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Contos-->O estacionamento -- 19/01/2003 - 14:45 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O estacionamento
Athos Ronaldo Miralha da Cunha


Em frente ao portão do estacionamento, Alfredo acionou o sinal do carro indicando a sua intenção de entrar no hotel. Em um caminhão de uma distribuidora de bebidas, dois trabalhadores descarregavam os engradados de refrigerantes e cervejas para abastecer o restaurante em frente. Estavam suados e cansados da pesada jornada. Certamente, doidos para estar na beira da praia tomando banho de mar.

Pelo retrovisor, com um boné e óculos estilo Fittipaldi, o insolente motorista do caminhão oferece uma risadinha irônica para Alfredo, como quem diz: - vais ter que esperar velho, eu não estou com pressa e os carregadores cansados e lentos.
Alfredo estava num bom dia e comentou para si. - O cara não vai sair daí tão cedo. Está se sentindo o dono da rua. Só que eu também não estou com pressa. - E completou. - A rua também é minha.

Os dois ajudantes olhavam para Alfredo e descarregavam, cada vez mais lentamente, os engradados de refrigerantes e cervejas. O impasse estava formado.
Alfredo permanecia com o pisca-pisca ligado indicando que queria entrar no estacionamento do hotel. Colocou o CD dos Titãs e ficou ali tamborilando na lataria do seu carro. “E enquanto esperava, no fundo da rua, pensava em ti, e em que sorte era a tua, te quero tanto, te quero taaaaaaaaanto”.

De repente o transporte coletivo interpraias, comumente chamado de dindinho, buzina na traseira do carro de Alfredo. Alfredo faz um sinal que quer entrar na garagem e tem um caminhão estacionado em frente ao portão. Em segundos a fila de carros era enorme atrás do dindinho. Um buzinaço em pleno horário de almoço, e um sol de quase 40o.
Alfredo cantarolava. - Te quero tanto, te quero taaaaaaaaanto.
Agora vamos ver quem vai ganhar a parada. Alfredo devolve a risadinha irônica ao motorista do caminhão e continuou com o seu particular batuque na porta do carro. “E enquanto esperava, no fundo da rua...”
- E daí gorducho? Desça do caminhão. – comentou para si, Alfredo.
Parece que o motorista ouviu. De repente a porta da cabine do caminhão se abre. Alfredo antecipa o drama a ser vivido. – Vou me incomodar, só falta ser um brutamontes, barrigudo, barba mal-aparada, fedendo e suado para me torrar a paciência.

O motorista sai da cabine. Não está com os óculos e tirou o boné.
Alfredo não acredita no que saiu do caminhão e vê vindo em sua direção.
Sorrindo para Alfredo, indaga: - O senhor não poderia dar uma voltinha no quarteirão enquanto terminamos de descarregar o caminhão.
Uma morena! Um morenaço, de bermuda, cabelos soltos ao vento marinho e um bronze invejável das caras de Caras. Uma morena de parar o trânsito. Literalmente. Pensa Alfredo.
- Eu go... go... gostaria de estacionar o carro. - Responde Alfredo, refazendo-se do susto.
- Mas o Faísca e o Fumaça precisam descarregar, são mais de vinte engradados de cerveja.
- Faísca e Fumaça?
- Aqueles dois ali.
- Você é muito linda. – de pronto cometa Alfredo. E conclui. – Vamos tomar um suco no bar da esquina?
- Apreçado você, não?

Enquanto os dois conversavam o buzinaço atormentava a vizinhança. A fila de carros ia até a segunda quadra. Enfim, Alfredo resolve dar mais uma volta no quarteirão e vai tomar um suco na lanchonete da esquina, logicamente acompanhado da motorista morena. Aquele morenaço!
Enquanto isso Faísca e Fumaça, suados, cansados e lentos descarregavam os engradados.
- Calor né! – afirma Alfredo.
- É...



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