REVERSO
Estou indo
Tenho a alma em pânico
O rosto torto,
No peito o coração
Pulsa, pula, soluça,
Ferido, quase morto,
É assim que renasço
Engulo de olhos abertos
Todas as derrotas
Que me fizerem ser
O outro lado da vitória
Estou indo
Sou àquela que curva
Mas não dobra
Nunca desisto,
Nunca me abato
Apenas parto
Estou indo
Não vou sorrindo
Vou sozinha
Na bagagem, apenas,
Minha coragem
Estou indo
Não me permito voltar
A porta que fecho não tem chave
Não olho para trás
E nunca levanto a bandeira da paz
Estou indo
Mas não fugindo
Vou te atrair, de mansinho
Pro meu ninho,
Vou te fazer ser outra vez
Menino
Vou te fazer chorar, implorar
E nessa hora vou te mandar embora
Sou tempestade,
Sou traiçoeira
Sou fada e feiticeira
Sou a metade de qualquer verdade
Sou a tua maldade
MORGANA
Rio de Janeiro, 24/03/03
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