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Artigos-->EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE NA SOCIEDADE EM REDE -- 25/03/2002 - 01:50 (josé osimar gomes de lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


José Osimar Gomes de Lima





Como bem sabemos ainda é difícil hoje formar personalidades através da educação pois a responsabilidade começa em casa e a escola deveria lapidar melhor a identidade do sujeito de maneira que o aluno receba conteúdos que sirva para orientá-lo em sua vida social.

Assim sendo, podemos também dizer que a educação como toda e qualquer área está na rota do “descontrole”, especialmente, quando trata-se de colocar em seu cotidiano o acesso a rede mundial de computadores. Inúmeros cientistas sociais, dentre eles, o sociólogo catalão Manuel Castells, como também o sociólogo francês Alain Touraine, chamam a atenção para a importância da educação na construção de um cidadão responsável de modo que ele possa saber empregar bem as informações colhidas.

Ora entrar na internet é fazer uma viagem com muitas paisagens e tentações voláteis de consumo. Podemos consultar nossas contas de banco, pesquisar um tema, buscar um parceiro (a), bater um papo, trocar cartas com pessoas de outros países. De um ambiente de velocidade e variedade de consumo, de outro, um espaço artificial e perigoso. Artificial e perigoso que porque nossas relações com outros pode tanto ser real como fantasia isso pelo fato de não ter um contato cara a cara com quem me comunico. Perigoso também porque perdemos a privacidade e estamos vulneráveis a pegar um vírus bem como nosso corpo pode pegar uma gripe. Perigoso também porque a internet está aberta aos mais variados atos legais ou ilegais que estão desde a fabricação de uma bomba, a divulgação de panfletos xenofóbicos, preconceituosos, até a comercialização de escravas sexuais, pedofilia, prostituição entre outros atos que podem fugir ao controle das instituições. No que se refere á prostituição infantil muitos dos casos noticiados pela imprensa brasileira apontam para os espaços de instituições públicas: empresas de serviço, instituições de pesquisa notificados por atos extremamente reprováveis. O que significa tais situações?

A emergência da internet que tinha um uso restrito aos setores militar exige que despertemos para uma nova ordem moral e ela não só começa em casa, mas continua na escola, no trabalho, na universidade. Ora, quando a gente pensa em sociedade em rede, uma conexão entre os fluxos de informações e negócios entre os países devemos também considerar que ainda há exclusão de muita gente em tal fenômeno. Para Castells é necessário considerar também a qualificação em outras profissões que colocam em risco vidas humanas, como é o caso do vigilante. Não basta que esse profissional tenha uma pistola e pontaria para qualificá-lo, mas sim, a formação psicológica para lidar com situações violentas. Assim como o trabalho mudou para alguns, também a educação deverá seguir essa mudança e se preocupar menos com a instrumentalização de técnicas e mais com a construção de um ser mais responsável e tolerante. A sociedade em rede coloca-nos na necessidade de construção de uma perspectiva moral que oriente o sujeito no caminho da cidadania ou então nos tornaremos meros consumidores, opacos de perspectivas e sem liberdade de pensar e reagir. Somos humanos e não máquinas é a mensagem de Charles Chaplin.. Precisamos da liberdade de pensar pois só assim podemos querer mudar o mundo garantindo ao outro a ação com responsabilidade. Enquanto nos maravilhamos com a internet não esquecer que inúmeras pessoas se tornam escravas do sobretrabalho e penalizam suas relações sociais na família, na escola, no trabalho. Por fim, para ativar nossa educação cívica na sociedade em rede faz mister que a escola ou universidade pense não apenas no profissional mas especialmente no cidadão. Touraine ( livro O que é democracia, p.199) assinala uma preocupação substancial sobre a educação em tempos de tanta modernidade. Vejamos o que ele diz: “devemos dar à educação dois objetivos de igual importância: por um lado, a formação da razão e da capacidade de ação racional; por outro, o desenvolvimento da criatividade pessoal e o reconhecimento do outro como sujeito.” O que mais chama a atenção em Touraine é a questão de uma modernidade feitas de sujeitos racionais e tolerantes que possam conviver juntos num mundo de continua integração cultural. Daí nenhum programa educativo tem sentido se deixa de construir nos alunos tanto pensamentos, comunicação como a aceitação e reconhecimento do outro. Não só o professor mas também o pai e a mãe são os agentes dinâmicos desse projeto mediador que ensina “a um compreender o outro”. Se deixarmos de lado o papel estratégico da educação na formação de um novo ser continuaremos reforçando um mundo que desbota o sentimento e os valores tornando alguns cidadãos, outros vagabundos na modernidade como temia tanto Hannah Arendt.

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