À beira de um atalho em baldio terreno,
Postava-se um maltrapilho sujo, idoso.
Quase encostado em um formigueiro pequeno,
Mas de afã contínuo e laborioso.
Desbastava de ali, o velho, um arbusto,
E entregava cada folha a uma obreira.
Que feliz a portava, sem medo, sem susto,
Ladeira abaixo pela oleira.
Em alguns dias um habitual passante,
Estranhou. Ali não estava mais presente,
O velhinho que dos insetos era amante.
Em seu lugar apenas um monturo.
Fizeram as formigas o funeral do indigente.
O recobriram com terra, abrigo seguro.
Yleon Zeravla |