacinho aquele terreno inóspito de minha personalidade claudicante. Somente depois de alguns anos é que pude enfrentar as dificuldades com denodo, a ponto de vencê-las ou contorná-las com inteligência.

Imaginem vocês, amigos, estar aqui nesta escola, sendo arguidos e solicitados a apresentar uma redação conclusiva a respeito do pior defeito e da maior vitória da existência, que, em suma, é o tema deste grupo. Não é para deixar a pessoa, pelo menos, com a perspectiva de realizar algo não totalmente fecundo, em função do objetivo de oferecer aos leitores algo que possa dar-lhes motivos para reflexão?

Pois não hesitei, desta vez, tratando deste assunto com a máxima facilidade, já que me dei ao trabalho ainda vivo de examinar consequentemente o principal embaraço para a conquista de um lugar ao sol. Eis a lição que gostaria de deixar impressa, ou seja, que sempre é bom dedicar um tempo para a fiscalização dos medos, dos temores, dos anseios e das angústias, quando se adquire a consciência de que julgamos possível executar tudo, sem, todavia, lograrmos êxito.

Analisem a frase: "julgamos possível executar tudo, sem, todavia, lograrmos êxito". Não é verdade que se apresenta bastante confusa? Pois é o exemplo vívido do que pretendo demonstrar. Se tenho afirmado que não hesitei e que tudo me veio de modo bastante ágil e escorreito, como é que, de repente, me vejo em papos de aranha para expressar um simples pensamento? Pois agora tenho a oportunidade de corrigir e melhorar o texto, dizendo que muitas vezes pensamos estar capacitados a executar qualquer coisa, mas, na hora H, os pensamentos se cruzam e as emoções se intensificam, a mente fica nublada e a vontade de realizar o melhor possível desanda, sob a influência perniciosa de que não estamos habilitados para a tarefa, principalmente por sermos de fato paupérrimos culturalmente (no caso em tela).

Outro aspecto importante para caracterizar a minha falha psíquica se concentra na ansiedade da prontidão, quer dizer, no desejo veemente de fazer tudo em um instante, como um prato de restaurante que chega à mesa um minutinho depois de solicitado. Eu gostaria de evidenciar aptidão e presteza para qualquer serviço, do mesmo modo que os leitores podem ter a impressão de que este ditado está sendo estruturado neste preciso instante da comunicação mediúnica.

Se ainda estivesse sob a diretriz do condicionamento que me atenazou tanto tempo, com certeza esta mensagem não chegaria a compor-se. Dediquei-me, porém, a suplantar as deficiências inúmeras em todos os setores mentais em jogo, de sorte que estou podendo usufruir a paz necessária para apresentar o resultado de longo período de redação, cheio de correções e substituições.

A última observação também quero ressaltar como importante, isto é, que também é preciso saber qual é a hora H de encerrar, ou o mensageiro acaba tornando-se excessivamente descritivo.

Gostaria de terminar com uma graça e um agradecimento, mas faltam-me os recursos da improvisação, já que estou tendo esta intuição neste exato momento. Fique, então, o aviso de que nem tudo o que se pretende fiel ao pensamento se consegue exprimir através das palavras.

Graças a Deus!

Belarmino.

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