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Poesias-->Sem Perdão -- 24/03/2003 - 04:26 (Morgana Meirelles) |
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SEM PERDÃO
Não te perdôo
Por te amar tanto
E nada fazeres para quebrar
Este encanto, que jogastes
Em mim como um manto
Não te perdôo
Por ignorar meu pranto
Que embora brando
Usas como prelúdio
Ao meu desencanto
Não te perdôo
Por te sentir cada dia mais distante
E não te importares nem um instante
Com a minha covardia vadia
Que me obriga a assistir
Calada, com a alma amassada,
A tua partida galante
Escondida no canto, atrás da estante,
Não te perdôo
Por te esperar em agonia
Todas as noites
Transformadas em dia
Não te perdôo
Por não notares que nas
Minhas noites vazias
Me transformei sem rebeldia
Em duas Marias
Não te perdôo
Por ansiar agora
A hora da tua partida
E me sentir repartida
Entre a noite e o dia
Não te perdôo
Por me revelares
Em massa e essência
Fui inocente, agora indecente,
Não tenho mais nem minha dor
Para justificar tanta falta de pudor
Não te perdôo
Por ainda sentir amor
Por quem me eternizou
Na semente infecunda do desamor
E me fez aprender com a dor
Estranhas formas de amor
MORGANA
Rio de Janeiro, 26/02/03
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